quarta-feira, 29 de maio de 2024

TRANSFERENCIA HORIZONTAL DE INSETICIDAS EM BLATELLA GERMANICA - PARTE I

 Sempre tive muita dificuldade de entender a chamada transferência horizontal de inseticidas entre baratas como um fator de combate.

 Este tal efeito dominó já foi muito prometido por diferentes empresas fabricantes de inseticidas afirmando que uma barata se intoxicando com determinada isca transferiria este ativo para outras baratas pelo efeito de necrofagia.

 Até que em uma conversa com colegas da plataforma Pragflix sobre este assunto onde um deles, o Bruno se não me falha a memória, me alertou de que este fenômeno acontece sim e me indicou um trabalho sobre o assunto.

 A partir deste vi que o fenômeno acontece sim, mas não desta forma que as empresas propagavam, o tal de efeito dominó onde uma barata comia a isca morria e depois outras baratas comiam esta e iam morrendo. 

Isto é marketing, que é a ciência que estuda o mercado, com objetivo de criar e entregar valor para satisfazer necessidades e/ou desejos de um mercado consumidor. Muitas vezes criando uma idéia errônea do fato em si, mas querendo vender tal produto.

Não é bem uma completa mentira, mas também não é uma completa verdade. É uma linha tênue entre estes dois.

Procurei outras publicações para entender melhor o assunto e selecionei três os quais apresento a vocês para entendermos melhor este mecanismo e como ele realmente acontece.

 

Proceedings of the Sixth International Conference on Urban Pests William H Robinson and Dániel Bajomi (editors), 2008 Printed by OOK-Press Kft., H-8200 Veszprém, Pápai út 37/a, Hungary

 Factors affecting secondary kill of the german cockroach (dictyoptera: blattellidae) by gel baits.

Changlu Wang,  X. Yang, M.A. El-Nour, and G.W. Bennett

 Center for Urban and Industrial Pest Management, Department of Entomology, Purdue University, West Lafayette, IN 47907 USA 2Guangxi Department of Forestry, Nanning, Guangxi 530022, China

 Os pesquisadores relatam a morte secundária de Blatella germanica como sendo um reforço aos métodos de combate, no entanto os estudos foram baseados em cepas de laboratório e ninfas iniciais.


Foram realizados testes com iscas em gel com baratas de laboratório e de campo usando Acetamiprida a 0,35%, Fipronil a 0,01%, Hidrametilona a 2,15% e Indoxacarbe a 0,6%.

 Todas as iscas exibiram morte secundária contra vários estágios de desenvolvimento de B. germanica.

 A morte secundária é a mortalidade de baratas não expostas ao veneno, que pode ocorrer através da alimentação de baratas envenenadas (canibalismo ou necrofagia), excreções produzidas por baratas envenenadas (coprofagia) ou secreções orais, anais e sexuais transmitidas por baratas envenenadas (emetofagia).


 Os níveis de mortalidade secundária diminuíram de 100% nos primeiros ínstares para 12,1% em adultos machos. A cepa de campo foi muito menos suscetível que a cepa de laboratório, com apenas 9,2-16,6% de mortalidade secundária entre o 3º e 4º ínstares.

 O acetamipride causou mortalidade secundária significativamente menor nos primeiros ínstares da cepa de laboratório do que fipronil, hidrametilona e indoxacarbe.

 Em experimento avaliando o total de mortalidade direta, ou seja, morte após a ingestão da isca em todos os estágios foi de: acetamiprida (40%), hidrametilona (74%) e indoxacarbe (98,5%).

 A eficácia de uma isca é determinada principalmente por:

1) palatabilidade da isca; e

2) toxicidade e não repelência do princípio ativo utilizado na isca (Reierson, 1995).

 Além disso, a capacidade de causar morte secundária é relatada como um fator que contribui para a eficácia geral de uma isca.

 Cabe lembrar que uma barata envenenada, como outros animais, tem como mecanismo de defesa aumentar a defecação, inclusive com diarreia e vômito para tentar excretar o máximo possível de veneno.

 São procedimentos de desenvolvimento de resistência que vão evoluindo até que elas consigam eliminar o máximo possível e assim não sofrerem o efeito de intoxicação.

 Resistência é a capacidade de alguns indivíduos da população do sinantrópico em sobreviver a doses do inseticida que seriam letais para a maioria dos indivíduos da população.

 A resistência é uma característica genética, no qual alguns indivíduos são dotados de mecanismos capazes de evitar ou impedir que os inseticidas atuem no processo de intoxicação, estes mecanismos são encontrados de forma espontânea na população de insetos e estão presentes, mesmo sem a exposição do inseto a qualquer componente domissanitário.

 Fato importante é que, sendo a resistência uma característica genética ela é transmitida de pais para filhos.

 Diversos fatores atuam em conjunto no mecanismo de resistência. Um deles é o kdr que seria resistência ao knockdown causado por modificação nos canais de Na impedindo a ação dos piretróides.

 Porque dizemos que o vômito, a diarreia são mecanismos de resistência?

 Porque são mecanismos que o sinantrópico tem por efeito mutagênico, e, portanto, passa de geração a geração, que o auxilia a não sofrer os efeitos de determinados inseticidas como estes citados e outros como alteração na cutícula, mecanismos defensores no sítio de atuação de determinado grupo químico e outros.

 Por esta razão é que morte secundária por coprofagia e emetofagia serão mais ou menos eficazes dependendo de a capacidade da barata eliminar o ativo através das fezes e vômitos.

 Ou seja, quanto mais ele vomitar e defecar maiores serão as probabilidades de outras baratas comerem mais inseticida pela coprofagia e emetofagia e menos por canibalismo. (grifos meus)

 Neste trabalho o principal mecanismo de transferência foi atribuído à coprofagia. A natureza de ação lenta da hidrametilona foi reconhecida como sendo importante por seu efeito em baratas não expostas. Hidrametilona exerceu seu maior efeito nos ínstares iniciais através da coprofagia.

 Os níveis de mortalidade secundária variaram de acordo com o ingrediente ativo e a formulação (Gahlhoff et al., 1999; Buczkowski and Schal, 2001b). As iscas de hidrametilona e fipronil foram mais eficazes do que abamectina.

 As formulações em gel resultaram em maior mortalidade secundária do que as formulações em pó ou iscas sólidas (Buczkowski and Schal, 2001b).

 Se comparou o efeito de morte secundária com iscas em gel contendo noviflumuron a 0,5% e hidrametilona a 2,15% contra os primeiros estágios de B. germânica (Smith et al, 2002).


Estas ninfas receberam comida de cachorro e fezes excretadas das baratas intoxicadas. Após 14 dias de exposição, fezes contendo noviflumuron e hidrametilona causaram 65 e 83% de mortalidade respectivamente.

 Ao contrário da hidrametilona, o indoxacarbe é um composto de ação muito rápida que causou, em laboratório, 100% de knockdown dentro de algumas horas a 24 após a ingestão da isca.

 Baratas intoxicadas com Indoxacarbe eliminaram uma excreção líquida anal 24h após a ingestão da isca e eram encontradas “coladas” no piso por esta excreção até a morte sendo que esta excreção causou mortalidade secundária significativa em baratas adultas.

 Apesar da morte secundária ter sido relatada por vários autores, sua importância relativa não é clara. 

Da mesma forma cepas de laboratório são mais susceptíveis a inseticidas que cepas de campo.

A cepa de campo ingere menos isca gel do que a cepa de laboratório pela grande oferta de alimento no campo.

Percebeu-se que baratas de laboratório tem uma ingestão de dieta única porque é só isto que tem e as de campo tem uma dieta mais variada pela diversidade alimentar existente. Por alguma razão ainda não explicada as baratas de laboratório ingerem isca gel mais facilmente que as de campo.

Neste trabalho se manteve as baratas de campo em dieta variada para manter as características de forrageamento delas no campo.

Se incluiu uma cepa de laboratório neste estudo para se detectar mudanças na morte secundária entre os estágios de desenvolvimento, porque a cepa de laboratório tem maior probabilidade de exibir mortalidade secundária por iscas do que as cepas de campo.

Neste experimento doadoras são as baratas que ingerem o gel e receptoras aquelas baratas que não tiveram contato com o gel se alimentando por necrofagia, coprofagia e/ou emetofagia.

Mortalidade primária ocorre nas baratas que morreram por ingerir a isca diretamente.

A mortalidade secundária é aquela que ocorre com as baratas que ingeriram o inseticida através da necrofagia, emetofagia ou coprofagia da barata que teve mortalidade primária e mortalidade terciária ocorre nas baratas que comeram o inseticida pelas mesmas formas de baratas que tiveram mortalidade secundária. (grifo meu)

Alguns doadores de indoxacarbe 0,6%, fipronil 0,01% e acetamiprida 0,35% apresentaram sintomas de envenenamento muito rápido e alta suscetibilidade a esses compostos que são de ação rápida.

O indoxacarbe ingerido foi translocado de forma mais eficaz quando os receptores interagiram com doadores sintomáticos recentes na ausência de alimentos alternativos. 

Hidrametilona é um composto de ação lenta. O acetamipride teve menor mortalidade secundária do que hidrametilona e indoxacarb por serem de ação rápida e portanto, acabam morrendo antes de eliminar fezes e vômitos e com isto diminuindo a ingestão destes excretas com inseticida uma vez que a necrofagia não é muito comum.



Baratas mortas há mais de cinco dias perdem sua palatabilidade da mesma forma que as fezes e excreção bucal.

A exposição a doadores envenenados, suas fezes e excreções causaram mortalidades secundárias detectáveis em todos os estágios de baratas de laboratório e de campo.



 


 A mortalidade cumulativa é um índice epidemiológico que representa o risco de morrer, por exemplo, por determinada causa. Divide-se a população morta num determinado período de tempo pela população total exposta durante o mesmo período de tempo a esta mesma causa.

 A mortalidade cumulativa é a probabilidade ou o risco de um indivíduo da população morrer durante um período específico (10 dias) sob uma causa específica (inseticidas).

 Assim a taxa de mortalidade cumulativa acima descrita é o total de mortes de uma dada população exposta a diferentes inseticidas avaliada após 10 dias.(grifo meu)

 A necrofagia (canibalismo) não foi o principal mecanismo envolvido nas mortalidades secundárias.

 O acetamipride causou morte secundária significativamente menor contra os primeiros ínstares de laboratório em comparação com fipronil, hidrametilona e indoxacarbe.

 A cepa de campo foi mais resistente à morte secundária do que a cepa de laboratório.

 Houve uma clara relação inversa entre o estágio de desenvolvimento da barata e a mortalidade secundária.

 O primeiro instar da linhagem de laboratório e de campo foram muito mais suscetíveis à morte secundária do que os de 3º e 4º ínstares. Os adultos tiveram as menores mortalidades secundárias.




 Quanto menor a ninfa maior é o efeito de mortalidade secundária pela relação de maior quantidade de ativo ingerido (coprofagia, emetofagia e/ou necrofagia) com base em seu peso corporal.

 Também é relatado que ninfas pequenas são mais propensas à coprofagia que as demais.

 Com base em estudos anteriores, a linhagem de campo consome menos isca do que a de laboratório (Wang et al., 2004).

 É muito possível que as baratas de campo tenham sido mais tolerantes aos compostos testados do que de laboratório devido a múltiplas aplicações de inseticidas em apartamentos onde as baratas da linhagem de campo foram coletadas.

 Isto pode querer dizer que o veneno já havia causado a morte de baratas susceptíveis permanecendo as resistentes e quem sabe este processo de resistência esteja exatamente na eliminação do ativo via fezes e oral.

 O nível mais baixo de morte direta por hidrametilona pode ser parcialmente devido à sua ação mais lenta, que pode requerer mais de 5 d para exibir todo o seu potencial contra populações mistas (campo e laboratório) de B. germanica.


 A mortalidade secundária em baratas de campo é menor que de laboratório pelas seguintes razões: ambiente mais complexo (mais esconderijos) do que as de laboratório, mais fontes alimentares, limpeza do ambiente (retirando fezes e baratas mortas), menor consumo de iscas e maior tolerância aos ativos.

 As condições das baratas envenenadas, suas fezes e excreções podem ser afetadas pelas condições ambientais e atividades humanas. A oportunidade de escolha de alimentos devido aos baixos níveis de saneamento reduz a probabilidade de as baratas se alimentarem das baratas mortas com iscas ou de suas excreções.

 Além disso, as baratas de campo podem não comer tanta isca quanto aquelas em condições de laboratório devido às fontes de alimentos geralmente mais diversas, o que dilui a concentração de ingrediente ativo encontrada em cadáveres, fezes ou excreções de doadores.




 Portanto, o papel da morte secundária pode ser muito menor do que o testado em condições de laboratório, especialmente quando a mortalidade primária é baixa. A aplicação de uma maior quantidade de isca é importante para fornecer acesso direto ao número máximo de baratas no ambiente.

 Serão necessários mais estudos adicionais sobre a relação entre o nível de mortalidade secundária e as proporções doador/receptor para ajudar a entender melhor o papel da morte secundária na eficácia geral das iscas para baratas.

 RESUMO (grifos meus)

 1.      Pesquisadores relatam a morte secundária de Blatella germanica como um reforço aos métodos de combate

 2.      Os estudos foram baseados em cepas de laboratório e pequenas ninfas.

 3.      Foram realizados testes com baratas de laboratório e de campo usando Acetamiprid a 0,35%, Fipronil a 0,01%, Hidrametilona a 2,15% e Indoxacarb a 0,6%.

 4.      Todas as iscas exibiram morte secundária contra vários estágios

 5.      Os níveis de mortalidade secundária diminuíram de 100% nos primeiros ínstares para 12,1% em adultos machos.

 6.      O acetamipride causou mortalidade secundária significativamente menor.

 7.      A mortalidade direta foi maior com indoxacarb por ser de ação rápida.

 8.      Inseticidas de ação lenta (hidrametilona) causam mais transferência horizontal que de ação rápida.

 9.      Formulações em gel causaram maior mortalidade secundária que em pó ou sólidas.

 10.  Após 14 dias de exposição, fezes contendo noviflumuron e hidrametilona causaram 65 e 83% de mortalidade respectivamente.

 11.  O indoxacarb é de ação rápida causando, em laboratório, 100% de knockdown dentro de algumas horas a 24 após a ingestão da isca.

 12.  Cepas de laboratório são mais susceptíveis que cepas de campo.

 13.  A cepa de campo ingere menos isca gel do que a cepa de laboratório porque tem outras fontes alimentares.

 14.  Neste trabalho doadoras são as baratas que consumiram a isca em gel e receptoras as que ingeriram a isca de forma indireta por necrofagia, coprofagia e emetofagia.

 15.  O acetamipride teve menor mortalidade secundária do que hidrametilnon e indoxacarb por serem de ação rápida e acabam morrendo antes de eliminar fezes e vômitos diminuindo a ingestão destas excretas com inseticida.

 16.  Baratas mortas há mais de cinco dias perdem sua palatabilidade da mesma forma que as fezes e excreção bucal.

 17.  A necrofagia (canibalismo) não foi o principal causador de mortalidade secundária.

 18.  O primeiro ínstar da linhagem de laboratório e de campo foram muito mais suscetíveis à morte secundária do que os de 3º e 4º ínstares.

 19.  Adultos de campo e laboratório tiveram as menores mortalidades secundárias.

 20.  Quanto menor o estágio ninfal mais propensão à coprofagia.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Reierson, D.A. 1995. Baits for German cockroach control. pp. 231-265. In: Rust, M.K., Owens, J.M. and Reierson, D.A. eds. Understanding and Controlling the German Cockroach, Oxford University Press. New York, NY.

 Gahlhoff, J.E. and col. 1999. Secondary kill of adult male German cockroaches (Dictyoptera: Blattellidae) via cannibalism of nymphs fed toxic baits. J. Econ. Entomol. 92:1133-1137.

 Buczkowski, G. and Schal, C. 2001b. Transfer of ingested insecticides among cockroaches: effects of active ingredient, bait formulation, and assay procedures. J. Econ. Entomol. 94: 1229 – 1236.

 Wang, C. and col. 2004. Behavioral and physiological resistance of the German cockroach to gel baits (Dictyoptera: Blattellidae). J. Econ. Entomol. 97: 2067-2072.

 Smith, M.S. and col. 2002. Noviflumuron activity in household and structural insect pests. In Jones S.C., Zhai, J. and Robinson, 

W.H. eds. Proceedings of the 4th International Conference on Urban Pests, Pocahontas Press, Inc., Blacksburg, VA, pp. 345-353.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

GERENCIAMENTO DEMORCEGOS






LEGISLAÇÃO

Para entendermos melhor a questão do controle de morcegos precisamos primeiro conhecer a parte legal definida pelo IBAMA.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 141 , DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.

Art. 2º - Para os efeitos desta Instrução Normativa, entende-se por:

I - controle da fauna: captura de espécimes animais seguida de soltura, com intervenções de marcação, esterilização ou administração farmacológica; captura seguida de remoção; captura seguida de eliminação; ou eliminação direta de espécimes animais.

V - fauna sinantrópica nociva: fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que represente riscos à saúde pública;

VI - manejo ambiental para controle da fauna sinantrópica nociva: eliminação ou alteração de recursos utilizados pela fauna sinantrópica, com intenção de alterar sua estrutura e composição, e que não inclua manuseio, remoção ou eliminação direta dos espécimes;

Art. 4º - O estudo, manejo ou controle da fauna sinantrópica nociva, previstos em programas de âmbito nacional desenvolvidos pelos órgãos federais da Saúde e da Agricultura, bem como pelos órgãos a eles vinculados, serão analisados e autorizados DIFAP ou pelas Superintendências do Ibama nos estados, de acordo com a regulamentação específica vigente.

§ 1º - Observada a legislação e as demais regulamentações vigentes, são espécies passíveis de controle por órgãos de governo da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente, sem a necessidade de autorização por parte do Ibama:

d) quirópteros em áreas urbanas e peri-urbanas e quirópteros hematófagos da espécie Desmodus rotundus em regiões endêmicas para a raiva e em regiões consideradas de risco de ocorrência para a raiva, a serem caracterizadas e determinadas por órgãos de governo da Agricultura e da Saúde, de acordo com os respectivos planos e programas oficiais;

§ 3º - A eliminação direta de indivíduos das espécies em questão deve ser efetuada somente quando tiverem sido esgotadas as medidas de manejo ambiental definidas no art. 2o.

Art. 5º - Pessoas físicas ou jurídicas interessadas no manejo ambiental ou controle da fauna sinantrópica nociva, devem solicitar autorização junto ao órgão ambiental competente nos respectivos Estados.

§ 1º - Observada a legislação e as demais regulamentações vigentes, são espécies sinantrópicas nocivas passíveis de controle por pessoas físicas e jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade, sem a necessidade de autorização por parte do Ibama:

a) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos, moscas e demais espécies nocivas comuns ao ambiente antrópico, que impliquem em transtornos sociais ambientais e econômicos significativos.

b) Roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Columba livia), observada a legislação vigente, especialmente no que se refere à maus tratos, translocação e utilização de produtos químicos.

§ 2º - Para as demais espécies que não se enquadram nos critérios estabelecidos nos itens anteriores, o manejo e controle somente serão permitidos mediante aprovação e autorização expressa do IBAMA.

Art. 7º - Fica facultada ação emergencial aos Ministérios da Saúde e ao da Agricultura, no que diz respeito ao manejo ambiental e controle da fauna sinantrópica nociva, observadas a legislação e as demais regulamentações específicas vigentes.

§ 1º - Ação Emergencial caracteriza-se pela necessidade premente de adoção de medidas de manejo ou controle de fauna, motivadas por risco de vida iminente ou situação de calamidade e deve ser comunicada previamente ao Ibama por meio de ofício, via postal ou eletrônica, de forma que lhe seja facultado indicar um técnico para acompanhar as atividades.

§ 2º - As atividades e resultados das ações emergenciais devem ser detalhados em relatório específico encaminhado ao Ibama 30 dias após sua execução.

Art. 8º - Fica facultado aos órgãos de segurança pública, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, o manejo e o controle da fauna sinantrópica nociva, sempre que estas representarem risco iminente para a população.

Depreende-se do que foi descrito acima que entidades governamentais (saúde, agricultura e ambiente) podem realizar o controle de morcegos sem a necessidade de pedir aprovação do IBAMA. Sejam estes, hematófagos e não hematófagos em áreas urbanas e Peri - urbanas.

Que o controle e manejo de morcegos por pessoas físicas ou jurídicas só poderá ser realizado mediante aprovação e autorização do IBAMA.

Caso estes representem risco imediato à população é facultado à polícia militar, corpo de bombeiros e defesa civil seu controle.

Art. 9º - As pessoas físicas e jurídicas atuando sem a devida autorização ou utilizando métodos em desacordo com a presente Instrução Normativa serão inclusas nas penalidades previstas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, sem prejuízos de outras

RESOLUÇÃO CFBio Nº 301, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2012.

Art. 3º Para os fins previstos nesta Resolução considera-se:

XII - Espécie nativa: refere-se a uma espécie ocorrente em sua área de distribuição natural;

XIII - Espécie exótica: refere-se a uma espécie ocorrente fora de sua área de distribuição natural;

XVII - Fauna silvestre: todos aqueles espécimes pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 2º Para a morte com minimização de sofrimento são inaceitáveis os

seguintes métodos:

a) embolia gasosa;

b) traumatismo craniano;

c) incineração in vivo;

d) hidrato de cloral (para pequenos animais);

e) cloreto de potássio sem anestesia profunda;

f) clorofórmio;

g) gás cianídrico e cianuretos;

h) descompressão;

i) afogamento;

j) exsanguinação (sem sedação prévia);

k) imersão em formalina e álcool, produtos de limpeza, solventes e laxativos;

l) bloqueadores neuromusculares (uso isolado de nicotina, sulfato de magnésio, cloreto de potássio e todos os curarizantes);

m) estricnina;

n) decapitação (exceto roedores de laboratório e peixes com utilização restrita e justificada);

o) congelamento rápido sem anestesia profunda;

p) hipotermia e resfriamento excetuando-se peixes, anfíbios e répteis.

 

PORTARIA CFBio Nº 148/2012

 

Art. 1º A captura pode ser realizada de forma manual, com equipamentos ou por armadilhas, seguindo as particularidades das espécies ou comunidades alvo do estudo devendo ser posicionadas em locais e horários de acordo com a biologia da espécie ou comunidade, e sua revisão deve ser efetuada no menor tempo possível, considerando a temperatura e insolação local, buscando reduzir o estresse e sofrimento do animal, devendo-se observar os tempos para revisão das armadilhas de acordo com o anexo I.


 
  Art. 4º A coleta de espécime animal ou de material biológico acompanhada de morte, quando for imprescindível ao alcance dos objetivos dos estudos, pesquisas, atividades de ensino e serviços em geral, deve ser realizada com minimização do sofrimento por meio de métodos que produzam inconsciência rápida e subsequente morte sem evidência de dor ou agonia, ou utilizando drogas anestésicas em doses suficientes para produzir a perda indolor da consciência, seguida de parada cárdio-respiratória de acordo com o anexo IV.

 


CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DOS MORCEGOS

O traço mais remoto da separação da linhagem humana dos demais primatas tem entre 5 e 6 milhões de anos. Os morcegos chegaram bem antes.

Dos mamíferos que começaram a ocupar o planeta após a extinção dos grandes lagartos, que dominaram o mundo até 65 milhões de anos atrás, eles estão entre os mais antigos.

O fóssil de morcego mais velho já encontrado tem cerca de 50 milhões de anos e mostra que os espécimes atuais se parecem muito com seu antepassado distante.


A capacidade de adaptação desses mamíferos levou-os a quase todos os lugares do planeta. Eles só não vivem em lugares muito frios como na Antártida. No total, são cerca de 1.000 espécies identificadas. Ou seja: aproximadamente um em cada quatro mamíferos é morcego.

No Brasil, há 138 espécies, espalhadas por todo o país. Há morcegos pequenos e leves, grandes e pesados, pretos, marrons e até vermelhos.

A maior espécie do mundo é a Pteropus giganteus, chamado de raposa-voadora que vive na Ásia e Oceania e pode chegar a quase 2 metros de envergadura. O menor morcego conhecido é o tailandês que pesa cerca de 2 gramas – menos que uma azeitona – e está entre os menores mamíferos do planeta.

No Brasil, a maior espécie é o carnívoro Vampyrum spectrum, encontrado na Amazônia, que atinge 1 metro de envergadura.



 


 

BioDiversity4All

 


São os únicos mamíferos que voam onde suas mãos evoluíram para asas, mas, tendo suas características semelhantes às mãos humana. Entretanto o voo não é simples, requerendo muita energia para isto. Para contornar esse problema, o morcego normalmente alça voo a partir de um ponto mais alto, caem alguns centímetros e, após ganhar velocidade, retoma a altitude.

Uma das razões de ficar de cabeça para baixo é a de facilitar o voo, basta se soltar e iniciar o movimento das asas.

A membrana lisa e contínua que forma suas asas impede a passagem de ar, ao contrário do que ocorre com as penas das aves, que são aerodinâmicas. Isso, aliado à enorme flexibilidade das asas articuladas, permite manobras radicais.

Um leve ajuste nos dedos é capaz de gerar ângulos variáveis, fazendo com que o vôo do morcego seja muito mais dinâmico que o de qualquer ave. Algumas espécies atingem velocidades de até 50 km/h.


O morcego emite ondas sonoras em freqüências inaudíveis para o ser humano que, ao encontrar um obstáculo, retornam e são captadas por seu ouvido especial. Pelo sinal reverberado, o morcego consegue medir a que distância está o objeto, qual seu tamanho, velocidade e até detalhes de sua textura.

Das quase 1.000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas, isto é, alimentam-se exclusivamente de sangue.

Os hematófagos têm especial preferência pelos pés dos humanos: os dedos são o alvo escolhido em 90% dos casos. A quantidade diária de sangue consumida pelos morcegos é muito pequena, variando de 15 a 20 mililitros por noite – cerca de duas colheres de sopa. Os morcegos vampiros ou hematófagos realizam um corte na pele do animal, com o auxílio dos incisivos e caninos.


O morcego-vampiro consegue perceber o calor da circulação sanguínea sob a pele das vítimas e usa este dom, chamado de termorrecepção, para mapear os vasos mais próximos da pele. Por isso sua mordida é cirúrgica, superficial e quase indolor. Ele usa a língua dobrada como um canudinho para colher o sangue que flui da ferida até se saciar.

Eles têm menos dentes que outros, com molares e pré-molares pouco desenvolvidos, abrindo espaço para grandes e afiados incisivos e caninos. É comum que os vampiros voltem a atacar a mesma vítima, usando a mesma ferida, para poupar o trabalho da mordida.



Em sua saliva há uma substância anticoagulante, que faz a ferida continuar sangrando além do tempo normal.


Das cerca de mil espécies de morcego que existem no mundo, 70% se alimentam de insetos são os mais importantes controladores dos insetos voadores noturnos,

Apenas um morcego é capaz de comer até 600 mosquitos em uma hora, ou seja, 3 mil insetos por noite.

Nos trópicos, os morcegos que se alimentam de frutas e néctar desempenham um papel vital na sobrevivência das florestas pluviais espalhando suas sementes, à medida que voam e fazem a digestão.

Os que se alimentam de néctar polinizam muitas plantas de valor nutritivo ou econômico, tais como as bananeiras, o agave e outras.







Em seu ambiente silvestre, muitas plantas que produzem frutos de importância na agricultura, como caju, figo, banana, manga, tâmara,e outras, dependem dos morcegos para polinização e dispersão de suas sementes.

Os morcegos são os únicos mamíferos que voam, chamam de "quirópteros", ou seja, os morcegos literalmente voam com as mãos (Chiro= mão + Ptero= asa).

Além de possuírem visão, muitas espécies de morcegos são capazes de voar e pegar insetos na total escuridão, graças a capacidade de emitir e detectar impulsos ultra-sônicos.

Durante o dia, dormem pendurados pelos pés em cavernas, forros de casas abandonadas ou árvores. Tem hábitos noturnos, portanto à noite saem à procura de alimento.

A maioria dos morcegos possui um sentido adicional, aliado aos cinco com que os humanos estão acostumados: a ecolocalização ou biosonar, trata-se de um poderoso e importante recurso para orientação à noite ou em ambientes escuros como cavernas e para captura de presas.

O morcego emite ondas ultra-sônicas, isso é, com freqüência muito alta, na faixa de 20 a 215 kHz, pelas narinas ou pela boca, dependendo da espécie.

Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com freqüência menor.


Esses ecos são recebidos pelo morcego e com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde vieram e nas direções de onde nenhum eco veio, os morcegos percebem se há obstáculos no caminho, as distâncias, as formas e as velocidades relativas entre eles, no caso de insetos voadores que servem de alimento, por exemplo.

A diversidade entre as espécies de morcegos é muito grande, mas há características comuns a todas. A reprodução, por exemplo. A maior parte das fêmeas tem apenas um filhote por ninhada. Os bebês-morcegos nascem sem pêlos e totalmente dependentes da mãe. 



Mamam por períodos que variam de duas a quatro semanas e daí em diante estão prontos para a vida adulta que pode ser relativamente longa, quando comparada à de outros mamíferos do mesmo porte. Há morcegos que chegam a viver até 30 anos.

Os morcegos costumam ser animais gregários, mas não são fiéis a um único grupo. Quando estão prestes a parir, as fêmeas se concentram em um mesmo abrigo, onde permanecem juntas até seus filhotes estarem aptos a buscar o próprio alimento. 

Em algumas espécies hematófagas, as fêmeas que não conseguem se alimentar são ajudadas por outras, que trazem comida para elas.

Um morcego recém-nascido se agarra à pele da mãe para ser transportado. Algumas fêmeas os transportam durante o vôo na busca de alimentos. Enquanto outras deixam em um berçário, podendo chegar ao redor de 4.000 por m².


 

Os morcegos freqüentemente formam colônias-berçário, com muitas fêmeas dando à luz na mesma área, seja uma caverna, um oco de árvores ou uma cavidade numa construção.

 Quando a mãe retorna, ela chama o filhote, e o filhote responde no meio da multidão de filhotes e ela o reconhece para dar de mamar.

Algumas fêmeas ao voltarem da alimentação ainda regurgitam alimento na boca de fêmeas que não conseguiram alimento.

Os filhotes (geralmente um por gestação e de uma a duas gestações por ano) nascem sem pêlos ou com uma pelagem tênue.

As glândulas mamárias podem estar situadas no abdome ou entre o peito e o ombro.



Embora a habilidade de voar seja congênita, imediatamente após o nascimento as asas ainda são pequenas demais para voar iniciando o vôo entre dois e quatro meses.         

Com a idade de dois anos os morcegos estão sexualmente maduros.

Os insetívoros têm um período de gestação de dois a três meses, enquanto que os fitófagos (frugívoros e polinívoros), em torno de três a cinco meses e os hematófagos ao redor de sete meses.

Há exceções como os morcegos do gênero Lasiurus, que costumam ter quadrigêmeos, e alguns morcegos Myotis, que podem ter três ou quatro gestações por ano. A expectativa de vida do morcego vai de quatro a trinta anos, variando muito conforme a espécie.

Morcegos que se alimentam de plantas costumam ter sua sazonalidade reprodutiva influenciada pela oferta dos frutos ou flores de que mais gostam, porém em alguns locais as variações no clima podem ser muito importantes.

 

GENERALIDADES SOBRE MORCEGOS

1. Voam à noite porque não tem glândulas sudoríparas.

2. Se deslocam pelos sons emitidos pelo nariz e boca recebendo pelas orelhas – targo.

3. O Desmoduns é o único que anda.



 4. Ficam de cabeça para baixo porque não tem calcanhar para apoiar e se levantar e a circulação, por isto, circula ao contrário.

5. Morcego vampiro só voa a mais ou menos 1 m do chão pela localização das presas. É a altura que suas presas estão.

6. Existem morcegos brancos (albinos) e são insetívoros.

 7. Os insetívoros se alimentam de cupins, uma das razões pelas quais ficam nos telhados usando a língua para captura-los.

8. Molossidae é o que vive nas casas e no sul principalmente Tardaridae. Comem 1 peso e meio deles por noite de insetos. Um único morcego é capaz de ingerir mais de 3.000 insetos e aumentar seu peso em até 40% o que é vital para o equilíbrio dos ecossistemas. Os morcegos são os maiores comedores de insetos do planeta, contribuindo para o controle de populações de moscas e mosquitos.

9. Pesam em média 40 g.

10. Caverna Bake Cave saem mais de 200 milhões por noite. É patrimônio da humanidade.

11. Entram no forro voando ou andando pelas paredes.

12. Podem viver mais de 30 anos no forro com várias gerações, ou seja, não é a idade individual mas de permanencia no ambiente.

13. O guano é formado por N e P principalmente, por ser feito de carapaças de insetoa triturados.

14. Ficam na chaminé e como é usada à noite é quando não estão lá. No porão, atrás de cortinas, entre paredes, telhado, entre prédios próximos, frestas, buracos de tijolos, caixa de ar, caixa de luz entrando pelo condutor.

15. A presença de fezes é indicativo e estas fezes ficam nos cantos.

16. O ideal é busca-los pela manhã nos esconderijos para captura.

17. Precisam de calor, umidade e escuridão.

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS

Olfato: O olfato é bem desenvolvido na maioria dos morcegos. É através dele que o morcego procura e identifica alimentos, além de reconhecer seus filhotes e companheiros de abrigo. Morcegos frugívoros podem achar seu alimento seguindo o cheiro da fruta madura.

Visão: Os morcegos não são cegos. Eles enxergam muito bem, tanto à noite quanto de dia. Grande parte dos morcegos enxerga apenas em preto e branco mas algumas espécies de frugívoros enxergam colorido. Eles utilizam a visão para escolher um alimento de sua preferência.

 Audição: A audição é talvez o sentido mais desenvolvido na maioria dos morcegos e ela faz parte de um mecanismo chamado eco-localização, que eles usam para se deslocar voando de um ponto a outro. Para isso, eles emitem um som, o qual as pessoas não conseguem ouvir: caso haja algum obstáculo na frente eles recebem esse som de volta em seus ouvidos, se o som não voltar, significa que não há obstáculo na frente e eles podem continuar voando.

 Memória: Como o uso da maioria dos sentidos faz os morcegos gastarem energia, a memória é bastante desenvolvida nesses animais. Por exemplo: para que eles possam retornar a um local onde sabem que tem alimento, fazem isso utilizando sua memória bem como ferohormônios deixados no local.

 O morcego do tipo Nectarívoro, ao se alimentar nas flores, fica com o focinho repleto de pólen e, à medida que vão de flor em flor, atrás de néctar, acabam por fazer a polinização das plantas.



 Pêlos: Uma característica dos mamíferos é ter pêlos cobrindo o corpo. Os morcegos possuem pêlos que além de protegê-los do perigo camuflando-os através da sua cor e padronagem, no inverno os mantêm aquecidos. O pêlo é mantido limpo através do hábito deles lamberem uns aos outros.

 Unhas: Suas unhas localizadas nos pés são capazes de mantê-los pendurados de cabeça para baixo durante um longo período. Morcegos Piscívoros usam suas unhas para capturar os peixes que irão comer.

 


MORCEGOS COMO RESERVATÓRIOS DE DOENÇAS

 Histoplasmose ou doença de Darling

É provocado por um fungo, que pode ser inalado na poeira contendo excrementos de pombos e morcegos que são carregados pelo vento com sintomas de uma gripe por várias semanas.

 Os esporos são absorvidos para os pulmões causando rouquidão de laringe. Vai desde infecção assintomática a uma infecção com febre, dor torácica, tosse, mal estar geral, anemia, hepatite, expectoração, e tremores.

 Usar máscaras ou lenços úmidos sobre o nariz e boca sempre que entrar em locais que servem de abrigo (forros, sótãos, etc.) para morcegos e pombos.

Criptococose, Blastomicose Europeia, Torulose ou Doença de Busse-Buschke

Infecção grave causada por um fungo transmitida pela inalação de poeira contendo fezes secas de pombos e morcegos contaminados.

 A criptococose é uma doença classificada como micose sistêmica, causada por fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo do caso, pode matar. As seguintes variantes (var.) do fungo Cryptococcus neoformans são comumente causadoras dessa doença: C. neoformans var. neoformans  (neoformans) e C. neoformans var. gatti (C. gattii)

 As manifestações clínicas da doença dependem do estado imunológico de cada indivíduo e do subtipo do fungo em questão. O surgimento de sinais e sintomas ocorre entre três semanas e três meses antes da internação hospitalar. 

 Os principais sintomas são:

 1) Criptococose pulmonar:

Febre, Tosse, Dor no peito, Perda de peso, Fraqueza

 2) Criptococose no sistema nervoso central:

Dor de cabeça, Febre, Náusea, Vômito, Confusão mental, Rigidez de nuca, Alterações de visão

 3) Criptococose cutânea:

  • Aparecimento de várias lesões avermelhadas, contendo secreção amarelada no centro, semelhantes a espinhas.
  • Aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo.

        Ÿ   Ulcerações ou massas subcutâneas, semelhantes a tumores.

 A criptococose pode atingir qualquer parte do corpo, causando lesões como as oculares e ósseas.

 Em pacientes imunocompetentes, observa-se meningoencefalite de forma aguda ou crônica, com dor nos olhos e na cabeça, usualmente sem febre ou com quadro febril pouco expressivo, que evolui para dor de cabeça intensa e presença de sinais mais graves, como estrabismo, paralisia facial e cegueira total ou parcial.



 

O principal reservatório do fungo é a matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas e cereais, e nas árvores. O fungo causador da doença também é encontrado nas fezes de aves, principalmente dos pombos. 

A variante C. neoformans, de caráter oportunista, representa a principal causa de meningoencefalite e morte em indivíduos com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids). No entanto, essa espécie também acomete indivíduos sem problemas de saúde em todo o mundo.

 

Já a variante C. gattii acomete crianças e jovens sem evidência de imunodepressão aparente, sendo de comportamento endêmico ou focal nas zonas tropicais e subtropicais, especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste do Brasil, incluído o semiárido, e, esporadicamente, nas demais regiões brasileiras.

 Não existe transmissão inter-humana dessa micose, nem de animais ao homem. No entanto, indivíduos, ou seja, os seres humanos, estão expostos à doença por meio da inalação dos fungos causadores da criptococose.

 Os esporos são absorvidos para os pulmões que apresentam características ótimas de umidade e temperatura.

Não existem medidas preventivas específicas. Entretanto, recomenda-se a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou aglomerado de pombos. 

 Medidas de controle populacional de pombos devem ser implementadas, como reduzir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos. Os locais onde existem acúmulos de fezes de aves devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, evitando a dispersão por aerossóis.

 Salmonelose

Transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de pombos e morcegos. É uma zoonose causando infecção intestinal, com febre, dores musculares e dor de cabeça. Podem ainda ocorrer dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia afetando principalmente idosos e crianças.

 Coronavirus

Coronavírus são vírus que podem causar problemas intestinais, respiratórios e até mesmo cerebrais, infectando mamíferos e aves. Tendo surgido pela primeira vez em morcegos.

 Em humanos, representam uma entre as diversas espécies de vírus que causam resfriados comuns.

 Tornaram-se mais conhecidos em 2003, quando um vírus do tipo foi estabelecido como causador da síndrome respiratória aguda severa (Sars).

 Os morcegos vampiros (Desmodus rotundus) são também hospedeiros de coronavírus.

  Pesquisas no campo da evolução molecular dos coronavírus indicam que os morcegos foram os hospedeiros nos quais essa espécie viral surgiu pela primeira vez.

OUTROS ASPECTOS SANITÁRIOS

 

  1. Protozoários, helmintos (cestoideos, trematódeos, nematódeos), carrapatos, ácaros, percevejo da cama.
  2. Único mamífero que não tem piolhos.
  3. Ninfas e adultos de barbeiro se alimentam do sangue de morcegos e se estiverem parasitados infectam o morcego e este pode liberar os parasitas nas fezes. Parece que foi isto que aconteceu em Belem do Pará que contaminou os frutos do açaí que estavam armazenados onde existiam muitos morcegos causando Mal de Chagas.
  4. Sintomas da infecção pulmonar são os típicos de pneumonia, com febre, tosse com expectoração e tremores.
  5. No entanto em indivíduos imunodeprimidos (como os doentes com AIDS ou com idade avançada), pode haver adenopatias (aumento no tamanho dos linfonodos) e, infecções do fígado e baço. Nestes casos, pode surgir doença crônica com febre, suores e mal estar, ou se a imunodepressão for maior, progressão rápida e fatal.
  6. Em pacientes com doença pulmonar crônica obstrutiva pode ocorrer pneumonia crônica semelhante à da tuberculose.
  7. Entre seus predadores naturais estão as cobras, gambás, gatos,Serpentes, Corujas, Ratos,  Gambás, Gaviões, Morcegos carnívoros (piscívoros) e tem como parasitas pulgas e carrapatos.

 

O COMBATE DE MORCEGOS

a. Visitar a casa durante o dia,

b. Olhar em volta para saber por onde entram,

c. No outro dia subir no telhado e ver por onde entra luz,

d. Usar EPI (máscara, luvas de raspa de couro, botas, etc.)

e. Pegar com puça ou rede,

f. Nos buracos fechar por dentro se puder. Com massa, espuma expansível, telas, etc.

g. Deixar um buraco aberto para sairem à noite, e depois que sairem fecha-lo,

h. Pode-se fechar por fora se não der por dentro,

i. Colocar telhas de vidro nos cantos ajuda,

j. Por causa do feromônio que deixam, após os espaços serem fechados, eles vão continuar voltando para tentar entrar por pelo menos uma semana,

k. Passam em frestas de um dedo,

l. Morcego come insetos sob luz de poste. Estãom acostumados com os sons da cidade. Então acender luz e fazer barulho não os afeta,

m. Depois que sairem e os espaços fechados deveráq ser feita uma vistoria no forro pois podem sobrar alguns, principalmente filhotes, que deverão ser capturados com puça ou mão,

n. O puça vai pega morcego quando estiver parado na parede nunca tentar pegar voando porque não vai conseguir pois eles se guiam pelo som,

o.  Gaiola para transportar tem em casa de pesca,

p. Eles só voam se iniciar em queda livre. Então quando levar os animais deixa-los no tronco de uma árvore, nunca no chão pois não vão conseguir levantar voo,

q. Pode-se usar saco de algoidão colocando uma colônia, normalmente 10, por saco,

r. Pode-se fazer uma peça grande de tecido ou tela com um buraco em baixo preso por velcrom que se abre em uma caixa de papelão para capturar um maior número de animais quando estiverem saindo do telhado,

s. Podem voar até 30km,

t. Ficam manchas escurars na parede que é a gordura do corpo mais do pescoço que é um feromônio que deixa um cheiro que eles identificam a quilômetro,

u. Pulverizar o forro com uma tampinha de lisoform diluida em 20 litros de água e pulverizar as fezes deixa secar e recolhe as fezes. Depois de tudo retirado borrifar  com um pulverizador costal a mesma calda no madeirame e teto para matar os fungos. O cheiro fica por uns dias. É formol e por isto usar EPI.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/criptococose-em-gatos

https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngicas/criptococose

https://mundoeducacao.uol.com.br › Biologia › Animais

 Projeto Morcego livre. www.morcegolivre.vet.br

 https://www.biologianet.com › Biodiversidade

https://www.ufsm.br › midias › arco › 9-curiosidades-

 https://pos.uel.br › wp-content › uploads › 2021/06 PDF

https://www.prefeitura.sp.gov.br › vigilancia_em_saude

 Instrução Normativa nº 141, IBAMA, de 19 de dezembro de 2006

Regulamentar o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.

 Resolução nº 301, de 8 de dezembro de 2012.

“Dispõe sobre os procedimentos de captura, contenção, marcação, soltura e coleta de animais vertebrados in situ e ex situ, e dá outras providências”.

 Portaria cfbio nº 148/2012

Regulamenta os procedimentos de captura, contenção, marcação e coleta de animais vertebrados previstos nos Artigos, 4º, 5º, 6º e 8º da Resolução CFBio nº 301/2012”.

 Morcegos, Ecologia e Saúde Pública. Wilson Uieda

Docente do Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências de Botucatu

e-mail: uieda@botunet.com.br

 Chave ilustrada para a determinação dos morcegos da Região Sul do Brasil

Curitiba, 2011

João M.D. Miranda, Itiberê P. Bernardi e Fernando C. Passos

Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres - UFPR

 Governo do estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Saúde, Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde, Divisão de Fatores de Riscos Biológicos

Manual para Manejo de Morcegos e controle da raiva

 Ministério da saúde, Morcegos em áreas urbanas e rurais:

Manual de manejo e controle, 1998. 2.a edição

 Governo do estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Saúde, Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde, Divisão de Fatores de Riscos Biológicos

Manual Técnico – Manejo de quirópteros em áreas urbanas Nº 7

 

Chiroptera Neotropical 16(1),July 2010

Morcegos urbanos: status do conhecimento e plano de ação para a conservação no Brasil

Susi M. Pacheco, Mirian Sodré, Adriana R. Gama, Angelika Bredt, Edna M. Cavallini-Sanches, Rosane V. Marques, Maricélio M. Guimarães & Gledson Bianconi

 

Ministério da Saúde

Secretaria de vigilância em saúde

Raiva humana transmitida por morcegos no Estado do Maranhão