AGENTE:Toxoplasma gondii
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 10 a 23 dias quando a infecção provém da ingestão de carne mal cozida; de 5 a 20 dias em uma infecção associada a gatos.
PERÍODO PATOGÊNICO: Duas semanas
PERÍODO PRÉ-PATENTE: Oocisto: >20 dias; Taquizoítos: >19 dias; Bradizoítos:
3-10 dias e continua por até 14 dias quando há o aparecimento da imunidade.
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: No gato 9 dias. Provavelmente o
homem e cães não eliminem a forma infectante (esporozoitas).
TRANSMISSÃO: Através da ingestão de carne mal cozida ou crua com cistos;
pela ingestão de oocistos de mão contaminada por fezes de gato; transmissão
transplacentária; inoculação acidental de Taquizoítos ou pela ingestão de
oocistos infectantes na água ou alimento contaminado com fezes de gato; inalação
de oocistos esporulados. O leite de vacas e principalmente de cabras pode estar
infectado com Taquizoítos. A infecção por transfusão de sangue e transplante de
doador infectado é rara, porém pode ocorrer. Moscas e baratas podem transmitir
oocistos.
SINTOMAS: Dores musculares que persistem durante dias a semanas.
SINAIS: Geralmente assintomática, pode apresentar febre, linfoadenopatia,
linfocitose, problemas oculares, transmissão transplacentária, em que o feto
apresentará lesão cerebral, deformidades físicas e convulsões desde o
nascimento até um pouco depois. Pacientes imunodeficientes são mais acometidos
pela infecção, podendo apresentar cerebrite, corioretinite, pneumonia,
envolvimento músculo-esquelético generalizado, miocardite, rash maculopapular
e/ou morte. Toxoplasmose cerebral é um componente freqüente da AIDS.
CICLO: O hospedeiro definitivo são membros
da família dos Felídeos (gato p. ex.) enquanto que outros animais são os
hospedeiros intermediários.
NO HD ocorre a fase sexuada enteroepitelial e assexuada ou
extra-epitelial e nos HI a fase assexuada ou extra-epitelial.
FASE EXTRA-INTESTINAL –
EXTRA- EPITELIAL, ASSEXUADA OU ESQUIZOGONIA:
O gato libera oocistos que no
ambiente esporula e fica infectante se chamando Esporocisto com Esporozoitas em
seu interior.
Se o homem ingere carne crua
ou mal cozida ele estará ingerindo os cistos com Bradizoitas. Se ele entrar em
contato com o solo, água ou qualquer elemento contaminado com as fezes do gato
estará ingerindo o Oocisto esporulado ou Esporocisto contendo Trofozoitas com Esporozoitas.
estará ingerindo o Oocisto esporulado ou Esporocisto contendo Trofozoitas com Esporozoitas.
O homem ou outros animais,
inclusive o gato se contaminando com Esporocistos este se romperá por ação dos
sucos gástricos liberando esporozoitas
que estavam dentro dos Trofozoitas na luz intestinal que evoluem para
Merozoitas que invadem os enterócitos onde se reproduzem assexuadamente por
Endodiogenia.
Se estes HI ou mesmo o HD
ingerir Cistos com Bradizoitas o mesmo acima ocorrerá sendo que os Bradizoitas
serão liberados e se reproduzirão mais rapidamente caracterizando os
Taquizoitas. O restante do ciclo Assexuado será o mesmo para ambos hospedeiros
e ambas formas de contaminação.
Esta reprodução é rápida
originando os Taquizotas (tachys = rápido) caracterizando a fase aguda da
doença. Os Taquizoitos se apresentam no
líquido orgânico, excreções, secreções, células do SNC, células hepáticas,
pulmonares, nervosas, submucosas, musculares sobrevive poucas horas no ambiente
ou na carcaça.
Os
Taquizoítos (ou Trofozoítos) são formas de reprodução rápida, encontrados nos
tecidos durante a infecção aguda. São capazes de invadir qualquer tipo de
célula (exceto hemácias) onde se reproduzem por endodigenia (brotamento
interno de dois organismos) até que a célula hospedeira
morra, liberando centenas de novos taquizoítos que invadem outras células. Com o aparecimento da resposta imune, os taquizoítos virtualmente desaparecem, mas persistem no interior de certas células na forma de cistos.
morra, liberando centenas de novos taquizoítos que invadem outras células. Com o aparecimento da resposta imune, os taquizoítos virtualmente desaparecem, mas persistem no interior de certas células na forma de cistos.
A célula aumenta passando a
se chamar Esquizonte. A célula se rompe liberando os Taquizoitas que penetram
em novos enterócitos onde se reproduzem fazendo a célula aumentar passando a se
chamar Esquizonte que rompendo a célula liberam Taquizoitas e assim
sucessivamente.
O esquizonte pode ter no
seu interior Taquizoitas que são formados de 6 a 10 dias causando a infecção
aguda ou Bradizoitas formados de 6 a 10 meses causando a infecção crônica.
Alguns Taquizoitas entram no
sistema circulatório e linfático invadindo outros órgãos (rins, fígado,
intestino, glândulas salivares, SNC, músculo esquelético e cardíaco, pulmões,
etc.). Continuam entrando em novas células e se reproduzem.
Estes Taquizoitas são os
responsáveis pela transmissão transplacentária.
A fase crônica da infecção é o período em que se
instalam os processos imunológicos
de defesa do hospedeiro e é caracterizada pela
presença de Bradizoítos em um vacúolo citoplasmático, onde a membrana se
transforma na cápsula do cisto. Esta é resistente, isola o parasita dos
mecanismos imunológicos do organismo parasitado, com formação de cistos em muitos
locais, como na retina e no cérebro.
Com a resposta imune os
Taquizoitas passam a se reproduzir mais lentamente passando a se chamar
Bradizoitos (brady = lento), é a fase crônica da doença.
Os microrganismos contidos
nos cistos são chamados Bradizoítos (ou Merozoítos ou Cistozoitos) por serem
formas de multiplicação lenta ou de repouso. Admite-se que a cápsula do cisto
se desenvolva a partir da própria célula hospedeira, daí o cisto ser referido
como pseudocisto podendo conter centenas de parasitas compactamente
agrupados e persistir indefinidamente em qualquer tecido. Têm importante papel
na transmissão, quando ingeridos pelo homem ou carnívoros.
Os Bradizoitos se
apresentam no tec. Muscular esquelético, cardíaco, retina, tecido nervoso
vivendo alguns dias após a morte, é destruído pelo congelamento (- 13C por 24
h) ou cocção a 60°C por 20 minutos.
Estes cistos se formam no
cérebro, retina e outros locais
permanecendo viáveis nestes locais por muito tempo sendo que de tempos em tempos estes cistos se rompem
liberando os Bradizoitas que se transformam em Taquizoitas reinvadindo outras
células vindo mais uma vez a serem Bradizoitas dentro de cistos
Podem permanecer viáveis no hospedeiro por muito
tempo. Ainda não se conhece sobre esse mecanismo de persistência, porém, é
possível que os cistos rompam de tempos em tempos e os Bradizoítos se
transformem em Taquizoítos, re-invadindo as células dos hospedeiros e, mais uma
vez, vindo a ser Bradizoítos dentro de um novo cisto.
Novos cistos podem ser formados se o hospedeiro tiver
depressão em seu estado
imunitário, quando os Bradizoítos podem sair do cisto
e penetrar em outras células. Os cistos teciduais representam o estágio final
do ciclo biológico no hospedeiro intermediário e tornam-se imediatamente
infecciosos.
O gato come este HI (rato) ou
vísceras com cistos liberando os Bradizoitos no sistema digestivo que vão ao intestino
entrando nas células epiteliais começando a produção de oocistos.
Após o gato ingerir cistos ou
oocistos estes vão ao intestino e passam a se chamar Trofozoita. Por
ação das enzimas digestivas o Trofozoita libera os Esporozoitas que entram nos enterócitos (células das vilosidades intestinais) onde se divide assexuadamente formando inúmeros Esporozoitas que aumenta o tamanho da célula passando a se chamar Esquizonte.
ação das enzimas digestivas o Trofozoita libera os Esporozoitas que entram nos enterócitos (células das vilosidades intestinais) onde se divide assexuadamente formando inúmeros Esporozoitas que aumenta o tamanho da célula passando a se chamar Esquizonte.
A célula é rompida liberando
os Merozoitas que entram em novas células das vilosidades intestinais (epitélio
intestinal), se reproduzem assexuadamente, aumentam o tamanho das células
passando a se chamar Esquizonte quando rompe a célula liberando os Merozoitas
que entram em novas células recomeçando o ciclo.
FASE ENTEROEPITELIAL OU SEXUADA
O gato pode ingerir oocisto
esporulado onde cada oocisto tem dois esporocistos e cada um deles tem dois
Esporozoitos. Esta é uma das formas infectantes da toxoplasmose. Este oocisto
está no ambiente e foi eliminado com as fezes do gato. Estes oocistos
esporulados podem se encontrar na água, verduras, solo, grama, etc.
Outra forma do gato se
contaminar é por carnivorismo quando ingere animais que tenham cistos com
Bradizoitos em seus tecidos como ratos, pequenas aves e carne crua ou mal
cozida.
Estes Bradizoítos serão
liberados pela ação dos sucos digestivos, e penetrarão nas células epiteliais
do intestino delgado ou do cólon do felídeo.
Após uns 05 dias da infecção
onde ocorreram várias reproduções assexuadas ocorridas nas microvilosidades
intestinais (intestino delgado ou do colon) estas células transformam-se em
Esquizontes formando Merozoitas (Bradizoitos).
Estes invadem outras células
epiteliais e prossegue o processo de multiplicação assexuada. O processo
sexuado inicia-se após alguns dias da infecção quando alguns Merozoítos
originam em algumas células da parede intestinal, os Macrogametócitos
(feminino) e em outras os Microgametócitos (masculino). Estes evoluem para
Macrogameta e Microgametas.
Os Microgametas deixam as
células da parede intestinal e vão à luz intestinal sendo atraídos pelos
macrogametas que penetrando na célula se unem ocorrendo a fecundação. Forma-se o ovo ou zigoto que rompendo a membrana celular (parede cística) formam o Oocisto.
macrogametas que penetrando na célula se unem ocorrendo a fecundação. Forma-se o ovo ou zigoto que rompendo a membrana celular (parede cística) formam o Oocisto.
Estes migram para a luz
intestinal como oocisto imaturo, ou seja, não infectante. Só ficará infectante
quando for ao ambiente e esporular.
O gato começará a eliminar
oocistos imaturos entre 3 a 10 dias após a ingestão de Oocistos esporulados e
ficará eliminando oocistos imaturos após 1 a 2 semanas, eliminando ao redor de
100.000/g de fezes.
Estes Oocistos eliminados no ambiente contem um Esporocisto. Após 1 a 5 dias ficará esporulado e o Esporocisto se dividirá em dois e cada um terá quatro Esporozoitas quando estará na forma
infectante. Estes oocistos esporulados infectantes ficam no ambiente por anos, principalmente em ambiente úmido e poderá ser ingerido por diferentes espécies animais (rato, ovelha, cavalos, bovinos, cães, gatos, baratas, lagartixas, pequenas aves, etc.).
infectante. Estes oocistos esporulados infectantes ficam no ambiente por anos, principalmente em ambiente úmido e poderá ser ingerido por diferentes espécies animais (rato, ovelha, cavalos, bovinos, cães, gatos, baratas, lagartixas, pequenas aves, etc.).
Os gatos são capazes de
contaminar o ambiente apenas na fase jovem quando seu sistema imune não está
desenvolvido.
Normalmente os gatos têm as
manifestações clínicas da doença na fase adulta momento em que não elimina
Oocistos. Entretanto esta eliminação ocorre na fase jovem quando as
manifestações clínicas e patológicas não se manifestam.
Os
gatos em geral, não voltam a excretar oocistos quando reinfectados, pois
desenvolvem imunidade, devido à primeira infecção. Comprovou-se que essa
imunidade pode durar por até 6 anos em cerca de 55% de gatos sob condições
experimentais.
Entretanto
mesmo que venha a se contaminar após este período ele não eliminará oocistos
uma vez que seu sistema imune está ativo protegendo-o a não ser que venha a
ficar imunosuprimido (câncer, stress, uso de corticoides, outras doenças
imunodepressora) o que acarretará na manifestação da doença e eliminação de
oocistos.
Doença de evolução lenta, dura
semanas. Pessoas com defesa em boas condições pode regredir espontaneamente
depois de um mês. O parasita fica como que adormecido parecendo gripe. Se
ingerir outra vez o parasita não haverá doença pois o sistema já teve contato
com o parasita e aumentou suas defesas.
Caso o paciente tenha um quadro de
imunodepressão a doença se manifestará.
A fase aguda da infecção, ou seja, os primeiros
meses após o contágio, caracteriza-se por manifestações como uma discreta
subida da temperatura do corpo, sensação de cansaço, debilidade muscular e,
sobretudo, uma inflamação dos gânglios linfáticos, nomeadamente os da zona
lateral do pescoço e da nuca.
Nas fases mais avançadas, ou seja, a fase crônica
da infecção, igualmente assintomática, se desenvolvem cistos intracelulares em
vários tecidos do organismo, embora não implique no aparecimento de sinais ou
sintomas.
Por outro lado, nas pessoas cujo sistema defensivo
se encontra debilitado, como é o caso dos pacientes com SIDA, e nas pessoas afetadas
por alguma doença cancerosa em fase avançada, a toxoplasmose pode provocar
lesões graves, sobretudo no sistema nervoso central e no tecido pulmonar.
Como não desaparecem facilmente com o devido
tratamento, proporcionam com alguma frequência manifestações muito graves, tais
como tonturas, paralisia e cegueira, ou complicações que podem provocar a morte
do paciente. Nestes pacientes, embora o problema possa ser provocado por um
contágio recente, normalmente é produzido a partir de uma infecção crônica
provocada pelo Toxoplasma gondii, reativada
devido à imunodepressão.
A manifestação da doença, também como infecção
oportunista, pode ocorrer em
pacientes que receberam
transplante de órgãos e/ou de medula óssea.
A Dra Cibele Vargas em sua dissertação para obtenção
do grau de Mestre em Ciências Veterinárias, na Universidade Federal do Paraná
em 2006 diz que apesar da vasta literatura sobre toxoplasmose, dos avanços
clínicos e pesquisas científicas nas áreas de neonatologia, infectologia,
ginecologia e obstetrícia, muitos médicos e médicos veterinários ainda fazem
observações e recomendações equivocadas, tanto em relação aos animais, quanto à doença
em si.
Quase 80% dos pacientes com AIDS morrem por outras infecções que não pelo
vírus da imunodeficiência adquirida, e uma grande fração disto, é devido à
toxoplasmose.
TOXOPLASMOSE
NA GESTANTE: É importante frisar que o problema não está
naquelas mães que adquiriram toxoplasmose antes de estarem grávidas. As
mulheres que já apresentavam IgG positivo para toxoplasmose antes de estarem
grávidas, não correm risco de transmiti-la para seus fetos.
Na
forma congênita o parasita infecta a placenta e posteriormente o feto, que
podem apresentar lesões severas como hidrocefalias, calcificações cerebrais,
retinocoroidite, hepatoesplenomegalia e desordens convulsivas, bem como
nascimento de crianças normais que posteriormente apresentam alterações de
retinocoroidite, retardamento mental ou distúrbios psicomotores.
Como já foi dito antes, nestes casos, o
toxoplasma encontra-se adormecido nos tecidos musculares e o sistema imune da
mãe se encarrega de mantê-lo longe do feto. A única exceção ocorre em casos de
imunossupressão da gestante (AIDS, câncer, stress, uso de corticoides e outras
doenças imunossupressoras). Nestes casos, o toxoplasma adquirido anos antes
pode voltar a ativa e infectar o feto.
O risco está naquelas mães que nunca tiveram contato prévio com o toxoplasma, possuindo sorologia negativa, ou seja, IgM e IgG negativos para toxoplasmose. Estas são as gestantes sob risco, pois a toxoplasmose congênita ocorre quando mulheres adquirem o parasita durante a gravidez.
Portanto, se durante o exame pré-natal a futura mãe já tiver um IgG positivo para toxoplasmose, ela pode ficar tranquila, pois não corre risco de passar a doença para o feto a não ser imunodeprimida. Se, entretanto, ficar constatado que a mãe é IgG negativo, alguns cuidados devem ser tomados para que não se contamine durante a gestação.
O risco está naquelas mães que nunca tiveram contato prévio com o toxoplasma, possuindo sorologia negativa, ou seja, IgM e IgG negativos para toxoplasmose. Estas são as gestantes sob risco, pois a toxoplasmose congênita ocorre quando mulheres adquirem o parasita durante a gravidez.
Portanto, se durante o exame pré-natal a futura mãe já tiver um IgG positivo para toxoplasmose, ela pode ficar tranquila, pois não corre risco de passar a doença para o feto a não ser imunodeprimida. Se, entretanto, ficar constatado que a mãe é IgG negativo, alguns cuidados devem ser tomados para que não se contamine durante a gestação.
Lesões nos olhos provenientes da
infecção congênita geralmente não são identificadas ao nascimento, mas ocorrem
depois na fase adulta ou adolescência em 20-80% das pessoas infectadas. Por
esta razão crianças que informam borrões visuais esporadicamente, gânglios
aumentados principalmente na parte lateral do pescoço e manchas vermelhas pelo
corpo devem ser investigadas rapidamente.
Dependendo da semana gestacional a mulher pode apresentar
diferentes probabilidades de transmitir a doença ao seu filho: