Nos bicos, o líquido sob pressão passa ao exterior através de um orifício produzindo uma película que se rompe em pequenas gotas.
Se o aplicador tiver escolhido e calibrado o tipo correto de bico para
seu pulverizador seu trabalho terá bons resultados pois a eficácia com que o
produto pulverizado chega ao alvo é função do bico.
O bico de pulverização é um conjunto de peças: o corpo é fixado à barra
através de abraçadeira. Ao corpo é presa uma porca (sistema de rosca) com a função de fixar um filtro e uma ponta.
O filtro deve reter qualquer impureza.
Apesar de seu pequeno tamanho, o bico regula o fluxo do líquido, o
tamanho das gotas e a forma da área pulverizada.
Os bicos estão desenhados de maneira que a pressão deve aumentar quatro
vezes para que se duplique o fluxo através do orifício. Por esta razão o
tamanho do orifício (abertura) e a pressão são características chaves no fluxo
, e este pode variar selecionando-se bicos de diferentes tamanhos, ou
ajustando-se a pressão.
Alguns bicos apresentam em seu
interior dispositivos (dutos helicoidais, caracóis) que dão uma rotação ao
escoamento de líquido, produzindo-se variações do tipo de jato e do espectro de
gotas (bico cônico).
Quanto à forma do jato os bicos podem ser de jato plano (ou leque), jato
cônico vazio e jato cônico cheio.
Suas características são indicadas pelo número da ponta. Por exemplo um
bico 8002 e um 8003 com uma pressão de 3 bar (1 bar = 14,5 psi ou lb/pol²) e
ângulo de pulverização de 80º me fornecem, respectivamente, vazões
de 0,79 e 1,2 litros/min.
Com o aumento da pressão há um aumento da vazão, mas diminui o tamanho da
gota aumentando a deriva. Ou seja, com pressão maior há um aumento da
velocidade das gotas, porem como elas são menores, elas perderão rapidamente
esta velocidade aumentando a deriva. Se diminuirmos a pressão, diminuiremos a
vazão, aumentando o tamanho da gota, mas diminuindo a cobertura.
Encontram-se no mercado os seguintes tipos de bicos:
Cônico: gotas de tamanho entre 50 a 300 mm. Leque: gotas de tamanho entre 300 a 500 mm.
Defletor: formam gotas de tamanho acima de 500 mm
- Aumenta Pressão = Aumenta o ângulo do jato de pulverização
- Diminui Pressão = Diminui o ângulo do jato de pulverização
JATO
PLANO COMUM
O jato emitido, na forma de um leque, tem uma forma elíptica estreita,
com menor quantidade de líquido nas extremidades. Em função dessa
característica, a pulverização dos bicos adjacentes deve sobrepor-se para a
obtenção de uma distribuição uniforme de 1/3 de cada lado do jato.
As pontas de ângulos maiores produzem gotas menores mas podem operar com
espaçamentos maiores ou mais próximas do alvo.
Estes bicos se fabricam em diversos tamanhos e ângulos de aplicação,
ainda que os ângulos que se empregam com maior frequência sejam os de 80° e 110°.
O bico recomendado para a aplicação de inseticidas residuais é o marcado
“8002” ( o que significa um ângulo de 80° e um gasto
de 0,2 Usgal/min = 0,76 l/min).
Também chamado de jato
plano contínuo, promove uma distribuição constante ao longo da faixa de
deposição. A largura da faixa de deposição depende do ângulo do jato (80º ou
95º), altura da aplicação e pressão de trabalho, de acordo com as recomendações
do fabricante.
A numeração dessas pontas
segue o mesmo critério das pontas de jato plano comum, acrescida da letra E
(even).
Estes bicos são desenhados
para produzir faixas homogêneas de calda sem necessidade de se sobrepor bandas
adjacentes.
BICOS
DEFLETORES
Produzem gotas mediante o impacto de um jato de água sobre uma superfície
defletora, que produz um padrão de aspersão com um ângulo amplo. As gotas
maiores caem sobre os bordos externos da faixa, de forma que o padrão de
aspersão não é completamente uniforme.
Estes bicos são usados em baixa pressão e se empregam pouco no controle
de vetores, exceto, ocasionalmente, para o controle de larvas de mosquitos.
Deverão evitar-se aquelas com orifícios menores que produzem um gasto menor que
0,6 litros/min a 15 psi (1 bar), já que produzirão gotas muito pequenas que
podem dissipar-se facilmente
Essa ponta produz um jato plano com ângulo bem aberto (110° a 120°),
permitindo maior espaçamento entre elas (até 1 m) ou alturas menores em
aplicações de área total.
O orifício maior e sua forma arredondada produz menos entupimentos. O
perfil de deposição com certo acúmulo nas extremidades, de maneira que há
necessidade de uma sobreposição dos jatos adjacentes de 50%, para otimizar a
uniformidade em aplicações em área total.
Posicionando-se a ponta a 45° em relação
vertical, também há melhoria na distribuição. A faixa de pressão para estas
pontas é de 0,7 a 2 Kg/cm2, resultando em gotas grandes com bom
controle da deriva.
A nomenclatura usual é com a letra “K” seguida de um número significando
a vazão em décimos de galões por minuto, à pressão de 0,7 kg/cm2 (10
psi = 10 libras): K3 ou TK3 significa uma vazão de 0,3 gal/min (1,14 l/min) à
pressão de 0,7 kg/cm2.
BICO DE
JATO CÔNICO VAZIO E CHEIO
No cônico vazio o melhor efeito será obtido com gotas de diâmetros na
faixa de 80 a 150mµ com pressão de 530 a 700 kPa(80 a 120 psi), diferentemente
do que se obtem com os bicos de jato plano ou jato cônico cheio (em desuso),
onde as gotas superam o diâmetro médio de 450mµ.
Para se obter o melhor efeito deve-se posicionar a uma distância mínima de 50 cm do alvo para que as gotas geradas tenham o tempo necessário para a sua formação final e a nuvem de gotas possua a turbulência necessária para se conseguir o efeito desejado.
BICO DE
JATO CHEIO
Obs.: A literatura estará disponível na última parte deste assunto.
Para se obter o melhor efeito deve-se posicionar a uma distância mínima de 50 cm do alvo para que as gotas geradas tenham o tempo necessário para a sua formação final e a nuvem de gotas possua a turbulência necessária para se conseguir o efeito desejado.
O jato produz uma deposição circular com acúmulo de líquido na periferia
do círculo e vazio no centro.
O núcleo está rodeado por um ou mais orifícios ou ranhuras.
Estes bicos são mais adequados para uma aplicação em folhagens já que as
gotas chegam às folhas em várias direções contornando obstáculos e atingir o
alvo e não apenas em um plano único como o produzido por um jato plano. É por
isto que são as que se usam para o controle de carrapatos.
Estes foram desenvolvidos a partir
dos bicos de jato cônico vazio, baseado no conceito errôneo de que quanto maior
é o volume melhor é a pulverização, ocasionando o abandono deste tipo de bico
de pulverização.
A distribuição e deposição de gotas é semelhante ao jato plano, maior deposição no centro e menor
nas extremidades.
Os bicos de jato cônico cheio tem um furo na sua parte central o que dá
origem à forma de cone cheio.
As gotas produzidas por esse tipo de ponta são maiores que as do cone
vazio.
Estes bicos produzem um jato ou corrente delgada de líquido. Seu desenho
é parecido ou de um bico de cone, exceto que não tem o núcleo ou rotor.
Estes bicos são usados para a injeção de inseticidas em ranhuras e
orifícios para o controle de insetos como baratas e formigas. Obs.: A literatura estará disponível na última parte deste assunto.
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