1. REDUÇÃO DA
IMIGRAÇÃO E EXCLUSÃO:
A exclusão de ratos de um
local de risco pode tomar várias formas e pode ser local (p. ex. proteção de
uma árvore) ou uma barreira para impedir a entrada em grandes áreas (p.ex. cerca elétrica). A
característica essencial da exclusão e que deve ser tomada são as habilidades
físicas e biológicas dos ratos.
Assim o rato de telhado é
melhor escalador que a ratazana e desta forma mais difícil de excluir de
edificações com aberturas altas. Entretanto a ratazana regularmente escava 30cm
abaixo do solo, mas pode ir mais
fundo, por isto as fundações ou outras barreiras devem levar em consideração
isto e ser construído a pelo menos 45cm de profundidade.
a) Medidas à prova
de ratos
OBJETO
|
CATEGORIA
|
Dente de rato
|
5,5
|
Ferro
|
4,0
|
Cobre
|
2,5 – 3,0
|
Alumínio
|
2,0
|
Chumbo
|
1,5
|
l Materiais
devem ser à prova de roeduras (bloco de concreto, folhas de metal, de
preferência aço galvanizado, malhas finas de metal). Materiais que sejam mais
fortes que os dentes dos ratos segundo a escala MOR
l Aberturas devem ter 6mm no máximo
l Protetores de escalada devem ser suficientemente
altas e acima dos canos de esgoto para prevenir de ratos pular e largo para evitar
deles escalarem.
l Armadilhas para prevenir acesso através de
drenos e esgotos.
l As portas devem permanecer fechadas e livre
de entulhos.
b) Métodos de
barreiras
Barreiras de metal de 90cm
ao redor do que se quer pode ser um meio de impedir ratos escalarem. Apesar de
ser caro pode ser útil e ter uma relação custo/benefício importante.
Muitas espécies de ratos são
pouco dispostas a atravessar áreas abertas como estradas e é bem conhecido que infestações
de ratos podem ser desencorajadas se um cordão sanitário de terra sem vegetação
e qualquer tipo de abrigo ao redor da construção.
c) Barreiras
elétricas não letais
São mais eficazes que
barreiras elétricas letais pois oferece menos risco e o primeiro rato que leva
o choque letal causa um curto circuito cortando a corrente.
d) Alimento de
exclusão
É colocar outra fonte
alimentar para evitar prejuízos a determinado recurso alimentar mais caro.
Raticidas de qualidade.
e) Dispositivo
ultra-som e eletromagnético
O sentido de audição dos
ratos se estende bem a uma gama de ultra-sons (isto é, acima de 20khz), por
exemplo na ratazana é acima de 100khz com a maioria das respostas ao redor de
40khz e para o camundongo acima de 90khz.
Entretanto Meehan (1984) e
Lund (1988) revisaram diversos equipamentos concluindo que nenhum deles é
eficaz em função de:
l Sons de alta frequência não se refletem ao
redor de objetos sólidos;
l Ultra-sons são rapidamente absorvidos por
material sólido;
l Intensidades de ultra-som podem ser
prejudiciais ao homem;
l A aversão inicial por ratos e camundongos é
rapidamente aceita;
l Restrito a áreas fechadas;
l Até o momento não se compara aos métodos
convencionais e mais baratos.
f) Repelentes
químicos
Até o momento não se conhece
um repelente que também não seja tóxico. Pesquisadores tem sido atraídos pela
idéia do uso de feromônio.
Em teoria tais químicos
podem proteger grandes áreas usando pequeno número de moléculas de um feromônio.
Na prática, manipulação comportamental é eficaz somente se o animal puder escolher
uma alternativa mais atraente que o que ele está acostumado.
2. EMIGRAÇÃO
Métodos para reduzir a
densidade populacional a níveis aceitáveis para persuadir ratos a emigrarem se justapões
a alguns métodos descritos acima o que previne ou reduz a imigração.
Animais emigram por uma
série de razões:
l para
encontrar comida
l para
encontrar um companheiro ou um lugar para se reproduzir
l para
evitar inimigos naturais
l para encontrar
um ambiente melhor
Ratos podem se sentir
desconfortáveis pela remoção de comida, água, abrigos, limpeza, organização do
ambiente.
Existem poucas medidas
físicas que podem causar emigração, por exemplo inundação de tocas. Entretanto
uma infestação residente na prática, é mais facilmente tratada usando um método
letal.
3. REDUÇÃO DAS
TAXAS DE NASCIMENTO
a) Remoção das
oportunidades de fazer ninhos
Práticas de limpeza podem
reduzir a imigração e também remove as oportunidades de fazer ninhos, ou pelo
menos tornar menos atrativo a possibilidade de faze-los.
Por exemplo, locais de criação
de animais com sistema de aclimatação diminuindo a perda de calor fornece
excelentes locais para ninhos de ratos, a menos que estas construções sejam feitas
à prova de entrada de ratos.
b) Inibidores
da reprodução
Inibidores químicos tem como
alvo machos ou fêmeas. Sua aplicação é via oral e o problema é conseguir fazer
os animais consumirem em grande quantidade da mesma forma que se faz com o
controle químico.
Esteróides estrogênicos foram
testados seguindo o que foi feito com anticoncepcionais humanos. Trabalhos de
campo com ratazanas foram feitos usando um estrógeno sintético (BDH 10131) com
resultados promissores pois uma simples exposição à isca causou infertilidade
em fêmeas por quase um ano. Entretanto teve problemas de palatabilidade e os custos
foram muito altos.
O uso de gametócitos (esterilizante
para ratos machos) tem sido usado desde 1961 e o único a ser comercializado é o
alfaclorohidrin (Epibloc). O problema com esterilização de machos é que em
espécies poligênicas um grande número de machos deverá ser tratado. Em altas
dose pode causar 50% de mortalidade. O uso de produtos humanos tem sido usado,
mas foi rejeitado por questão de segurança.
Alfa clorohidrin é um
rodenticida que não é geralmente aprovado em alguns países. Ele tem alto poder
para bioconcentração, moderadamente tóxico para mamíferos, irritante ocular e
com ação neurotóxica. É altamente solúvel em água e volátil mas há pouca informação
sobre sua persistência ambiental. É altamente tóxico para pássaros e pouco para
peixes.
Em baixas doses atua na
imobilização dos espermatozoides e em altas doses atrofia os túbulos seminíferos
de ratos, principalmente em ratazanas.
É um produto a ser misturado
em alimentos para ser dado para ratos
Vinte ratos albinos
machos adultos foram divididos em um grupo controle de 10 ratos e outros dois
grupos experimentais (grupos 2 e 3) de 10 ratos, cinco em cada grupo
experimental.
Os ratos
experimentais receberam α-cloridrina (ACH) numa dose oral única de 100 mg/kg de
peso corporal. Após 6 h (grupo 2) e 24 h (grupo 3) de tratamento com ACH, os
espécimes foram submetidos à avaliação.
Os dois grupos não
apresentaram diferenças significativas na obstrução da infertilidade
- Esterilizante tóxico;
- Lesões no epidídimo, mas
continua cobrindo as fêmeas;
- Tóxico agudo;
- Atua em qualquer idade
reprodutiva;
- Algumas espécies de
mamíferos ficaram estéreis temporariamente com doses não letais (hamster,
porquinho da Índia, suínos, ovinos, macaco Rhesus);
- Fêmeas são imunes à
esterilização;
7. Dose de
90 – 100 mg/kg produz esterilização permanente;
8. DL50 =
150 – 160 mg/kg;
9. 80 a
95% dos adultos sobreviventes ficaram estéreis atuando como deterrentes da
população;
10.
Iniciou como um potente contraceptivo humano e terminou como uma vasectomia
química para ratos.
c) O uso do
nematóide trichuridae Capillaria hepatica
- Nematodo Trichuridae
- Parasita fígado de
ratazana, camundongo, rato do telhado, gatos, suínos, coelhos, lebres,
cavalos, bovinos, primatas não humanos.
- No homem é menos
frequente e é fatal;
- Macho mede 25 mm e a
fêmea 52 a 105 mm;
- As fêmeas vivem no
fígado onde poem ovos e estes só são liberados ao ambiente após a morte do
hospederio e decomposição do fígado ou quando o hospedeiro é predado e
após ser digerido no trato digestivo são eliminados com as fezes. No
ambiente com a presença do oxigênio se tornam infectantes em 30 dias;
- Há produção de
anticorpos e a morte ocorre em dose maciça;
7. É parasita normalmente encontrado em ratos.
O uso de salmonelas como a enteritidis causadora de
gastroenterite no controle de ratos foi pesquisado por Kitasato no Japão, no
final do século XIX chegando a ser amplamente utilizada na Europa na primeira
metade do século XX.
Com o surgimento dos raticidas warfarínicos pelos
Estados Unidos, o emprego das salmonelas caiu em desuso, mas a União soviética
e Cuba continuaram privilegiando seu uso.
Um produto cubano tentou, sem sucesso, há uns 10 ou 15
anos atrás, obter, registro de um raticida à base de salmonela. Nessa tentativa
chegaram a fazer alguns ensaios em Niterói/RJ em acordo com a Prefeitura local.
A utilização de bactérias patógenas ao roedor como,
por exemplo, o uso de produtos raticidas à base de Salmonella enteritidis
foi proibido nos Estados Unidos em 1920, na Alemanha em 1930 e no Reino
Unido em 1960, pois presume-se que todas as cepas de Salmonella enteritidis
são patogênicas ao homem; no Brasil, seu uso não é permitido.
O risco deste uso é a não especificidade parasitária
que a engenharia genética poderá resolver esta situação. O problema é que esta
especificidade reduz o valor comercial e aumenta os custos de produção.
O desenvolvimento de patógenos que não seja específico
para ratos mas que não cause problemas para outras espécies pode ser o ideal.
Por exemplo um que atue no estômago causando vômitos em espécies não alvos pode
ser viável pois os ratos não sabem vomitar.
e) Controle biológico (predadores)
O uso de predadores requer certos cuidados.
Exemplos de introdução deliberada de predadores
vertebrados tem dado resultados em que o predador se torna praga causando
efeitos adversos na fauna local.
Um dos problemas é que é que o tempo de suas gerações
é bem maior que de sua presa e assim a resposta numérica da população predadora
é insuficiente para manter, com rapidez, mudanças na população de presa.
Predadores não são específicos se alimentando de uma
variedade de espécies deslocando sua atenção para aquela mais abundante e de
captura mais fácil. Espécies predadoras capazes de responder a variações de
número de presas são melhores no controle biológico. Por esta razão aves
respondem melhor que mamíferos.
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