quarta-feira, 28 de setembro de 2016

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE INSETICIDAS. PARTE 2

BICOS DE PULVERIZAÇÃO   
Nos bicos, o líquido sob pressão passa ao exterior através de um orifício produzindo uma película que se rompe em pequenas gotas.                         

Se o aplicador tiver escolhido e calibrado o tipo correto de bico para seu pulverizador seu trabalho terá bons resultados pois a eficácia com que o produto pulverizado chega ao alvo é função do bico.
O bico de pulverização é um conjunto de peças: o corpo é fixado à barra através de abraçadeira. Ao corpo é presa uma porca (sistema de rosca)  com a função de fixar um filtro e uma ponta. O filtro deve reter qualquer impureza.

Apesar de seu pequeno tamanho, o bico regula o fluxo do líquido, o tamanho das gotas e a forma da área pulverizada.
Os bicos estão desenhados de maneira que a pressão deve aumentar quatro vezes para que se duplique o fluxo através do orifício. Por esta razão o tamanho do orifício (abertura) e a pressão são características chaves no fluxo , e este pode variar selecionando-se bicos de diferentes tamanhos, ou ajustando-se a pressão.

Em um sistema de atomização convencional, o aumento da pressão aumenta o ângulo de pulverização ou a diminuição do diâmetro do bico reduz o tamanho das gotas e aumenta a largura da faixa de pulverização.
Bico com orifício circular apresenta jato cônico e deposição circular, enquanto que orifícios em forma de rasgo originam jatos em leque e a deposição linear.

 Alguns bicos apresentam em seu interior dispositivos (dutos helicoidais, caracóis) que dão uma rotação ao escoamento de líquido, produzindo-se variações do tipo de jato e do espectro de gotas (bico cônico).
Quanto à forma do jato os bicos podem ser de jato plano (ou leque), jato cônico vazio e jato cônico cheio.

Suas características são indicadas pelo número da ponta. Por exemplo um bico 8002 e um 8003 com uma pressão de 3 bar (1 bar = 14,5 psi ou lb/pol²) e ângulo de pulverização de 80º me fornecem, respectivamente,  vazões  de  0,79  e 1,2 litros/min.
Com o aumento da pressão há um aumento da vazão, mas diminui o tamanho da gota aumentando a deriva. Ou seja, com pressão maior há um aumento da velocidade das gotas, porem como elas são menores, elas perderão rapidamente esta velocidade aumentando a deriva. Se diminuirmos a pressão, diminuiremos a vazão, aumentando o tamanho da gota, mas diminuindo a cobertura.

Encontram-se no mercado os seguintes tipos de bicos:
Cônico: gotas de tamanho entre 50 a 300 mm.  
Leque: gotas de tamanho entre 300 a 500 mm.
 Defletor: formam gotas de tamanho acima de 500 mm

- Aumenta Pressão = Aumenta o ângulo do jato de pulverização
- Diminui Pressão = Diminui o ângulo do jato de pulverização



JATO PLANO COMUM
O jato emitido, na forma de um leque, tem uma forma elíptica estreita, com menor quantidade de líquido nas extremidades. Em função dessa característica, a pulverização dos bicos adjacentes deve sobrepor-se para a obtenção de uma distribuição uniforme de 1/3 de cada lado do jato.

As pontas de ângulos maiores produzem gotas menores mas podem operar com espaçamentos maiores ou mais próximas do alvo.
Estes bicos se fabricam em diversos tamanhos e ângulos de aplicação, ainda que os ângulos que se empregam com maior frequência sejam os de 80° e 110°.

O bico recomendado para a aplicação de inseticidas residuais é o marcado “8002” ( o que significa um ângulo de 80° e um gasto de 0,2 Usgal/min = 0,76 l/min).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JATO PLANO UNIFORME

Também chamado de jato plano contínuo, promove uma distribuição constante ao longo da faixa de deposição. A largura da faixa de deposição depende do ângulo do jato (80º ou 95º), altura da aplicação e pressão de trabalho, de acordo com as recomendações do fabricante.

A numeração dessas pontas segue o mesmo critério das pontas de jato plano comum, acrescida da letra E (even).

Estes bicos são desenhados para produzir faixas homogêneas de calda sem necessidade de se sobrepor bandas adjacentes.
 
 
 
 




BICOS DEFLETORES
Produzem gotas mediante o impacto de um jato de água sobre uma superfície defletora, que produz um padrão de aspersão com um ângulo amplo. As gotas maiores caem sobre os bordos externos da faixa, de forma que o padrão de aspersão não é completamente uniforme.

Estes bicos são usados em baixa pressão e se empregam pouco no controle de vetores, exceto, ocasionalmente, para o controle de larvas de mosquitos. Deverão evitar-se aquelas com orifícios menores que produzem um gasto menor que 0,6 litros/min a 15 psi (1 bar), já que produzirão gotas muito pequenas que podem dissipar-se facilmente
Essa ponta produz um jato plano com ângulo bem aberto (110° a 120°), permitindo maior espaçamento entre elas (até 1 m) ou alturas menores em aplicações de área total.

O orifício maior e sua forma arredondada produz menos entupimentos. O perfil de deposição com certo acúmulo nas extremidades, de maneira que há necessidade de uma sobreposição dos jatos adjacentes de 50%, para otimizar a uniformidade em aplicações  em área total.
Posicionando-se a ponta a 45° em relação vertical, também há melhoria na distribuição. A faixa de pressão para estas pontas é de 0,7 a 2 Kg/cm2, resultando em gotas grandes com bom controle da deriva.

A nomenclatura usual é com a letra “K” seguida de um número significando a vazão em décimos de galões por minuto, à pressão de 0,7 kg/cm2 (10 psi = 10 libras): K3 ou TK3 significa uma vazão de 0,3 gal/min (1,14 l/min) à pressão de 0,7 kg/cm2.
 
 
 

 
 BICO DE JATO CÔNICO VAZIO E CHEIO       
No cônico vazio o melhor efeito será obtido com gotas de diâmetros na faixa de 80 a 150mµ com pressão de 530 a 700 kPa(80 a 120 psi), diferentemente do que se obtem com os bicos de jato plano ou jato cônico cheio (em desuso), onde as gotas superam o diâmetro médio de 450mµ.
Para se obter o melhor efeito deve-se posicionar a uma distância mínima de 50 cm do alvo para que as gotas geradas tenham o tempo necessário para a sua formação final e a nuvem de gotas possua a turbulência necessária para se conseguir o efeito desejado.

O jato produz uma deposição circular com acúmulo de líquido na periferia do círculo e vazio no centro.
O núcleo está rodeado por um ou mais orifícios ou ranhuras.

Estes bicos são mais adequados para uma aplicação em folhagens já que as gotas chegam às folhas em várias direções contornando obstáculos e atingir o alvo e não apenas em um plano único como o produzido por um jato plano. É por isto que são as que se usam para o controle de carrapatos.
 Estes foram desenvolvidos a partir dos bicos de jato cônico vazio, baseado no conceito errôneo de que quanto maior é o volume melhor é a pulverização, ocasionando o abandono deste tipo de bico de pulverização.

A distribuição e deposição de gotas é semelhante ao  jato plano, maior deposição no centro e menor nas extremidades.
Os bicos de jato cônico cheio tem um furo na sua parte central o que dá origem à forma de cone cheio.

As gotas produzidas por esse tipo de ponta são maiores que as do cone vazio.
 
 
 
 
 
 
 
 
BICO DE JATO CHEIO

Estes bicos produzem um jato ou corrente delgada de líquido. Seu desenho é parecido ou de um bico de cone, exceto que não tem o núcleo ou rotor.
Estes bicos são usados para a injeção de inseticidas em ranhuras e orifícios para o controle de insetos como baratas e formigas.




Obs.: A literatura estará disponível na última parte deste assunto.





 

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