SINTOMAS NA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
· Aproximadamente 15% das
infecções fetais resultam em morte intra-uterina.
· Dos 85% que nascem, 80%
desenvolvem lesões oculares ou desordens cerebrais tardias na vida na
adolescência e fase adulta.
· Tem sido estimado que mais
de 9% de deficiência mental está associada à infecção toxoplásmica congênita.
· Nos testes incertos a
conduta correta seria repetir os exames três semanas após a primeira coleta do
soro, acompanhando, portanto estes pacientes.
· A maioria dos recém-nascidos
são assintomáticos ao nascer. Menos de 30% nascem com sintomas de lesões
oculares, calcificações intracranianas, lesões na pele e gânglios aumentados
por todo o corpo.
· Os que nascem sem sintomas
de mães positivas durante a gravidez, se não tratados, apresentam risco de
desenvolvê-los posteriormente. Além de lesões oculares graves, podem apresentar
surdez, atraso do desenvolvimento mental podendo evoluir para o óbito.
· Observar adolescentes e
adultos que de uma hora para outra referem visão turva periodicamente com
gânglios inodoros e aumentados na região do pescoço.
TOXOPLASMOSE OCULAR: A toxoplasmose é responsável pela retinocoroidite,
lesão mais frequente associada à doença ocular, em 30% a 60% dos pacientes.
O primeiro local de
infecção por T.gondii é a retina, e as lesões causadas pela doença levam
a cicatrizes e/ou perda da função visual, especialmente quando a região da
mácula está envolvida. Uma vez estabelecida, a cicatriz permanece por toda a
vida.
Em humanos a infecção por T.gondii
é considerada a causa mais comum de inflamação do segmento posterior do
olho, que compreende a retina, a coroide e o nervo óptico.
Na retinite, a inflamação
inicia-se rapidamente, e permanece por um a dois meses; provavelmente por
ruptura de um cisto e sensibilidade do hospedeiro podendo ocasionar necrose
retiniana. Seu sistema imunológico é capaz de inibir a proliferação dos
organismos liberados.
No Rio Grande do Sul, por
exemplo, a região noroeste apresenta a maior ocorrência mundial de toxoplasmose
ocular, com prevalência de 17,7% na população rural de Erechim (2003).
QUADRO CLÍNICO HUMANO EM IMUNOCPOMPETENTES: O doente de
toxoplasmose pode apresentar um ou mais destes sinais dependendo da evolução da
doença e/ou fase em que foi identificada. Pessoas imunocompetentes normalmente
não apresentam sintomas quando infectados. Ocasionalmente pode ser observada
linfoadenopatias.
•
Manchas pelo corpo • Cansaço
• Ínguas indolores generalizadas – pescoço principalmente
• Alterações reprodutivas
• Dores musculares e articulares
• Mal estar
• Hidrocefalia
• Confusão mental
• Dor de cabeça
• Cegueira
• Aborto
• Natimorto
• Má formação fetal
• Convulsões
• Febre
• Tremores
• Hepato e esplenomegalia
• Visão borrada periódica
QUADRO CLÍNICO HUMANO IMUNODEPRIMIDO:
•
Dor de
cabeça • Quanto mais próxima da mácula maior a perda de visão
• Febre
• Comprometimento do cérebro, pulmões, olhos, coração
• Sonolência
• Diminuição da força generalizada ou de um dos lados
• Diminuição progressiva da lucidez
• Coma
• Óbito
QUADRO CLINICO EM CÃES: Da mesma forma, o quadro que
um determinado animal irá apresentar vai depender da fase de evolução da doença
podendo apresentar um ou vários destes sinais e sintomas.
•
Febre • Deficiência neurológica
• Vômito
• Inapetência
• Diarréia
• Emagrecimento
• Prostração
• Conjuntivite
• Espasmos
• Inflamação e aumento dos gânglios
• Inflamação do fígado
• Inflamação do baço
• Paralisia
QUADRO CLÍNICO EM GATOS:
•
Deficiência neurológica • Inflamação do fígado
• Inflamação do pâncreas
• Aborto
• Tosse
• Enfraquecimento
• Emagrecimento
• Inflamação muscular
• Inflamação e aumento dos gânglios
• Lesões oculares
QUADRO CLÍNICO EM BOVINOS:
•
Febre • Mortalidade rara
• Imune após infecções
• Respiração acelerada
• Dispnéia
• Tosse
• Ranger de dentes
• Inapetência
• Decúbito permanente
• Altera ganho de peso
• Altera conversão alimentar
QUADRO CLÍNICO EM CAPRINOS E OVINOS:
•
Febre • Anorexia
• Perda de peso
• Aborto na primoinfecção (30,7%)
• Falha na concepção (monta ou inseminação
• Natimortos
• Alterações neuromusculares
• Alterações oculares
• Cegueira
QUADRO CLÍNICO EM SUÍNOS:
•
Eczema de pele • Debilidade
• Vertigem
• Dispnéia
• Tremores musculares
• Orquite
• Febre alta
• Pneumonia
• Enterite
• Toxoplasma Isolado de leite, placenta e carne
• Nefrite
QUADRO CLÍNICO EM LEBRES E COELHOS:
•
Apatia • Inflamação do baço
• Capturado facilmente
• Pulmão hiperêmico
• Edema pulmonar
• Inflamação e aumento dos gânglios
• Fígado necrosado
QUADRO CLÍNICO EM GALINHAS, POMBOS, FAISÕES, PATOS E PAVÕES:
•
Estupor • Apatia
• Isolamento
• Andar para trás ou em círculos
• Desequilíbrio
• Contratura muscular
• Espasmos
• Cãibras
• Encefalite causando tombos
• Diarréia
• Possibilidade de passagem do parasita aos ovos
IMUNOLOGIA: Classicamente,
o diagnóstico da toxoplasmose é baseado na pesquisa de anticorpos contra o
parasita. Este é um
aspecto importante na toxoplasmose uma vez que a interpretação dos resultados
tem causado muitas divergências.
Para resumir um processo extremamente complexo, podemos dizer que nosso corpo trabalha basicamente com dois anticorpos chamados de IgM (imunoglobulina M) e IgG (imunoglobulina G).
Assim que um germe novo entra em nosso corpo, nosso sistema imune começa a produzir o anticorpo IgM, que é chamado de anticorpo de fase aguda. O IgM é um anticorpo menos específico, mas que consegue ser produzido em poucos dias. Na toxoplasmose é possível identificar IgM circulante 5 a 7 dias após a contaminação.
Depois de mais ou menos 4 semanas, quando o nosso sistema imune já conheceu bem o agente invasor, o corpo substitui o anticorpo IgM pelo anticorpo IgG, que é mais forte e mais específico contra a toxoplasmose. Portanto, depois de 4 semanas, o paciente deixa de ter IgM positivo e passa a ter apenas IgG positivo para toxoplasmose.
Resumindo, um paciente com toxoplasmose aguda tem IgM positivo, enquanto que um paciente que possui o parasita inativo no corpo apresentará IgG positivo. Quem nunca foi exposto ao toxoplasma tem IgM e IgG negativos.
Como a toxoplasmose não causa doença em 90% das pessoas, o único modo de saber se o paciente já foi exposto ao toxoplasma é através da dosagem do IgG para toxoplasmose.
· A infecção pode também produzir IgA, caso a transmissão tenha sido por
via oral.
· Pela técnica de imunofluorescência IgM pode ser dosado 1 a 2 semanas
depois do início da infecção, alcançando um pico em 6 a 8 semanas, quando então
declina.
· Títulos baixos podem persistir por mais de 12 meses.
· O anticorpo IgG persiste por toda a vida na maioria dos pacientes.
· Amostras com título de IgG igual ou maior que 1.024 é suspeita de terem
uma infecção recente durante a gravidez.
· Qualquer título de IgM traduz infecção recente independente da existência
ou não de IgG.
· A presença de IgM não significa uma infecção ativa. Pode significar apenas uma marca de contágio recente, porque IgM é
encontrado com certa freqüência, no soro por meses.
· Os testes sorológicos apresentam dificuldade de interpretação, mesmo
assim, mulheres grávidas devem, sistematicamente, ser testadas para IgG e IgM,
para distinguir as mulheres sem esses anticorpos (mulheres com risco à infecção
primária), das mulheres imunes (com anticorpos).