Para entendermos melhor a questão do controle de morcegos
precisamos primeiro conhecer a parte legal definida pelo IBAMA.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 141 , DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.
Art. 2º - Para os efeitos desta
Instrução Normativa, entende-se por:
I - controle da fauna: captura de espécimes animais seguida de soltura, com
intervenções de marcação, esterilização ou administração farmacológica; captura
seguida de remoção; captura seguida de eliminação; ou eliminação direta de
espécimes animais.
V - fauna sinantrópica nociva:
fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a população humana,
causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que
represente riscos à saúde pública;
VI - manejo ambiental para
controle da fauna sinantrópica nociva: eliminação ou alteração de recursos
utilizados pela fauna sinantrópica, com intenção de alterar sua estrutura e
composição, e que não inclua manuseio, remoção ou eliminação direta dos
espécimes;
Art. 4º - O estudo, manejo ou controle da fauna
sinantrópica nociva, previstos em programas de âmbito nacional desenvolvidos
pelos órgãos federais da Saúde e da Agricultura, bem como pelos órgãos a eles
vinculados, serão analisados e autorizados DIFAP ou pelas Superintendências do
Ibama nos estados, de acordo com a regulamentação específica vigente.
§ 1º - Observada a legislação e as demais regulamentações vigentes, são
espécies passíveis de controle por órgãos de governo da Saúde, da Agricultura e
do Meio Ambiente, sem a necessidade de autorização por parte do Ibama:
d) quirópteros em áreas urbanas e peri-urbanas e
quirópteros hematófagos da espécie Desmodus
rotundus em regiões endêmicas para a raiva e em regiões consideradas de
risco de ocorrência para a raiva, a serem caracterizadas e determinadas por
órgãos de governo da Agricultura e da Saúde, de acordo com os respectivos
planos e programas oficiais;
§ 3º - A eliminação direta de indivíduos das espécies em
questão deve ser efetuada somente quando tiverem sido esgotadas as medidas de
manejo ambiental definidas no art. 2o.
Art. 5º - Pessoas físicas ou jurídicas interessadas no manejo ambiental ou
controle da fauna sinantrópica nociva, devem solicitar autorização junto ao
órgão ambiental competente nos respectivos Estados.
§ 1º - Observada a legislação e as demais regulamentações vigentes, são
espécies sinantrópicas nocivas passíveis de controle por pessoas físicas e
jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade, sem a necessidade de
autorização por parte do Ibama:
a) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos,
moscas e demais espécies nocivas comuns ao ambiente antrópico, que impliquem em
transtornos sociais ambientais e econômicos significativos.
b) Roedores sinantrópicos comensais (Rattus
rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Columba livia), observada a legislação vigente, especialmente no
que se refere à maus tratos, translocação e utilização de produtos químicos.
§ 2º - Para as demais espécies que não se enquadram nos critérios estabelecidos
nos itens anteriores, o manejo e controle somente serão permitidos mediante
aprovação e autorização expressa do IBAMA.
Art. 7º - Fica facultada ação emergencial aos Ministérios
da Saúde e ao da Agricultura, no que diz respeito ao manejo ambiental e
controle da fauna sinantrópica nociva, observadas a legislação e as demais
regulamentações específicas vigentes.
§ 1º - Ação Emergencial caracteriza-se pela necessidade premente de adoção de
medidas de manejo ou controle de fauna, motivadas por risco de vida iminente ou
situação de calamidade e deve ser comunicada previamente ao Ibama por meio de
ofício, via postal ou eletrônica, de forma que lhe seja facultado indicar um
técnico para acompanhar as atividades.
§ 2º - As atividades e resultados das ações emergenciais
devem ser detalhados em relatório específico encaminhado ao Ibama 30 dias após
sua execução.
Art. 8º - Fica facultado aos órgãos de segurança pública,
Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, o manejo e o controle da
fauna sinantrópica nociva, sempre que estas representarem risco iminente para a
população.
Depreende-se do que foi descrito acima
que entidades governamentais (saúde, agricultura e ambiente) podem realizar o
controle de morcegos sem a necessidade de pedir aprovação do IBAMA. Sejam estes,
hematófagos e não hematófagos em áreas urbanas e Peri - urbanas.
Que o controle e manejo de morcegos por
pessoas físicas ou jurídicas só poderá ser realizado mediante aprovação e
autorização do IBAMA.
Caso estes representem risco imediato à
população é facultado à polícia militar, corpo de bombeiros e defesa civil seu
controle.
Art. 9º - As pessoas físicas e
jurídicas atuando sem a devida autorização ou utilizando métodos em desacordo
com a presente Instrução Normativa serão inclusas nas penalidades previstas na
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no Decreto nº 3.179, de 21 de setembro
de 1999, sem prejuízos de outras
RESOLUÇÃO CFBio Nº
301, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2012.
Art. 3º Para os fins previstos nesta
Resolução considera-se:
XII - Espécie nativa: refere-se a uma
espécie ocorrente em sua área de distribuição natural;
XIII - Espécie exótica: refere-se a uma
espécie ocorrente fora de sua área de distribuição natural;
XVII - Fauna silvestre: todos aqueles
espécimes pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras,
aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida
ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais
brasileiras.
§
2º Para a morte com minimização de sofrimento são inaceitáveis os
seguintes
métodos:
a)
embolia gasosa;
b)
traumatismo craniano;
c)
incineração in vivo;
d)
hidrato de cloral (para pequenos animais);
e)
cloreto de potássio sem anestesia profunda;
f)
clorofórmio;
g)
gás cianídrico e cianuretos;
h)
descompressão;
i)
afogamento;
j)
exsanguinação (sem sedação prévia);
k)
imersão em formalina e álcool, produtos de limpeza, solventes e laxativos;
l)
bloqueadores neuromusculares (uso isolado de nicotina, sulfato de magnésio,
cloreto de potássio e todos os curarizantes);
m)
estricnina;
n)
decapitação (exceto roedores de laboratório e peixes com utilização restrita e
justificada);
o)
congelamento rápido sem anestesia profunda;
p)
hipotermia e resfriamento excetuando-se peixes, anfíbios e répteis.
PORTARIA CFBio Nº 148/2012
Art.
1º A captura pode ser realizada de forma manual, com equipamentos ou por
armadilhas, seguindo as particularidades das espécies ou comunidades alvo do
estudo devendo ser posicionadas em locais e horários de acordo com a biologia
da espécie ou comunidade, e sua revisão deve ser efetuada no menor tempo
possível, considerando a temperatura e insolação local, buscando reduzir o
estresse e sofrimento do animal, devendo-se observar os tempos para revisão das
armadilhas de acordo com o anexo I.
Art. 4º A coleta
de espécime animal ou de material biológico acompanhada de morte, quando for
imprescindível ao alcance dos objetivos dos estudos, pesquisas, atividades de
ensino e serviços em geral, deve ser realizada com minimização do sofrimento
por meio de métodos que produzam inconsciência rápida e subsequente morte sem
evidência de dor ou agonia, ou utilizando drogas anestésicas em doses
suficientes para produzir a perda indolor da consciência, seguida de parada
cárdio-respiratória de acordo com o anexo IV.
CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DOS MORCEGOS
O traço mais remoto da separação da
linhagem humana dos demais primatas tem entre 5 e 6 milhões de anos. Os
morcegos chegaram bem antes.
Dos mamíferos que começaram a ocupar o
planeta após a extinção dos grandes lagartos, que dominaram o mundo até 65
milhões de anos atrás, eles estão entre os mais antigos.
O fóssil de morcego mais velho já
encontrado tem cerca de 50 milhões de anos e mostra que os espécimes atuais se
parecem muito com seu antepassado distante.
A capacidade de adaptação desses
mamíferos levou-os a quase todos os lugares do planeta. Eles só não vivem em
lugares muito frios como na Antártida. No total, são cerca de 1.000 espécies
identificadas. Ou seja: aproximadamente um em cada quatro mamíferos é morcego.
No Brasil, há 138 espécies, espalhadas
por todo o país. Há morcegos pequenos e leves, grandes e pesados, pretos,
marrons e até vermelhos.
A maior espécie do mundo é a Pteropus giganteus, chamado de
raposa-voadora que vive na Ásia e Oceania e pode chegar a quase 2 metros de
envergadura. O menor morcego conhecido é o tailandês que pesa cerca de 2 gramas
– menos que uma azeitona – e está entre os menores mamíferos do planeta.
No Brasil, a maior espécie é o
carnívoro Vampyrum spectrum,
encontrado na Amazônia, que atinge 1 metro de envergadura.
São os únicos mamíferos que voam onde
suas mãos evoluíram para asas, mas, tendo suas características semelhantes às
mãos humana. Entretanto o voo não é simples, requerendo muita energia para isto.
Para contornar esse problema, o morcego normalmente alça voo a partir de um ponto
mais alto, caem alguns centímetros e, após ganhar velocidade, retoma a
altitude.
Uma das razões de ficar de cabeça para
baixo é a de facilitar o voo, basta se soltar e iniciar o movimento das asas.
A membrana lisa e contínua que forma
suas asas impede a passagem de ar, ao contrário do que ocorre com as penas das
aves, que são aerodinâmicas. Isso, aliado à enorme flexibilidade das asas
articuladas, permite manobras radicais.
Um leve ajuste nos
dedos é capaz de gerar ângulos variáveis, fazendo com que o vôo do morcego seja
muito mais dinâmico que o de qualquer ave. Algumas espécies atingem velocidades
de até 50 km/h.
O morcego emite ondas sonoras em
freqüências inaudíveis para o ser humano que, ao encontrar um obstáculo,
retornam e são captadas por seu ouvido especial. Pelo sinal reverberado, o
morcego consegue medir a que distância está o objeto, qual seu tamanho,
velocidade e até detalhes de sua textura.
Das quase 1.000 espécies de morcegos,
apenas três são hematófagas, isto é, alimentam-se exclusivamente de sangue.
Os hematófagos têm
especial preferência pelos pés dos humanos: os dedos são o alvo escolhido em
90% dos casos. A quantidade diária de sangue consumida pelos morcegos é muito
pequena, variando de 15 a 20 mililitros por noite – cerca de duas colheres de
sopa. Os morcegos vampiros ou hematófagos realizam um corte na pele do animal,
com o auxílio dos incisivos e caninos.
O morcego-vampiro consegue perceber o
calor da circulação sanguínea sob a pele das vítimas e usa este dom, chamado de
termorrecepção, para mapear os vasos mais próximos da pele. Por isso sua mordida
é cirúrgica, superficial e quase indolor. Ele usa a língua dobrada como um
canudinho para colher o sangue que flui da ferida até se saciar.
Eles têm menos dentes
que outros, com molares e pré-molares pouco desenvolvidos, abrindo espaço para
grandes e afiados incisivos e caninos. É comum que os vampiros voltem a atacar
a mesma vítima, usando a mesma ferida, para poupar o trabalho da mordida.
Em sua saliva há uma substância
anticoagulante, que faz a ferida continuar sangrando além do tempo normal.
Das cerca de mil espécies de morcego que existem no mundo, 70% se
alimentam de insetos são os mais importantes controladores dos insetos voadores
noturnos,
Apenas um morcego é capaz de comer até 600 mosquitos em uma hora, ou
seja, 3 mil insetos por noite.
Nos trópicos, os morcegos que se alimentam de frutas e néctar desempenham
um papel vital na sobrevivência das florestas pluviais espalhando suas sementes,
à medida que voam e fazem a digestão.
Os que se alimentam de néctar polinizam muitas plantas de valor nutritivo
ou econômico, tais como as bananeiras, o agave e outras.
Em seu ambiente silvestre, muitas plantas que produzem frutos de
importância na agricultura, como caju, figo, banana, manga, tâmara,e outras,
dependem dos morcegos para polinização e dispersão de suas sementes.Os morcegos são os únicos mamíferos que voam, chamam de
"quirópteros", ou seja, os morcegos literalmente voam com as mãos (Chiro=
mão + Ptero= asa).
Além de possuírem visão, muitas espécies de morcegos são capazes de voar
e pegar insetos na total escuridão, graças a capacidade de emitir e detectar
impulsos ultra-sônicos.
Durante o dia, dormem pendurados pelos pés em cavernas, forros de casas
abandonadas ou árvores. Tem hábitos noturnos, portanto à noite saem à procura
de alimento.
A maioria dos morcegos possui um sentido adicional, aliado aos cinco com
que os humanos estão acostumados: a ecolocalização ou biosonar, trata-se de um poderoso
e importante recurso para orientação à noite ou em ambientes escuros como cavernas
e para captura de presas.
O morcego emite ondas ultra-sônicas, isso é, com freqüência muito alta,
na faixa de 20 a 215 kHz, pelas narinas ou pela boca, dependendo da espécie.
Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com freqüência
menor.
Esses ecos são recebidos pelo morcego e com base no tempo em que os ecos
demoraram a voltar, nas direções de onde vieram e nas direções de onde nenhum eco
veio, os morcegos percebem se há obstáculos no caminho, as distâncias, as formas
e as velocidades relativas entre eles, no caso de insetos voadores que servem
de alimento, por exemplo.
A diversidade entre as espécies de
morcegos é muito grande, mas há características comuns a todas. A reprodução,
por exemplo. A maior parte das fêmeas tem apenas um filhote por ninhada. Os
bebês-morcegos nascem sem pêlos e totalmente dependentes da mãe.
Mamam por períodos que variam de duas a
quatro semanas e daí em diante estão prontos para a vida adulta que pode ser
relativamente longa, quando comparada à de outros mamíferos do mesmo porte. Há
morcegos que chegam a viver até 30 anos.
Os morcegos costumam ser animais
gregários, mas não são fiéis a um único grupo. Quando estão prestes a parir, as
fêmeas se concentram em um mesmo abrigo, onde permanecem juntas até seus
filhotes estarem aptos a buscar o próprio alimento.
Em algumas espécies hematófagas, as
fêmeas que não conseguem se alimentar são ajudadas por outras, que trazem
comida para elas.
Um morcego recém-nascido
se agarra à pele da mãe para ser transportado. Algumas fêmeas os transportam
durante o vôo na busca de alimentos. Enquanto outras deixam em um berçário, podendo chegar ao
redor de 4.000 por m².
Os morcegos freqüentemente
formam colônias-berçário, com muitas fêmeas dando à luz na mesma área, seja uma
caverna, um oco de árvores ou uma cavidade numa construção.
Quando a mãe retorna, ela chama o filhote, e o filhote responde no meio
da multidão de filhotes e ela o reconhece para dar de mamar.
Algumas fêmeas ao voltarem da alimentação ainda regurgitam alimento na
boca de fêmeas que não conseguiram alimento.
Os filhotes (geralmente um por gestação e de uma a duas gestações por
ano) nascem sem pêlos ou com uma pelagem tênue.
As glândulas mamárias podem estar situadas no abdome ou entre o peito e o
ombro.
Embora a habilidade de voar seja congênita, imediatamente após o nascimento
as asas ainda são pequenas demais para voar iniciando o vôo entre dois e quatro
meses.
Com a idade de dois anos os morcegos estão sexualmente maduros.
Os insetívoros têm um período de gestação de dois a três meses, enquanto
que os fitófagos (frugívoros e polinívoros), em torno de três a cinco meses e
os hematófagos ao redor de sete meses.
Há exceções como os morcegos do gênero Lasiurus, que costumam ter
quadrigêmeos, e alguns morcegos Myotis, que podem ter três ou quatro
gestações por ano. A expectativa de vida do morcego vai de quatro a trinta
anos, variando muito conforme a espécie.
Morcegos que se alimentam de plantas costumam ter sua sazonalidade reprodutiva
influenciada pela oferta dos frutos ou flores de que mais gostam, porém em
alguns locais as variações no clima podem ser muito importantes.
GENERALIDADES
SOBRE MORCEGOS
1. Voam à noite porque não tem glândulas sudoríparas.
2. Se deslocam pelos sons emitidos pelo nariz e boca recebendo pelas
orelhas – targo.
3. O Desmoduns é o único que anda.
4. Ficam de cabeça para baixo
porque não tem calcanhar para apoiar e se levantar e a circulação, por isto,
circula ao contrário.
5. Morcego vampiro só voa a
mais ou menos 1 m do chão pela localização das presas. É a altura que suas
presas estão.
6. Existem morcegos brancos (albinos) e são insetívoros.
7. Os insetívoros se alimentam
de cupins, uma das razões pelas quais ficam nos telhados usando a língua para
captura-los.
8. Molossidae é o que vive nas casas e no sul
principalmente Tardaridae. Comem 1 peso e meio deles por noite de insetos. Um único morcego é capaz de ingerir mais de 3.000
insetos e aumentar seu peso em até 40% o que é vital para o equilíbrio dos
ecossistemas. Os morcegos são os maiores comedores de insetos do planeta,
contribuindo para o controle de populações de moscas e mosquitos.
9. Pesam em média 40 g.
10. Caverna Bake Cave saem mais de 200 milhões por noite. É patrimônio da
humanidade.
11. Entram no forro voando ou
andando pelas paredes.
12. Podem viver mais de 30 anos
no forro com várias gerações, ou seja, não é a idade individual mas de
permanencia no ambiente.
13. O guano é formado por N e P
principalmente, por ser feito de carapaças de insetoa triturados.
14. Ficam na chaminé e como é
usada à noite é quando não estão lá. No porão, atrás de cortinas, entre
paredes, telhado, entre prédios próximos, frestas, buracos de tijolos, caixa de
ar, caixa de luz entrando pelo condutor.
15. A presença de fezes é
indicativo e estas fezes ficam nos cantos.
16. O ideal é busca-los pela
manhã nos esconderijos para captura.
17. Precisam de calor, umidade
e escuridão.
CARACTERÍSTICAS
SENSORIAIS
Olfato: O olfato é bem desenvolvido na maioria dos morcegos.
É através dele que o morcego procura e identifica alimentos, além de reconhecer
seus filhotes e companheiros de abrigo. Morcegos frugívoros podem achar seu
alimento seguindo o cheiro da fruta madura.
Visão: Os morcegos não são cegos. Eles enxergam
muito bem, tanto à noite quanto de dia. Grande parte dos morcegos enxerga
apenas em preto e branco mas algumas espécies de frugívoros enxergam colorido.
Eles utilizam a visão para escolher um alimento de sua preferência.
Audição: A audição é talvez o sentido mais
desenvolvido na maioria dos morcegos e ela faz parte de um mecanismo chamado
eco-localização, que eles usam para se deslocar voando de um ponto a outro.
Para isso, eles emitem um som, o qual as pessoas não conseguem ouvir: caso haja
algum obstáculo na frente eles recebem esse som de volta em seus ouvidos, se o
som não voltar, significa que não há obstáculo na frente e eles podem continuar
voando.
Memória: Como o uso da maioria dos sentidos faz os
morcegos gastarem energia, a memória é bastante desenvolvida nesses animais.
Por exemplo: para que eles possam retornar a um local onde sabem que tem
alimento, fazem isso utilizando sua memória bem como ferohormônios deixados no
local.
O morcego do tipo Nectarívoro, ao se
alimentar nas flores, fica com o focinho repleto de pólen e, à medida que vão
de flor em flor, atrás de néctar, acabam por fazer a polinização das plantas.
Pêlos: Uma característica dos mamíferos é ter
pêlos cobrindo o corpo. Os morcegos possuem pêlos que além de protegê-los do
perigo camuflando-os através da sua cor e padronagem, no inverno os mantêm
aquecidos. O pêlo é mantido limpo através do hábito deles lamberem uns aos
outros.
Unhas: Suas unhas localizadas nos pés são capazes
de mantê-los pendurados de cabeça para baixo durante um longo período. Morcegos
Piscívoros usam suas unhas para capturar os peixes que irão comer.
MORCEGOS COMO
RESERVATÓRIOS DE DOENÇAS
Histoplasmose ou doença
de Darling
É
provocado por um fungo, que pode ser inalado na poeira contendo
excrementos de pombos e morcegos que são carregados pelo vento com sintomas de
uma gripe por várias semanas.
Os
esporos são absorvidos para os pulmões causando rouquidão de laringe. Vai desde
infecção assintomática a uma infecção com febre, dor torácica, tosse, mal estar
geral, anemia, hepatite, expectoração, e tremores.
Usar
máscaras ou lenços úmidos sobre o nariz e boca sempre que entrar em locais que
servem de abrigo (forros, sótãos, etc.) para morcegos e pombos.
Criptococose, Blastomicose
Europeia, Torulose ou
Doença de Busse-Buschke
Infecção
grave causada por um fungo transmitida pela inalação de poeira contendo fezes
secas de pombos e morcegos contaminados.
A
criptococose é uma doença classificada como micose sistêmica, causada por
fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo
do caso, pode matar. As seguintes variantes (var.) do fungo Cryptococcus
neoformans são comumente causadoras dessa doença: C. neoformans var. neoformans (neoformans) e C. neoformans var. gatti (C. gattii)
As
manifestações clínicas da doença dependem do estado imunológico de cada
indivíduo e do subtipo do fungo em questão. O surgimento de sinais e sintomas
ocorre entre três semanas e três meses antes da internação hospitalar.
Os
principais sintomas são:
1) Criptococose
pulmonar:
Febre, Tosse, Dor no peito, Perda de peso, Fraqueza
2) Criptococose
no sistema nervoso central:
Dor de cabeça, Febre, Náusea, Vômito, Confusão mental, Rigidez de nuca, Alterações
de visão
3) Criptococose
cutânea:
- Aparecimento de
várias lesões avermelhadas, contendo secreção amarelada no centro,
semelhantes a espinhas.
- Aparecimento de
erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo.
Ulcerações ou massas subcutâneas,
semelhantes a tumores.
A
criptococose pode atingir qualquer parte do corpo, causando lesões como as
oculares e ósseas.
Em
pacientes imunocompetentes, observa-se meningoencefalite de forma aguda ou
crônica, com dor nos olhos e na cabeça, usualmente sem febre ou com quadro
febril pouco expressivo, que evolui para dor de cabeça intensa e presença de
sinais mais graves, como estrabismo, paralisia facial e cegueira total ou
parcial.
O principal reservatório
do fungo é a matéria orgânica morta presente no solo, em frutas secas e cereais,
e nas árvores. O fungo causador da doença também é encontrado nas fezes de
aves, principalmente dos pombos.
A variante C. neoformans, de
caráter oportunista, representa a principal causa
de meningoencefalite e morte em indivíduos com a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (aids). No entanto, essa espécie também acomete
indivíduos sem problemas de saúde em todo o mundo.
Já a variante C. gattii acomete
crianças e jovens sem evidência de imunodepressão aparente, sendo de
comportamento endêmico ou focal nas zonas tropicais e subtropicais,
especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste do Brasil, incluído o
semiárido, e, esporadicamente, nas demais regiões brasileiras.
Não existe transmissão inter-humana dessa micose,
nem de animais ao homem. No entanto,
indivíduos, ou seja, os seres humanos, estão expostos à doença por meio da
inalação dos fungos causadores da criptococose.
Os esporos são absorvidos para os pulmões que apresentam características
ótimas de umidade e temperatura.
Não existem medidas preventivas específicas.
Entretanto, recomenda-se a utilização de equipamentos de proteção individual
(EPI), sobretudo de máscaras, na limpeza de galpões onde há criação de aves ou
aglomerado de pombos.
Medidas de controle populacional de pombos devem ser implementadas, como
reduzir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos. Os
locais onde existem acúmulos de fezes de aves devem ser umidificados para que
os fungos possam ser removidos com segurança, evitando a dispersão por aerossóis.
Salmonelose
Transmitida
pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de pombos e morcegos. É uma
zoonose causando infecção intestinal, com febre, dores musculares e dor de
cabeça. Podem ainda ocorrer dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia
afetando principalmente idosos e crianças.
Coronavirus
Coronavírus
são vírus que podem causar problemas intestinais, respiratórios e até mesmo
cerebrais, infectando mamíferos e aves. Tendo surgido pela primeira vez em
morcegos.
Em
humanos, representam uma entre as diversas espécies de vírus que causam
resfriados comuns.
Tornaram-se mais conhecidos em 2003, quando um vírus do tipo
foi estabelecido como causador da síndrome respiratória aguda severa (Sars).
Os morcegos vampiros (Desmodus rotundus) são também hospedeiros de
coronavírus.
Pesquisas no campo da evolução molecular dos coronavírus indicam que os
morcegos foram os hospedeiros nos quais essa espécie viral surgiu pela primeira
vez.
OUTROS ASPECTOS SANITÁRIOS
- Protozoários,
helmintos (cestoideos, trematódeos, nematódeos), carrapatos, ácaros,
percevejo da cama.
- Único
mamífero que não tem piolhos.
- Ninfas
e adultos de barbeiro se alimentam do sangue de morcegos e se estiverem
parasitados infectam o morcego e este pode liberar os parasitas nas fezes.
Parece que foi isto que aconteceu em Belem do Pará que contaminou os
frutos do açaí que estavam armazenados onde existiam muitos morcegos
causando Mal de Chagas.
- Sintomas
da infecção pulmonar são os típicos de pneumonia, com febre, tosse com
expectoração e tremores.
- No entanto
em indivíduos imunodeprimidos (como os doentes com AIDS ou com idade
avançada), pode haver adenopatias (aumento no tamanho dos linfonodos) e,
infecções do fígado e baço. Nestes casos, pode surgir doença crônica com
febre, suores e mal estar, ou se a imunodepressão for maior, progressão
rápida e fatal.
- Em
pacientes com doença pulmonar crônica obstrutiva pode ocorrer pneumonia
crônica semelhante à da tuberculose.
- Entre seus predadores naturais
estão as cobras, gambás, gatos,Serpentes, Corujas, Ratos, Gambás, Gaviões, Morcegos carnívoros
(piscívoros) e tem como parasitas pulgas e carrapatos.
O COMBATE DE MORCEGOS
a. Visitar a casa durante o
dia,
b. Olhar em volta para saber
por onde entram,
c. No outro dia subir no
telhado e ver por onde entra luz,
d. Usar EPI (máscara, luvas de
raspa de couro, botas, etc.)
e. Pegar com puça ou rede,
f. Nos buracos fechar por
dentro se puder. Com massa, espuma expansível, telas, etc.
g. Deixar um buraco aberto para
sairem à noite, e depois que sairem fecha-lo,
h. Pode-se fechar por fora se
não der por dentro,
i. Colocar telhas de vidro nos
cantos ajuda,
j. Por causa do feromônio que deixam, após os espaços serem fechados, eles vão continuar voltando para tentar entrar por pelo menos uma semana,
k. Passam em frestas de um
dedo,
l. Morcego come insetos sob luz
de poste. Estãom acostumados com os sons da cidade. Então acender luz e fazer
barulho não os afeta,
m. Depois que sairem e os espaços fechados deveráq ser feita uma vistoria no forro pois podem
sobrar alguns, principalmente filhotes, que deverão ser capturados com puça ou mão,
n. O puça vai pega morcego quando estiver parado na
parede nunca tentar pegar voando porque não vai conseguir pois eles se guiam
pelo som,
o. Gaiola para transportar tem em casa de pesca,
p. Eles só voam se iniciar em
queda livre. Então quando levar os animais deixa-los no tronco de uma árvore,
nunca no chão pois não vão conseguir levantar voo,
q. Pode-se usar saco de
algoidão colocando uma colônia, normalmente 10, por saco,
r. Pode-se fazer uma peça
grande de tecido ou tela com um buraco em baixo preso por velcrom que se abre
em uma caixa de papelão para capturar um maior número de animais quando
estiverem saindo do telhado,
s. Podem voar até 30km,
t. Ficam manchas escurars na
parede que é a gordura do corpo mais do pescoço que é um feromônio que deixa um
cheiro que eles identificam a quilômetro,
u. Pulverizar o forro com uma tampinha de
lisoform diluida em 20 litros de água e pulverizar as fezes deixa secar e recolhe as
fezes. Depois de tudo retirado borrifar
com um pulverizador costal a mesma calda no madeirame e teto para matar
os fungos. O cheiro fica por uns dias. É formol e por isto usar EPI.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/criptococose-em-gatos
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-f%C3%BAngicas/criptococose
https://mundoeducacao.uol.com.br ›
Biologia › Animais
Projeto
Morcego livre. www.morcegolivre.vet.br
https://www.biologianet.com › Biodiversidade
https://www.ufsm.br › midias › arco › 9-curiosidades-
https://pos.uel.br ›
wp-content › uploads › 2021/06 PDF
https://www.prefeitura.sp.gov.br ›
vigilancia_em_saude
Instrução Normativa nº 141,
IBAMA, de 19 de dezembro de 2006
Regulamentar o controle e o manejo ambiental da
fauna sinantrópica nociva.
Resolução nº
301, de 8 de dezembro de 2012.
“Dispõe sobre os procedimentos de captura, contenção, marcação,
soltura e coleta de animais vertebrados in situ e ex situ, e dá
outras providências”.
Portaria
cfbio nº 148/2012
Regulamenta os procedimentos de captura,
contenção, marcação e coleta de animais vertebrados previstos nos Artigos, 4º,
5º, 6º e 8º da Resolução CFBio nº 301/2012”.
Morcegos, Ecologia e Saúde
Pública. Wilson Uieda
Docente do Departamento de
Zoologia, Instituto de Biociências de Botucatu
e-mail: uieda@botunet.com.br
Chave ilustrada
para a determinação dos morcegos da Região Sul do Brasil
Curitiba, 2011
João M.D.
Miranda, Itiberê P. Bernardi e Fernando C. Passos
Laboratório de
Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres - UFPR
Governo do estado do Rio de Janeiro, Secretaria
de Estado de Saúde, Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde, Divisão de Fatores
de Riscos Biológicos
Manual para Manejo de Morcegos e controle
da raiva
Ministério da saúde, Morcegos em áreas
urbanas e rurais:
Manual de manejo e controle, 1998. 2.a
edição
Governo do estado do Rio de Janeiro, Secretaria
de Estado de Saúde, Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde, Divisão de Fatores
de Riscos Biológicos
Manual Técnico – Manejo de quirópteros em
áreas urbanas Nº 7
Chiroptera
Neotropical 16(1),July 2010
Morcegos
urbanos: status do conhecimento e plano de ação para a conservação no Brasil
Susi M. Pacheco, Mirian Sodré, Adriana R. Gama, Angelika Bredt, Edna
M. Cavallini-Sanches, Rosane V. Marques, Maricélio M. Guimarães & Gledson
Bianconi
Ministério da Saúde
Secretaria de vigilância em saúde
Raiva humana transmitida por morcegos no Estado
do Maranhão