Com esta postagem encerramos o assunto Ratos. Ao final desta esta a bibliografia referente ao assunto em todas postagens.
O COMBATE PROPRIAMENTE DITO
O COMBATE PROPRIAMENTE DITO
O combate aos ratos, independentemente do local onde
este vai se realizar: unidades armazenadoras, aviário, suinocultura,
restaurante, hotéis, supermercados, residências, frigoríficos e qualquer outro
segue as seguintes etapas:
- O rato tem
que encontrar a isca;
- O rato tem
de comer a isca;
- O rato tem
de morrer.
Inicialmente devemos considerar que todas as unidades
deverão ser alvo de combate, pois se deixarmos alguma sem realizar o combate,
esta poderá comprometer todo o processo, pois ali poderá estar se desenvolvendo
uma população importante de ratos.
Da mesma forma devemos considerar que o combate deverá
ser realizado não apenas nas áreas internas, mas também nas externas, pois muitas
vezes os ratos fazem seus ninhos do lado de fora indo ao interior das unidades
para procurarem alimentos.
Também devemos observar, caso esteja sendo feito algum
combate, se a quantidade de isca usada é suficiente para a população presente.
Uma das formas de sabermos isto, é, se ao colocarmos
iscas verificarmos que, nas vistorias feitas semanalmente, observarmos que
estas estão sendo consumidas integralmente. Por outro lado, saberemos que o
controle foi obtido, ao observarmos que o raticida deixou de ser consumido.
PRIMEIRA ETAPA
Não existe uma fórmula mágica para o rato encontrar e
comer a isca raticida. Existem técnicas para que o combate se torne eficaz,
eficiente e efetivo.
EFICAZ é quando o objetivo proposto é realizado. As
alternativas para este processo é sim ou não. Ou seja, o objetivo proposto foi
conseguido ou não.
Por exemplo, o combate aos ratos terá sido eficaz se
tivermos conseguido reduzir sua população, ou seja, tivermos conseguido
combate-lo. Se não foi conseguido não terá sido eficaz.
Se ele não foi eficaz então não terá sido eficiente e
muito menos efetivo.
Para sabermos se ele foi eficaz precisamos saber se
houve ou não redução populacional com o método aplicado (já visto em postagem
anterior).
O combate terá sido EFICIENTE se a ação teve o
mínimo de perdas e/ou desperdício. É uma questão de custo/benefício. É uma relação
entre os resultados obtidos e os recursos empregados.
É a qualidade
de fazer com excelência, sem perdas ou desperdícios (de tempo, dinheiro ou
energia), que chega ao resultado com qualidade, com competência, com nenhum ou
com o mínimo de erros. É como os recursos são convertidos em resultados de
forma mais econômica.
A eficiência
tem uma graduação, uma ação pode ser mais eficaz que outra. Já a eficácia não,
ela acontece ou não. Se conseguiu o combate ou não. Ela se relaciona a
situações onde não cabe uma graduação como o conserto de um pulverizador (ele
está consertado ou não).
Mas posso ter
um pulverizador que funcione melhor que outro: um atomizador regulado para
pulverizar com residual é mais eficiente no combate dentro de uma residência
que um pulverizador simétrico. Ou seja, o atomizador é mais eficiente que o
simétrico.
Já numa
pulverização externa um pulverizador simétrico poderá ser mais eficiente que o
atomizador em função de se reduzir a perda por gerar gotas maiores. Mas também
posso ter com o mesmo atomizador uma eficiência se comparar o tamanho de gotas
geradas (já visto em postagem anterior).
Para um combate
a ratos ser eficiente, primeiro ele tem de ser eficaz.
João e Pedro
foram fazer um teste de eficiência no combate a ratos dentro de dois
supermercados exatamente iguais em tamanho, produtos exposição, organização do
depósito, caminho do lixo, depósito e recolhimento do lixo, horário de funcionamento,
mesmo tamanho de área livre e construída, mesmas características de entorno, etc.
Os dois fizeram
o teste no mesmo dia e horário.
Ao final do
teste João levou 4 horas de trabalho e gastou R$ 200,00 em produtos e Pedro
levou 5 horas para executar a atividade e gastou R$ 215,00.
Isto significa
que João foi mais eficiente que Pedro. Parte-se do pressuposto que ambos foram
eficazes porque conseguiram combater os ratos, mas João foi mais eficiente que
o Pedro porque além de conseguir combater os ratos ele o fez em menos tempo e
gastou menos.
EFETIVO, EFETIVIDADE refere-se a fazer o
que foi solicitado (Eficácia) com qualidade (Eficiência). Qualidade do que
atinge os seus objetivos.
Este conceito
engloba os dois anteriores, acrescido da qualidade.
No exemplo
acima podemos dizer que João foi efetivo e Pedro não.
A avaliação de um serviço prestado está em saber qual
o comportamento destes três fatores, ou seja, avaliar o Planejamento
Estratégico. Por isto tenho que ver qual
fornecedor me entrega o mesmo produto mais barato. Qual empresa tem o mesmo
ativo mais barato. Qual a qualidade do produto ofertado. O treinamento do
pessoal de campo. Qual melhor formulação a ser usada.
Para o rato encontrar a isca esta deverá ser colocada
em locais onde haja a maior probabilidade de ser encontrada. Assim sendo
deveremos procurar por vestígios deixados por eles e colocar as iscas nestes
locais.
Dependendo do local onde estivermos trabalhando alguns
locais, mesmo que não apresentem vestígios deverá ser iscado pelos riscos
existentes, como por exemplo: quadros de comando em unidades armazenadoras e
hospitais, balanças em unidades armazenadoras.
Por outro lado, tem locais onde a colocação de iscas não é indicada como, por exemplo, junto a alimentos com os quais os ratos já tenham alguma identificação. Lembrem-se que quanto mais um rato come um determinado alimento, mais células sensoriais para este gosto são criadas passando a ter preferência por estes.
Além disto, como já vimos em postagem anterior, quando
um rato se alimenta, resíduos deste ficam no focinho e seu odor é exalado.
Desta forma outros ratos que tem contato com este procurará ingerir o alimento
com este cheiro.
Por esta razão iscas deverão ser colocadas junto aos sinais
existentes, mas distantes dos alimentos, no local de combate.
Vamos procurar em toda área, interna e externamente
vestígios: trilhas, estas são identificadas na grama pelo movimento de ir e vir
que acaba deixando a grama marcada. Pode ser também pelas marcas de gordura
deixadas nos locais por onde passam arrastando seu corpo.
Roeduras, fezes, urina (pode ser identificada se, no
escuro, acendermos uma luz UV – luz negra, onde a urina será identificada pelo
brilho emanado), tocas, pegadas, presença do rato.
Nesta etapa o rato precisa comer a isca. Para isto ela precisa ser atrativa. Atrativa significa não ter odor estranho que possa causar refugagem.
Não existe isca com atrativo outro que não seja(m) o(s)
grão(s) de sua formulação. Alguns fabricantes inescrupulosos dizem que seu
raticida tem atrativos especiais como feromônios o que é mentira, pelo menos
até agora.
Devemos lembrar que os ratos tem marcadores olfativos
na forma de sensores nervosos que se originam pelos odores do ambiente onde ele
se encontra e ficam armazenados no bulbo olfatório.
Quanto mais ele cheira um determinado objeto ou
alimento mais informações sensoriais para este objeto ou alimento são
produzidas.
Os
ratos são tão habilidosos que precisam de meros 50 milissegundos para decidir de
onde vem o odor escolhendo aquele que seja mais conhecido.
Eles
escolhem o lado certo com 80% de precisão visto que cada narina, como já vimos
em postagem anterior, percebe odores de locais diferentes. Ou seja uma narina
percebe o odor de um lado e a outra percebe outro odor de lado diferente.
Boa
parte da informação adquirida por um rato sobre o mundo vem de seu olfato. Eles
têm um sistema melhor de captação dos odores e conseguem perceber uma
quantidade maior de substâncias diferentes no ar.
Marcar
com cheiro tem um importante papel na territorialidade de muitas espécies, e a
territorialidade pode afetar o controle destes ratos.
Odores
tem importante papel na biologia dos ratos produzidos na urina, fezes e
secreções de glândulas apócrinas e sebáceas (p.ex. costas, prepúcio, olhos).
Pesquisadores indianos descobriram que
basta uma cheirada para que um rato localize a fonte do aroma.
Boa parte da informação adquirida por um rato sobre o
mundo vem de seu olfato. Eles têm um sistema melhor de captação dos odores e
conseguem perceber uma quantidade maior de substâncias diferentes no ar.
É tão eficiente, que usam odores para se comunicar.
Quando um rato solta aquela gotinha de xixi em você, ou em alguma coisa a sua
volta, é como se estivesse rabiscando um “passei por aqui.
Também, é capaz de deixar “mensagens” para outros ratos,
do tipo não entre, estou no cio, é meu. Ratos fazem um pouquinho de xixi em
quem eles gostam. É como se avisassem “esse rato é meu amigo”. Para saber quem
é amigo de quem, basta cheirar.
Yoshihito
Niimura, pesquisador do Departamento de Química Biológica Aplicada da
Universidade de Tóquio, juntamente com seus colegas Atsushi Matsui e Kazushige
Touhara, explica que cada animal tem uma quantidade de genes receptores
olfativos (OR) que determinam o quanto eles podem cheirar.
Os ratos são animais com grande quantidade de genes olfativos 1.207 OR
(gens receptores olfativos) — o que lhes confere uma alta sensibilidade
olfativa pelos inúmeros marcadores sensoriais que ficam armazenados em seu
bulbo olfatório, inclusive para alimentos — enquanto o ser humano tem ao redor
de 396 OR.
Os
camundongos possuem 1.130 OR. Ele tem uma dieta bem variada, por isso é
compreensível que estes animais, ratos e camundongos, embora muito pequenos,
tenham um forte senso olfativo.
A construção celular e molecular do epitélio olfatório depende de
instruções genéticas e também se altera conforme a experiência de vida. A
novidade é que o órgão sensorial é modificado pelo ambiente. Quanto mais um
odor é percebido mais gens olfatórios para este dor é produzido como já
discutimos em postagem anterior.
Algumas
espécies respondem naturalmente aos odores de predadores, e estudos
laboratoriais de ratos e camundongos revelam uma habilidade muito grande em
diferenciar odores muito próximos. Marcar com cheiro tem um importante papel na
territorialidade de muitas espécies.
Camundongos
e ratos domésticos tem um sistema altamente desenvolvido de marcar com cheiro
que é capaz de encontrar sua trilha em total escuridão. Vivem em grupos
familiares territoriais nos quais os pais e seus descendentes adultos são
marcados com urina.
Este
sistema de marcar todos os objetos em seu ambiente lhe permite perceber,
através do focinho, em total escuridão, caminhos e alimentos pré-marcados com
urina, como também alimentos ainda não marcados.
O
marcar com sua urina alimentos é para facilitar seu encontro. Quando um rato
encontra um alimento ele urina sobre ele para marcar com seu odor. Ao voltar
para o ninho vai urinando pelo caminho marcando-o. Assim nas vezes em que for buscar
alimentos ele segue o cheiro deixado. Por isto se desloca rapidamente em seu
ambiente pois seu odor está distribuido pelo local facilitando, também sua fuga
e a busca por esconderijos.
E
com isto ele vai deixando trilhas por onde passa.
Quando
um rato come um alimento odores deste ficam no seu focinho e quando outro rato
entra em contato este odor é percebido facilitando a ingestão deste quando
encontra-lo. Este odor fica em sua memória.
Esta
é uma das razões de que não se deve ficar trocando de raticida a toda hora.
Entretanto,
pode um raticida ter um odor desagradável e ele o rejeita e cada vez que sentir
este odor não irá ingerir o raticida.
Também
deve-se ter cuidado na escolha do raticida pois sua formulação não sendo
agradável ao paladar não será ingerido e poucos sensores olfativos serão
produzidos.
Da
mesma forma deve-se ter cuidado ao se armazenar os raticidas para que não
adquira odores estranhos aos ratos ocasionando refugagem.
Por
utro lado é interessante misturar um alimento do ambiente ao qual o rato esteja
acostumado, ao raticida o que vai aumentar a ingestão, ou seja podemos
palatabilizar o raticida com estes alimentos ou também com essencias como
baunilha que é extremamente atrativo.
Só é proibido
misturar raticida em pó com algum tipo de alimento (Na RDC 326 de 2005/ANVISA, estão proibidos os
rodenticidas à base de alfanaftiltiouréia (ANTU), arsênico e seus sais,
estricnina, fosfeto metálico, fósforo branco, monofluoracetato de sódio (1080),
monofluoroacetamida (1081), sais de bário e sais de tálio. Ainda não são permitidas
formulacões líquidas, premidas ou não, em pastas, pós solúveis, pós molháveis E
ISCAS EM PÓ).
Isto quer dizer
que não posso misturar raticida em pó com alimentos, mas posso misturar outras
formulações com alimentos.
O
paladar reflete as preferências e o reconhecimento alimentar, afetando a
eficácia dos pontos de iscagem. A incapacidade dos roedores de perceberem
certos compostos em concentrações que são percebidas pelo homem (p.ex. benzoato
de denatonium) é usada para dar segurança aos raticidas atuais por força de
legislação.
Alguns
trabalhos dizem que apresentam um paladar muito apurado sendo capazes de
detectar facilmente alguns compostos tóxicos em níveis muito baixos (0,5 ppm),
razão pela qual algumas substâncias altamente letais são facilmente percebidas.
Mas
não é bem assim. Isto acontecerá desde que ao ingerir este produto não ingeriu
em dose suficiente para mata-lo, mas causando um certo mal estar e isto fica
marcado na memória como causa e efeito e quando perceber este odor novamente,
não irá ingerir.
Sua
memória para gosto é extraordinária e uma vez experimentado certo sabor
dificilmente ele será mascarado. É esta característica a responsável pela não
aceitação ou ingestão de doses subletais de certas iscas raticidas que
eventualmente tenham lhe causado mal.
A
palatabilidade é, provavelmente, uma combinação dos sentidos visusais,
olfatórios e gustativos.
De
todos os componentes da biologia dos ratos seu comportamento alimentar - o que,
quando, onde , porque e quanto ele come - é o mais importante sob o ponto de
vista prático.
Suas
preferência alimentares são influenciadas pela experiência, as quais podem ter
sido apreendidas de outro.
Ratos
e ratazanas geralmente se alimentam em 3 ou 4 períodos podendo, estes períodos,
tendem a ser mais frequentes no início e final da noite.
Machos
subordinados concentram sua alimentação nas primeiras horas do dia,
presumivelmente para evitar os dominantes que se alimentam preferencialmente na
escuridão.
Geralmente
os ratos são desconfiados de alimentos estranhos fazendo-os evitar em um local
em que não se esperava, e continuar a tratar com cuidado por um tempo variável
ou não. Também depende da fome. Além disso quando um rato se torna
suficientemente desconfiado para experimentar um novo alimento, ele poderá
comer apenas uma pequena quantidade da sua necessidade normal.
Daí
vem a diferença na escolha do raticida – sua DL50 -. Quanto menor
melhor pois mesmo ingerindo uma pequena dose já terá o efeito desejado o que
não acontecerá com raticidas com alta DL50.
Se
ele se sentir doente dentro das próximas 16 ou poucas horas mais, ele associará
a doença com a ingestão da nova comida e não a ingerirá de novo,
refungando-a. Esta aversão é comumente
encontrada quando se usa venenos agudos que atuam dentro de poucas horas, desde
que não tenha ingerido a dose letal, mas sentiu-se mal após a ingestão.
Uma
das principais razões para o sucesso dos anticoagulantes reside na demora de
vários dias entre a ingestão da isca e o início dos sintomas, isto previne a
associação entre isca-envenenamento e o desenvolvimento de rejeição à isca.
Alimentos
ingeridos por um companheiro da mesma colônia são percebidos pelos demais
através da respiração, por restos que ficam aderidos ao focinho ou nos lábios
ou ainda o cheiro impregnado nos lábios, então seus companheiros vencerão mais
rapidamente a neofobia ficando com este odor guardado na memória e ao encontrar
alimentos com o mesmo odor o ingerem sem neofobia o que acarretará um
recrutamento de ratos para a nova comida.
Entretanto,
ratos também aprendem com a desgraça de outros e se um rato encontra uma nova comida
e então encontra um rato morto ao lado desta, ele desenvolverá aversão a esta
nova comida sem ingeri-la.
Camundongos
não são neofóbicos mas se alimentam esporadicamente. Isto significa que eles
podem se alimentar em 20 - 30 diferentes locais em cada noite preferindo
alimentos novos ao invés dos mais antigos e podem ser considerados neofílicos.
O
efeito prático deste tipo de comportamento alimentar é que o camundongo, como os ratos, ingerirão
somente pequenas quantidades de isca envenenada de um novo ponto de iscagem.
Assim
sendo, para as duas espécies, um grande número de pequenos pontos de iscagem é
desejável, não somente para vencer grupos territorias, mas também para aumentar
a probabilidade de indivíduos encontrar uma isca.
Talvez
seja vantajoso mudar os pontos onde foi feita iscagem, não tocados ou
envelhecidos, para faze-los parecer novos, não pelo aspecto visual que não
interfere em nada, mas é que alimentos mais velhos adquirem determinados odores
e sabores que possam causar refugagem.
Tanto
ratos como camundongos são omnívoros se alimentando de alimentos frescos ou
deteriorados, de origem animal ou vegetal. Ratazana e rato de telhado podem
matar pintos, leitões e insetos para se alimentar. Gostam de cereais, sementes,
farinhas, frutas, leguminosas, esterco humano e animal. Podem ingerir alimentos
secos ou úmidos e isto altera sua dieta hídrica.
O lixo oferece uma abundante dieta balanceada
e satisfazem suas necessidade de água.
Tem
uma necessidade maior de alimentos proteicos na época da reprodução,
principalmente as fêmeas.
Ratos
de telhado, se puder escolher preferem alimentos de origem vegetal
As
ratazanas adultas requer ao redor de 15 a 30ml de água por dia quando se
alimenta de alimentos secos menos quando come alimentos úmidos. Os ratos de
telhado podem viver de cereais por grande períodos de tempos sem água.
Em trabalho
realizado pela Universidade Federal de São Paulo de 04 de julho a 10 de
setembro de 1989 em área externa atrás do prédio da Zoologia procurou-se
avaliar a neofobia e periodicidade
nictemeral (o tempo que
compreende 24 horas, ou seja, um dia e uma noite) em ratazanas.
Este
local foi escolhido pela grande quantidade de tocas pois
ali estava o biotério.
Todo o período foi filmado e analisado. Usou-se como
isca o calciferol (vitamina D cuja DL50 para ratos é de 16,8 mg/kg) que é
tóxico em doses altas pela elevação do Ca sanguíneo. Os sintomas surgem de 2 a
3 dias após a ingestão.
O experimento foi realizado por 68 dias mas o
acompanhamento, não sequencial, foi apenas por 45 dias.
Convém observar que este produto não é liberado, pela Anvisa,
para uso rotineiro de combate a ratos. Mas este é um caso experimental e desta
forma é permitido.
Os resultados deste trabalho só têm validade prática
quanto à biologia comportamental e não pelos resultados de eficácia, ou seja,
de mortalidade.
Nos primeiros dias os ratos nem se aproximavam da
bandeja mostrando alta neofobia que foi diminuindo aos poucos.
As iscas foram colocadas no dia 04 de julho e
começaram a comer no dia 11 de agosto, ou seja, levaram 38 dias para começar a
ingerir a isca.
Inicialmente ingeriram alimentos fora da bandeja por
ação de pássaros o que mostra maior neofobia à bandeja que à isca. No dia
seguinte começaram a se alimentar normalmente na bandeja.
Nos primeiros 9 dias de observação o consumo foi
pequeno aumento significativamente após o 10º dia de observação até o 22º dia de
observação reduzindo drasticamente até o 36º dia havendo um pequeníssimo consumo
até o 45º dia de observação ou 68º dia do experimento gravado.
Esta redução de consumo é esperada pela morte de
ratos, a tendência esperada é sempre esta: sem consumo, aumento de consumo e
redução de consumo podendo chegar a não haver mais consumo.
A atividade aumentava a partir do por do sol com um
pico 4h caindo logo depois e permanecendo inativos durante o dia.
Nesta segunda etapa do trabalho observou-se consumo
por 9 dias com 21 frequências mas apenas 6 foram noturnas mostrando que este
grupo era mais ativo de dia e um consumo menor.
No gráfico abaixo temos os 45 dias de observação onde
no início não havia consumo, foi aumentando do 8º dia até o 22º dia quando o
consumo reduziu significativamente por 14 dias quando retornou o consumo, a
partir do 37º dia, mas em menor quantidade e frequência até o 45º dia quando se
encerrou o estudo (68º dia).
O leve aumento na frequência após o 37º dia em seguida
aos 14 dias sem nenhum consumo pode ser assim explicado: Pode ter havido
migração de ratos vindos de alguma colônia próxima ou pode ser que estes sejam
subordinados vindo a se alimentar após a morte dos dominantes tanto é que eles
eram menores que os do primeiro grupo.
Mas, também pode ser que sejam jovens adultos que
tenham abandonados seu grupo para criar sua própria família e estavam migrando
em busca de comida e por isto também seriam menores.
Quanto maior o consumo noturno menor será o diurno. Ou
seja, se por alguma razão dominantes não conseguira fazer a ingesta necessária
à noite eles procurarão complementar durante o dia.
Após termos realizado a iscagem em todos os locais
previamente determinados não repomos isca antes de uma semana. As demais iscagens
deverão ser realizadas num intervalo de uma semana. Não devemos repor iscas
diariamente por estarmos trabalhando com um raticida de dose única e porque os
ratos levam de dois a três dias para começarem a sentir os efeitos da
intoxicação, vindo a morrer ao redor de sete dias.
As demais iscagens necessitarão de bem menos iscas.
Estas serão recolocadas naqueles locais onde houve consumo total. Nos locais
onde, durante as três semanas, não houve consumo, o produto não deverá ser
eliminado e sim usado em outros locais onde o consumo é mais intenso.
Da mesma forma, os blocos que tiverem sido roídos
deverão continuar no local até seu completo consumo ou mudados de local se o
consumo deixar de ocorrer.
O combate terá melhor resultado se observarmos alguns
detalhes como o fato de que um rato esfomeado ou com sede terá menos receio à
isca.
E por último o rato tem de morrer.
Esta etapa compreende a aplicação de um raticida
anticoagulante de dose única e medidas de anti-ratização.
Os raticidas anticoagulantes são letais para todas as
espécies de ratos e camundongos. A diferença entre eles é a DL50,
que significa a quantidade de um determinado produto necessário e suficiente
para matar 50% da população exposta.
Desta forma,
raticidas que tem baixa DL50 poderão ser consumidos em menor
quantidade para fazer o mesmo efeito que outros que apresentam alta DL50.
Não quer dizer que
não vão matar os ratos, vão, mas eles terão que ingerir uma quantidade maior de
produto comercial, em média cinco vezes mais conforme mostra o quadro abaixo.
Um rato precisa
ingerir apenas 1,4 g de formulação comercial à base de brodifacoum para morrer
e que a dose letal para camundongo é de 0,2 g. Esse efeito de uma só ingestão
obtida, o torna adequado para instalações onde os ratos se alimentam em vários
lugares, mas nunca em apenas um por muito tempo. Por outro lado a técnica de
aplicação deste tipo de raticida (a cada 07 dias) permite economia de raticida,
mão de obra e tempo.
Lembrar que a DL50 analisada é para ratos. Verificamos
no quadro abaixo que animais domésticos são bastante resistentes ao brodifacoum
que é o ativo com a menor DL50 existente no mercado.
Na medida em que os ratos se sentem mais seguros ingerindo
alimentos em locais mais protegidos, uma das formas de melhorar o controle é
colocando a isca raticida, principalmente a granulada, dentro de pedaços de
canos de PVC de 75 mm ou em caixas porta isca já projetadas para este tipo de
situação.
MANEJO AMBIENTAL
O manejo ambiental é a última atividade a ser
desenvolvida para evitar que os ratos percebam que seu ambiente foi alterado.
Assim organizamos sacarias e caixas em estrados e afastados das paredes e entre
si por pelo menos 25 cm; manter uma área de, pelo menos, 1 metro ao redor dos
galpões sem vegetação alguma; não deixar piso quebrado e vegetação alta;
pedras; madeiras e entulhos amontoados.
MANUTENÇÃO
Finalmente passamos a entrar na fase de manutenção ou
vigilância. Ou seja, periodicamente retornamos aos locais iscados anteriormente
e marcados nos croquis, verificando se houve retorno de ratos. Ou seja, se
voltaram a aparecer tocas ativas; fezes ou trilhas novas.
Em caso positivo reiscamos estes locais e recomeçamos
todo o processo. Com a diferença de que agora o controle será puntiforme e não
na forma de campanha, ou seja, vamos iscar apenas nos locais onde os vestígios
voltarem a aparecer.
Para isto faz parte do manejo a retirada de tosos
vestígios existentes como fezes, tapar as tocas, desfazer as trilhas, lavar as
marcas de urina, etc.
As pessoas também deverão ser orientadas a que, caso
apareçam ratos, informem ao setor competente para que o controle seja
realizado. Esta é a etapa mais
importante, pois se deixarmos a população de ratos retornar aos níveis
anteriores todo nosso trabalho e dinheiro investido terá sido perdido.
Alguns locais como fontes de alimentos são locais onde
deveremos ter iscas sempre, por serem locais preferentemente visitados pelos
roedores, mas em locais longe dos alimentos por causa da competição.
Muitas vezes não obtemos o sucesso almejado e
deveremos analisar a situação para verificarmos onde erramos e reorganizar a
metodologia. Podemos avaliar este insucesso de duas formas:
(a) Primeira situação:
- As iscas estão sendo aceitas, mas não há
controle:
.
A iscagem não foi mantida por tempo suficiente,
.
Há mais ratos que iscas,
.
Iscas consumidas demoram para serem repostas (intervalo maior que 10 dias),
.
Iscas estão sendo colocadas muito próximas, de tal forma que boa parte da
colônia não tem acesso,
.
Área tratada é pequena demais, permitindo que ratos de colônia adjacentes, não
tratadas, invadam o território deixado vago pelos ratos eliminados.
(b)
Segunda situação:
- As iscas não estão sendo consumidas:
. A escolha da isca foi imprópria ou é de baixa
qualidade,
.
Outras fontes de alimento,
.
Iscas em locais inadequados,
.
Iscas estragadas (fermentação, umidade, azedamento),
.
Iscas adquiriram cheiro ou gosto desagradável,
.
Qualidade baixa da isca que o roedor detectou.
Aqui se faz necessário uma parada nestas reflexões
para vermos o que fazer. O que devemos fazer é combater os ratos de uma forma
sistemática e permanente seguindo um fluxo de ações:
a. Como são empresas fiscalizadas pelo
Ministério da Saúde o controle só poderá ser realizado por uma empresa
especializada. Estas poderão realizar e ter inscrito em seu MBPO e POP as ações
físicas de combate mas não a química.
b. Se a empresa for fiscalizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento o controle poderá ser feito por uma desinsetizadora ou autocontrole.
Neste caso lembrar que os funcionários que irão trabalhar neste programa deverão
ter esta atividade inscrita em seu contrato funcional.
c. Entretanto o RT da empresa deverá
organizar um MBPO e POP sobre o controle de sinantrópicos onde estará incluído
o controle de ratos conforme a legislação vigente.
d. O RT da empresa deverá ser
conhecedor deste processo pois precisará acompanhar a prestação de serviço uma
vez que ele é legalmente corresponsável por qualquer problema que venha a
ocorrer e portanto deverá evitar que estes venham a ocorrer.
e. Nestes manuais o RT poderá colocar
que o controle somente será feito através de meios físicos. Desta forma a
própria empresa poderá fazê-lo.
f.
Caso inclua o controle químico então deverá contratar
uma empresa especializada, exceto para empresas fiscalizadas pelo MAPA e demais
setores como Secretaria Estadual e Municipal da Agricultura.
g. Levantamos todos os problemas existentes e que serão repassados para os
diferentes grupos de trabalho a fim de que sejam resolvidos. Entretanto estas
ações só poderão ser realizadas após o controle ter sido obtido. Mas os grupos
já poderão ir se organizando para ver quais as melhores ações a serem
desenvolvidas para cada problema identificado.
h. Repassar informações de o que será
feito e como os funcionários poderão ajudar na realização das diferentes
atividades através de reuniões. Poderão usar cartazes, folders, etc.
i.
Visitar todos os diferentes locais identificando os
sinais da presença de ratos a fim de que possamos realizar as iscagens de forma
correta (roeduras, trilhas, fezes, tocas e a própria visão dos ratos).
j.
Colocar todos estes sinais e problemas em uns croquis
com legendas.
k. Usar raticida granulado ou semente
de girassol nos locais secos e internos. Nas áreas externas, internas úmidas e
altas usar bloco parafinado, extrusados ou resinado.
l.
Anotar nos croquis todos os pontos iscados.
m. Retornar, após sete dias,
verificando onde houve consumo e repor as iscas. Anotar nos croquis com a data.
n. Fazer isto até que não haja mais
consumo das iscas, o que significa que o controle foi obtido.
o. A partir deste momento começamos a
realizar o manejo ambiental. Fechar todas as tocas com terra; recolher todas as
fezes; esconder as trilhas; realizar capina; dar um destino adequado ao lixo;
orientar que a coleta de lixo seja realizada no final da tarde e não na parte
da manhã para evitar que o lixo seja colocado à noite momento em que os ratos
saem à procura de alimentos e todas as ações que possam dificultar a vida dos
ratos; organizar materiais; etc.
p. É importante manter a empresa
informada dos resultados obtidos. Isto aumenta a motivação da todos na
continuação do processo.
q. Mapear todos estes sinais em um croquis da área para ajudar nas iscagens
posteriores.
r. Identificar, também em toda a área, o que deverá ser consertado e
reorganizado para ajudar a melhorar o controle, são as medidas de anti-ratização.
O que deverá ser feito apenas após o controle ter sido obtido.
s. Se organizarmos o ambiente antes do controle correremos o risco de não
conseguir realizá-lo uma vez que eliminaremos todos os vestígios que nos
orientarão onde colocar a isca. Por outro lado o rato percebendo esta alteração
no ambiente fará novos caminhos na busca de alimentos, pontos de fuga, etc.
t.
Desta forma teríamos que
esperar certo tempo até que novos sinais sejam deixados nos orientando onde
realizar a iscagem.
u.
O controle físico é baseado na utilização de
medidas que visam a impedir a entrada de ratos às instalações. Na prática
significa não ter aberturas que ratos ou camundongos possam penetrar; isto é,
construções à prova de ratos. É uma tarefa árdua uma vez que camundongos podem
atravessar uma abertura de 12
mm e ratos jovens, orifícios de 14 mm .
v.
As edificações à prova de ratos devem ser sólidas,
sem ocos nem grandes fendas e ter alicerces de concreto. Todos os orifícios
devem ser protegidos por telas metálicas de 6 mm . Todas as portas, janelas
e grades de ferro devem ser bem ajustadas e todos os orifícios por onde passam
tubulações, através de paredes externas, devem ser fechadas com cimento ou
chapas metálicas.
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