Uma questão que comumente ouvimos falar é que o aumento populacional de sinantrópicos é uma conseqüência de desequilíbrio ambiental. Mas nem sempre é assim. Pelo menos no ambiente humano cujo processo de urbanização começou há aproximadamente 3.200 anos antes de nossa era.
No Oligoceno, cerca de 35-38 milhões de anos atrás, dois novos grupos de mamíferos, os roedores caviomorfos e os primatas primitivos foram introduzidos na América do Sul.
Provavelmente se originaram nas florestas tropicais úmidas da África e entraram na América do Sul vindos em blocos de terra flutuantes (fragmentos florestais) que se desprenderam da costa africana e foram favorecidos pelas correstes marítimas e pelos ventos.
No período Pleistoceno já são encontrados habitats humanos em cavernas e acampamentos. No período Epi-Paleolítico até 8.500 anos antes de nossa era já são vistos os primeiros sinais de vilas.
E neste momento o homem já estava se encontrando com alguns animais (insetos e ratos) que iriam se tornar sinantrópicos, pois ali encontravam alimento farto, proteção contra as intempéries e predadores.
A partir daí os que eram selvagens passaram a viver com o homem não retornando mais ao ambiente selvagem, pois neste novo ambiente era mais fácil viver.
Temos duas situações a serem analisadas. Uma é o ambiente humano dentro do qual estão os sinantrópicos. Outro é o ambiente natural onde o homem entra criando novas relações entre um organismo e o homem. Independentemente de qual ambiente estivermos falando sempre irá existir uma relação entre o homem e um agente. E estas relações é que deverão ser bem compreendidas para que possamos gerenciar o controle de forma adequada.
Na maioria das vezes o sinantrópico a ser controlado já não faz mais parte de um sistema ecológico equilibrado e o conseqüente aumento populacional não tem nada a ver com desequilíbrio ambiental no sentido pleno de ecossistema.
Mas sim com o meio criado pelo homem e sua irresponsabilidade com este meio criando todas as condições para a proliferação de ratos e insetos. O crescimento da dengue que o diga, cuja maior responsabilidade está na quantidade de recipientes existentes nos quintais, ruas, terrenos baldios e nas próprias residências ocupadas e desocupadas.
Tem exemplos de Prefeituras que numa atitude paternalista recolhe todo o lixo do peridomicílio sem nenhum comprometimento da comunidade e algum tempo depois está tudo igual. Alguma coisa está faltando.
O sistema ao qual passam a depender e participar é o meio humano, o antropossistema. O ambiente criado pelo homem para suprir suas necessidades e exigências não tem absolutamente nada a ver com um ecossistema tradicional é um novo ecossistema com relações muito especiais.
Há uma nova cadeia alimentar à qual estes sinantrópicos passam a fazer parte. A relação presa-predador é nova. Não há mais a relação homeostática característica dos ecossistemas naturais onde a população de ambo, presa e predador, está na dependência da melhor capacidade de adaptação de um deles.
Se a população de pragas aumenta a população de predadores aumenta e conseqüentemente a população praga diminui e assim também a de predadores. É lógico que não é uma relação direta uma vez que não existem relações específicas. Um predador preda diferentes espécies.
O ambiente humano cria todas as condições propícias ao crescimento da população sinantrópica, basicamente alimento, abrigo e clima.
Ambiente este que foi sendo gerado quando o homem começou a usar pele de animais, o fogo, cavernas e deixando de ser nômade para ser sedentário. São momentos de mudança cultural e comportamental que passaram a trazer para mais próximo do homem pulgas, carrapatos, piolhos ratos, etc.
Começa uma maior intimidade destes com o homem criando-se assim uma nova identidade para eles – sinantrópicos.
O ambiente humano cria novas condições de vida (alimento, abrigo, esconderijos, novos inimigos, novas relações hóspede-hospedeiro) a estes que começam a ter suas populações cada vez maiores.
Daí a necessidade de seu controle, tanto pelo fato de suas populações aumentarem cada vez mais como também por trazerem consigo novas patologias, ressurgimento de antigas e um maior número de agravos.
Esta relação com o homem é uma via de mão dupla. É o homem trazendo consigo condições de subsistência para estes sinantrópicos como entrando em seu ambiente com as conseqüências desta invasão.
Este é o outro lado da questão. Não é o ambiente onde o homem vive criando as condições para o sinantrópico e consequente aumento populacional. É a entrada do homem em ambientes equilibrados desestruturando-o e se aproximando de insetos e ratos existentes neste ambiente dentro de um equilíbrio natural, fazendo parte de uma cadeia alimentar específica.
Nesta situação o homem causa um desequilíbrio ambiental criando uma relação indesejada.
Situações deste tipo temos com a entrada do homem em ambientes onde o carrapato estrela (Amblyoma spp) mantem um ciclo silvestre e com sua população sob controle pela dificuldade em encontrar animais para manter o ciclo.
Entretanto quando o homem penetra neste ambiente seja para produzir alimento ou para lazer passa a fazer parte, acidentalmente, deste ciclo adquirindo, assim, a febre maculosa (Rickettsia rickettsii).
No período de outubro a fevereiro é onde a população adulta do carrapato está mais elevada e coincide com a época em que as pessoas procuram os sítios, chácaras, realizam as caminhadas ecológicas, vão em busca de aventura nestes ambientes selvagens.
O maior problema é que em muitas destas situações ele leva para este ambiente seus cães urbanos que também passam a fazer parte desta cadeia e podendo trazer para o ambiente urbano um carrapato silvestre e que pode acabar se adaptando no ambiente urbano fazendo seu ciclo entre os animais existentes neste meio. Não apenas os cães, mas eqüinos usados no trabalho de carroceiros. Isto sem falar nas criações de animais silvestres como fonte de proteína animal.
Vamos nos lembrar que a população de borrachudos tem aumentado consideravelmente no meio rural e nas cidades próximas pelo aumento de oferta de alimento, matéria orgânica jogada nas coleções de água como de sangue humano e animal.
A febre amarela e a hantavirose são outras situações que se encaixam neste conceito.
A urbanização destes agentes e vetores de ciclo silvestre é só uma questão de tempo, pois o homem não tem limites para a expansão de seus domínios.
Quando falamos em controle populacional devemos ter em mente estas duas situações para que tenhamos o cuidado de desenvolver metodologias gerenciais específicas para ambas tomando todo o cuidado para não impactarmos o ambiente de tal forma que a resposta seja um desastre maior.
No Oligoceno, cerca de 35-38 milhões de anos atrás, dois novos grupos de mamíferos, os roedores caviomorfos e os primatas primitivos foram introduzidos na América do Sul.
Provavelmente se originaram nas florestas tropicais úmidas da África e entraram na América do Sul vindos em blocos de terra flutuantes (fragmentos florestais) que se desprenderam da costa africana e foram favorecidos pelas correstes marítimas e pelos ventos.
No período Pleistoceno já são encontrados habitats humanos em cavernas e acampamentos. No período Epi-Paleolítico até 8.500 anos antes de nossa era já são vistos os primeiros sinais de vilas.
E neste momento o homem já estava se encontrando com alguns animais (insetos e ratos) que iriam se tornar sinantrópicos, pois ali encontravam alimento farto, proteção contra as intempéries e predadores.
A partir daí os que eram selvagens passaram a viver com o homem não retornando mais ao ambiente selvagem, pois neste novo ambiente era mais fácil viver.
Temos duas situações a serem analisadas. Uma é o ambiente humano dentro do qual estão os sinantrópicos. Outro é o ambiente natural onde o homem entra criando novas relações entre um organismo e o homem. Independentemente de qual ambiente estivermos falando sempre irá existir uma relação entre o homem e um agente. E estas relações é que deverão ser bem compreendidas para que possamos gerenciar o controle de forma adequada.
Na maioria das vezes o sinantrópico a ser controlado já não faz mais parte de um sistema ecológico equilibrado e o conseqüente aumento populacional não tem nada a ver com desequilíbrio ambiental no sentido pleno de ecossistema.
Mas sim com o meio criado pelo homem e sua irresponsabilidade com este meio criando todas as condições para a proliferação de ratos e insetos. O crescimento da dengue que o diga, cuja maior responsabilidade está na quantidade de recipientes existentes nos quintais, ruas, terrenos baldios e nas próprias residências ocupadas e desocupadas.
Tem exemplos de Prefeituras que numa atitude paternalista recolhe todo o lixo do peridomicílio sem nenhum comprometimento da comunidade e algum tempo depois está tudo igual. Alguma coisa está faltando.
O sistema ao qual passam a depender e participar é o meio humano, o antropossistema. O ambiente criado pelo homem para suprir suas necessidades e exigências não tem absolutamente nada a ver com um ecossistema tradicional é um novo ecossistema com relações muito especiais.
Há uma nova cadeia alimentar à qual estes sinantrópicos passam a fazer parte. A relação presa-predador é nova. Não há mais a relação homeostática característica dos ecossistemas naturais onde a população de ambo, presa e predador, está na dependência da melhor capacidade de adaptação de um deles.
Se a população de pragas aumenta a população de predadores aumenta e conseqüentemente a população praga diminui e assim também a de predadores. É lógico que não é uma relação direta uma vez que não existem relações específicas. Um predador preda diferentes espécies.
O ambiente humano cria todas as condições propícias ao crescimento da população sinantrópica, basicamente alimento, abrigo e clima.
Ambiente este que foi sendo gerado quando o homem começou a usar pele de animais, o fogo, cavernas e deixando de ser nômade para ser sedentário. São momentos de mudança cultural e comportamental que passaram a trazer para mais próximo do homem pulgas, carrapatos, piolhos ratos, etc.
Começa uma maior intimidade destes com o homem criando-se assim uma nova identidade para eles – sinantrópicos.
O ambiente humano cria novas condições de vida (alimento, abrigo, esconderijos, novos inimigos, novas relações hóspede-hospedeiro) a estes que começam a ter suas populações cada vez maiores.
Daí a necessidade de seu controle, tanto pelo fato de suas populações aumentarem cada vez mais como também por trazerem consigo novas patologias, ressurgimento de antigas e um maior número de agravos.
Esta relação com o homem é uma via de mão dupla. É o homem trazendo consigo condições de subsistência para estes sinantrópicos como entrando em seu ambiente com as conseqüências desta invasão.
Este é o outro lado da questão. Não é o ambiente onde o homem vive criando as condições para o sinantrópico e consequente aumento populacional. É a entrada do homem em ambientes equilibrados desestruturando-o e se aproximando de insetos e ratos existentes neste ambiente dentro de um equilíbrio natural, fazendo parte de uma cadeia alimentar específica.
Nesta situação o homem causa um desequilíbrio ambiental criando uma relação indesejada.
Situações deste tipo temos com a entrada do homem em ambientes onde o carrapato estrela (Amblyoma spp) mantem um ciclo silvestre e com sua população sob controle pela dificuldade em encontrar animais para manter o ciclo.
Entretanto quando o homem penetra neste ambiente seja para produzir alimento ou para lazer passa a fazer parte, acidentalmente, deste ciclo adquirindo, assim, a febre maculosa (Rickettsia rickettsii).
No período de outubro a fevereiro é onde a população adulta do carrapato está mais elevada e coincide com a época em que as pessoas procuram os sítios, chácaras, realizam as caminhadas ecológicas, vão em busca de aventura nestes ambientes selvagens.
O maior problema é que em muitas destas situações ele leva para este ambiente seus cães urbanos que também passam a fazer parte desta cadeia e podendo trazer para o ambiente urbano um carrapato silvestre e que pode acabar se adaptando no ambiente urbano fazendo seu ciclo entre os animais existentes neste meio. Não apenas os cães, mas eqüinos usados no trabalho de carroceiros. Isto sem falar nas criações de animais silvestres como fonte de proteína animal.
Vamos nos lembrar que a população de borrachudos tem aumentado consideravelmente no meio rural e nas cidades próximas pelo aumento de oferta de alimento, matéria orgânica jogada nas coleções de água como de sangue humano e animal.
A febre amarela e a hantavirose são outras situações que se encaixam neste conceito.
A urbanização destes agentes e vetores de ciclo silvestre é só uma questão de tempo, pois o homem não tem limites para a expansão de seus domínios.
Quando falamos em controle populacional devemos ter em mente estas duas situações para que tenhamos o cuidado de desenvolver metodologias gerenciais específicas para ambas tomando todo o cuidado para não impactarmos o ambiente de tal forma que a resposta seja um desastre maior.
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