A
palavra praga é mais bem definida no campo da agricultura. Ou seja, quando é
que um inseto, ou fase de sua evolução (lagarta) passa a ser denominada praga?
Determinado
inseto passa a ser uma praga e consequentemente, exige-se o início de controle,
quando este atinge determinada densidade populacional passando a causar
prejuízo econômico, por exemplo 20 insetos/m2.
Usando a conceituação do
Prof. Dr. Bráulio Santos da Universidade Federal do Paraná em seu trabalho
Pragas das plantas cultivadas – A origem e a importância dos insetos como
pragas das plantas cultivadas, podemos dizer que o conceito de praga sob o
ponto de vista agrícola está
baseado em sua densidade populacional. Dependendo de seu volume inicia-se ou não seu controle, cuja continuidade dependerá de levantamentos populacionais sistemáticos observando o momento certo de se usar produtos químicos ou interrompe-los.
Praga agrícola
ou florestal compreende uma população de organismos capazes de causar danos às
plantas, seus produtos e subprodutos. O dano pode afetar o rendimento do produto
ou sua qualidade, através do consumo direto dos tecidos ou órgãos da planta,
frutos ou sementes, sucção de seiva, transmissão de doenças, competição por
espaço e por nutrientes. Além disso, deve-se considerar o custo do controle
destas pragas.
Por praga
agrícola entende-se ainda: População de organismos que são capazes de reduzir a
quantidade ou a qualidade dos alimentos, rações, forragens, fibras, flores, madeiras durante
a produção, colheita, processamento, armazenagem, transporte ou uso.
O termo praga
pode ser caracterizado no sentido numérico (densidade populacional), onde uma
determinada população do inseto se evidencia com seus estragos, afetando a produção. Isto quer dizer que o fato de serem observados danos nas diferentes partes vegetais, não significa que a produção foi ou será afetada.
Esta
é uma característica da Saúde Pública, o trabalho preventivo.
Assim, precisamos usar um termo que melhor defina estes agentes de forma mais específica. Neste sentido seria mais correto usarmos o termo sinantrópico que significa aqueles animais que convivem com o homem independentemente de sua vontade, mas encontrando aí tudo o que necessita para se desenvolver.
Diferentemente
de animais domésticos que convivem com o homem por sua própria vontade, seja
como alimento, lazer, companhia ou mesmo transporte.
O sistema ao qual passam a
depender e participar é o meio humano, o antropossistema. O ambiente criado
pelo homem para suprir suas necessidades e exigências não tem absolutamente
nada a ver com um ecossistema tradicional é um novo ecossistema com relações
muito especificas.
A febre maculosa é mantida pelo carrapato Amblyoma spp nos animais silvestres fazendo a Rickettsia rickettsii circular infectando o homem ao entra em seus ambientes. É importante ressaltar que os cães que vão com seus donos para os sítios, por exemplo, podem trazer para o ambiente urbano o carrapato e consequentemente o parasita passando a fazer um ciclo urbano.
baseado em sua densidade populacional. Dependendo de seu volume inicia-se ou não seu controle, cuja continuidade dependerá de levantamentos populacionais sistemáticos observando o momento certo de se usar produtos químicos ou interrompe-los.
Na agricultura,
o conceito de inseto-praga está diretamente relacionado com os efeitos econômicos
produzidos pela sua alimentação nas plantas. Um só inseto jamais poderá produzir
um dano que compense a sua eliminação da cultura. Ou seja, o uso de agrotóxicos
não se justifica pelo aumento do custo podendo inviabilizar seu comércio com
lucratividade.
Apenas quando a densidade populacional atinge
determinada população, é que eles irão consumir uma quantidade de alimento que produzirá
um prejuízo para a planta explorada pelo homem.
determinada população do inseto se evidencia com seus estragos, afetando a produção. Isto quer dizer que o fato de serem observados danos nas diferentes partes vegetais, não significa que a produção foi ou será afetada.
O
conceito oficial de praga foi estabelecido pela FAO como sendo:
"Qualquer espécie, raça ou biotipo de vegetais, animais ou agentes
patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais".
Diferentemente
do campo agrícola, em Saúde Pública o uso de inseticidas e/ou raticidas não
está na dependência da densidade populacional do inseto ou rato, mas sim na sua
presença ou não. Na realidade o que
se espera é sua ausência.
Assim, precisamos usar um termo que melhor defina estes agentes de forma mais específica. Neste sentido seria mais correto usarmos o termo sinantrópico que significa aqueles animais que convivem com o homem independentemente de sua vontade, mas encontrando aí tudo o que necessita para se desenvolver.
Esta
é a terminologia mais adequada quando nos referimos a insetos e ratos que
convivem conosco. Denominação esta que vem dia a dia participando de diferentes
instrumentos legais como, por exemplo:
Protocolo de referência da ANVISA número 09 de 10 de novembro de 2011 Animais Sinantrópicos Nocivos para Prestadoras de Serviços na área aeroportuária e portuária.
Protocolo de referência da ANVISA número 09 de 10 de novembro de 2011 Animais Sinantrópicos Nocivos para Prestadoras de Serviços na área aeroportuária e portuária.
Instrução
Normativa nº 109 de 03 de agosto de 2006 do IBAMA que regulamenta o manejo e
controle da fauna sinantrópica nociva.
Resolução
RDC nº 326, de 09 de novembro de 2005 Repelentes - são formulações destinadas a
repelir animais indesejáveis (sinantrópicos).
Instrução
Normativa nº 141 , de 19 de dezembro de 2006 que revoga a IN 109 Regulamenta o
controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.
NBR
15.584/2008 que trata da gestão de qualidade para a aplicação da ABNT NBR ISSO
9001:2000 para certificação de desinsetizadoras algumas vezes usa o termo sinantrópicos
e outras usam o termo pragas.
Na maioria das vezes o
sinantrópico a ser controlado já não faz mais parte de um sistema ecológico
equilibrado e o consequente aumento populacional não tem nada a ver com
desequilíbrio ambiental no sentido pleno de ecossistema.
Este ambiente inicia quando o
homem passou a usar pele de animais, o fogo, cavernas e deixando de ser nômade
para ser sedentário. São momentos de mudança cultural e comportamental que
passaram a trazer para mais próximo do homem insetos e ratos.
Começa uma maior intimidade
destes com o homem criando-se assim uma nova identidade para eles – animais
sinantrópicos.
Há uma nova cadeia de relacionamentos
à qual estes sinantrópicos passam a fazer parte. Não há mais a relação homeostática característica dos ecossistemas
naturais onde a população de ambos está na dependência da melhor capacidade de
adaptação de um deles.
O ambiente humano cria todas
as condições propícias ao crescimento da população sinantrópica, basicamente
alimento, abrigo e clima e suas populações aumentam cada vez mais como também
por trazerem consigo novas patologias, ressurgimento de antigas e um maior
número de agravos.
Esta relação com o homem é
uma via de mão dupla. É o homem trazendo consigo condições de subsistência para
estes sinantrópicos como entrando em seu ambiente com as consequências desta
invasão.
Este é o outro lado da
questão.
Não é o ambiente onde o homem
vive criando as condições para o sinantrópico e consequente aumento
populacional. É a entrada do homem em ambientes equilibrados desestruturando-o
e se aproximando de insetos e ratos existentes neste ambiente dentro de um
equilíbrio natural, fazendo parte de uma nova relação entre diferentes espécies.
Nesta situação o homem causa
um desequilíbrio ambiental criando uma relação indesejada.
É o caso de algumas doenças
causadas por vetores e reservatórios que pelo fato do homem se deslocar para
áreas florestais através de caminhadas, acampamentos, hotéis fazenda,
restaurantes rurais, fazendas, sítios e outros acabam criando novos ciclos
epidemiológicos.
Entre estas temos como
exemplo, a leishmaniose onde o mosquito Lutzomia
spp vive em áreas florestais fazendo a Leishmania
circular entre os animais silvestres. O homem ao entrar neste ambiente
passa a ser um hospedeiro acidental contraindo a doença. O mesmo acontece nas
áreas urbanas onde áreas de matas acabam mantendo o inseto mantendo a doença
nos cães e o convívio humano acaba contaminando-o. No Paraná 276 dos 399 municípios tem endemicidade,
norte e oeste principalmente. Em Porto Alegre, RS, tem ocorrido casos nos
bairros, Aberta Morros, Lomba do Pinheiro, Belém Velho, Restinga.
A febre maculosa é mantida pelo carrapato Amblyoma spp nos animais silvestres fazendo a Rickettsia rickettsii circular infectando o homem ao entra em seus ambientes. É importante ressaltar que os cães que vão com seus donos para os sítios, por exemplo, podem trazer para o ambiente urbano o carrapato e consequentemente o parasita passando a fazer um ciclo urbano.
A
hantavirose é mantida por ratos silvestres que podem, em determinadas situações,
entrar nos ambientes onde o homem vive trazendo para ele o vírus. Outros fatos
podem trazer estes ratos para o ambiente urbano como na floração das
taquareiras que na busca de alimento vão para as cidades. Da mesma forma o
homem pode entrar nos ambientes onde estes animais vivem contraindo a doença.
O
borrachudo se desenvolve em águas correntes e sua população aumenta com o
aumento de matéria orgânica nas águas que é fonte de alimento para as larvas e
isto ocorre pela eliminação dos esgotos das residências nas águas correntes
como também o esterco de animais. Sua população aumenta ainda pelo aumento da
oferta de sangue fonte proteica para as fêmeas que precisam de proteínas no
sangue de animais de sangue quente para ovular. Os borrachudos são responsáveis
por doenças como oncocercose, mansonelose e febre hemorrágica de Altamira.
Quando falamos em controle
populacional devemos ter em mente estas duas situações para que tenhamos o
cuidado de desenvolver metodologias gerenciais específicas para ambas as
situações.
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