quarta-feira, 25 de maio de 2011

FEIJÃO CRU E RATOS

Em julho de 2008 encontrei uma postagem com este assunto ao qual respondi como abaixo e ainda bem que esta resposta correu tanto quanto correu a informação do uso desta técnica desastrosa como disse um dos que responderam a esta.

Entretanto o assunto continua correndo em inúmeros blogs e como disse uma das pessoas que respondeu ao que postei “parece que as pessoas acreditam mais em coisas erradas que as certas”. E talvez ele tenha razão, pois são inúmeras as postagens de que irão experimentar; de que o fizeram com resultados excelentes; técnicos orientando esta metodologia; blogs ditos técnicos dando esta informação como segura; etc.

Felizmente vários blogs têm publicado esta minha resposta com acolhimentos positivos e que espero ajude a entender que se deve ter muito cuidado com informações postadas como estas.

www.idealdicas.com/veneno-ecologico-para-matar-ratos/

mition.wordpress.com/.../utilidade-publica-veneno-ecologico-para-matar-ratos/

mariaafonsosancho.blogspot.com/.../mata-ratos-ecologico-de-gs-de-feijo.html –

monicaguidorizzi.wordpress.com/.../ratos-veneno-ecologico/

alentejano2004.blogspot.com/.../mata-ratos.html


Por esta razão volto a publicar, agora em meu blog, minha posição quanto a esta metodologia de desratização.

Li o artigo referente ao uso de feijão como raticidas e me chamou a atenção, o artigo e comentários, principalmente quanto ao fato de ser colocado como raticida natural e sem perigo aos humanos e animais domésticos. Chamou-me mais a atenção a disponibilidade pública destes comentários.

Para entender melhor o assunto conversei com um dos autores do trabalho original, VALOR NUTRICIONAL DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris, L.),CULTIVARES RICO 23, CARIOCA, PIRATÃ-1 E ROSINHA-G2, Prof. Pedro Antunes do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial da Universidade Federal de Pelotas.

O prof. Antunes tinha pós-doutorado na França. Foi um dos criadores do curso de pós-graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial da Universidade, notabilizando-se por intensa participação na área da pesquisa e da pós-graduação na UFPel.


Ele já havia lido este post e ficou chocado com as colocações publicadas uma vez que ele não teve a intenção de mostrar efeito raticida no teste, mas sim demonstrar o efeito tóxico no produto cru e a ausência de toxicidade no produto cozido.

Ficou mais constrangido ainda com o fato de estar postado que ele não é tóxico para animais domésticos e humanos. O feijão cru é tóxico para qualquer ser vivo inclusive humano, depende da dose – TEM CONTRA INDICACÃO SIM E MUITAS.

Por isto é muito perigoso publicar assuntos que possam vir a criar mais problemas que soluções.

Na realidade os ratos não morrem por falta de alguma substância que digira o feijão e que o envenenamento ocorra por fermentação – envenenamento natural, mas sim pela presença de fatores Antinutricionais no feijão, soja e outras leguminosas: Antitripsina e Lectina.

A Antitripsina é uma proteína que inibe diversas enzimas proteolíticas, incluindo tripsina. Uma deficiência desta proteína é a causa de uma forma rara de enfisema.

Ainda pode causar hipertrofia pancreática e alterações metabólicas do pâncreas. A tripsina é uma enzima que atua no duodeno hidrolisando proteínas em Aminoácidos.

As Lecitinas são proteínas não imunológicas que aglutinam hemácias.

Estes efeitos deletérios acontecem principalmente em monogástricos uma vez que poligástricos são um pouco mais resistentes aos Antinutricionais.

Então o feijão cru é tóxico para qualquer monogástrico: humanos e animais.

Em um dos posts onde esta resposta foi apresentada aventou-se a possibilidade de que os ratos não têm a capacidade de vomitar “fisiologicamente falando”. Talvez esse detalhe tenha dado esse resultado grande de mortalidade.

Entretanto não tem nada a ver com a incapacidade de cuspir ou vomitar ou mesmo com a fermentação do feijão. A intoxicação ocorre pela presença de Antinutricionais
em algumas leguminosas como feijão e soja. Entre estes Antinutricionais estão a Lectina e a Antitripsina.

São estes que causam a intoxicação e estão presentes apenas nas leguminosas cruas.

Quando cozidas perdem sua toxicidade. A mortalidade ocorre única e exclusivamente pela intoxicação causada por estas substâncias. Isto é fato conhecido por vários pesquisadores da área nutricional.

Informação é fundamental, mas desde que seja de forma correta, com base científica

3 comentários:

  1. O professor Pedro Antunes morreu em Setembro de 2009.

    Tão feio você colocar mentiras na boca dele.

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  2. Bom dia Gabriel!
    Em primeiro lugar quero agradecer por visualizar meu blog. Acredito termos assuntos em comum
    Como você bem disse o Prof. Dr. Pedro Antunes veio a falecer em setembro de 2009
    Entretanto, caso você tenha prestado atenção no blog, a data constante no primeiro parágrafo é julho de 2008, onde tive o prazer de ler um blog de uma doutora em São Paulo, cujo nome me reservo o direito de não revelar, onde falava sobre este assunto e logo postei o blog o qual repeti na data de 25 de maio de 2011.
    Sendo assim a data em que o blog foi postado pela primeira vez, julho de 2008, foi quase um ano antes do falecimento do Prof. Dr. Pedro Antunes. Que espero seja o mesmo.
    Não tenho nenhuma necessidade de colocar palavras na boca de quem quer que seja. Tenho um nome a reputar e estou neste mercado de ensino e pesquisa há 34 anos.
    Cuidado com o que diz, pois palavras são mais fortes que ações.
    Um grande abraço,

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  3. Ótima contribuição.

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