Como todos sabem, vacas são sagradas para os indianos. A
novidade para nós é que alguns deles cultuam ratos como deuses e acreditam
serem estes a reencarnação de humanos, em um estágio
prévio de volta à terra, como gente novamente.
prévio de volta à terra, como gente novamente.
Também
eram usados, no Oriente, pelos primitivos sacerdotes chineses para fazerem
previsões.
No
Japão, o camundongo do folclore de Sagas era um ser sábio, mensageiro e símbolo
do deus das riquezas, DaiKoku.
Na
Palestina o ódio tradicional pelos camundongos se descreve nos mandamentos dos
hebreus, anotado no Levítico.
No
velho testamento se descreve uma praga de camundongos e ratos em 2.000 AC , precedido por
enfermidades intestinais. Na Europa, os cristãos associavam ratos e camundongos
com bruxas e feiticeiras devido à atitude de rejeição assumida pela igreja
contra os roedores desde o antigo testamento.
Associação
de humanos com roedores comensais é muito antiga: esqueletos de roedores do
gênero Mus e Rattus foram encontrados no Pleistoceno médio (2,5 a 1 milhão de anos
atrás), junto a restos de alimentos usados pelos habitantes humanos.
O QUE SÃO
SINANTRÓPICOS
Porque algumas empresas de desinsetização e/ou desratização continuam insistindo que realizam combate às pragas? Porque alguns instrumentos legais como a RDC 52 que normatiza o funcionamento destas empresa usa esta terminologia e pior, faz referência a várias formas incorretas quanto às ações destas empresas?
A palavra praga é mais bem definida no campo da agricultura. Ou seja, quando é que um inseto, ou fase de sua evolução (lagarta) passa a ser denominada praga?
Determinado inseto, como por exemplo a lagarta do
cartucho Spodoptera spp passa a ser
uma praga e consequentemente, exige-se o início de controle, quando esta atinge
determinada densidade populacional passando a causar prejuízo econômico, por
exemplo, 10 lagartas pequenas/m2 em uma determinada cultura.
Usando a conceituação do Prof. Dr. Bráulio Santos da
Universidade Federal do Paraná em seu trabalho Pragas das Plantas Cultivadas –
A origem e a importância dos insetos como pragas das plantas cultivadas;
podemos dizer que o conceito de praga está baseado em sua densidade
populacional. Dependendo de seu volume inicia-se ou não seu controle, cuja
continuidade dependerá de levantamentos populacionais sistemáticos observando o
momento certo de se usar produtos químicos ou interrompe-los.
Praga
agrícola ou florestal compreende uma população de organismos capazes de causar
danos às plantas, seus produtos e subprodutos. O dano pode afetar o rendimento
do produto ou sua qualidade, através do consumo direto dos tecidos ou órgãos da
planta, frutos ou sementes, sucção de seiva, transmissão de doenças, competição
por espaço e por nutrientes.
Ou
seja, o uso de agrotóxicos ou produto fitossanitário como querem alguns, e
consequentemente o combate às pragas tem também um viés econômico onde se
avalia o nível de infestação a fim de se avaliar o custo operacional da
aplicação de um agrotóxico. Muitas vezes não se justifica, pois o dano pela
presença da praga é muito menor que o uso de produtos químicos, isto também
inviabilizaria o comércio do produto com lucratividade.
Apenas quando a densidade populacional atinge
determinada população, é que eles irão consumir uma quantidade de alimento que
produzirá um prejuízo para a planta explorada pelo homem e justificaria o uso
de agrotóxicos.
Ainda é comum no meio agronômico observar alguma
confusão na conceituação dos organismos que causam danos econômicos às plantas,
no entanto a matéria já foi harmonizada pela Convenção Internacional de
Proteção Vegetal (CIPV) e aprovada pela 29º Sessão da Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO, realizada em Novembro de 1997, a
qual definiu o termo praga como: "Qualquer espécie, variedade ou biótipo de
vegetal, animal ou agente patogênico prejudicial aos vegetais ou aos produtos
vegetais"
Diferentemente do campo agrícola, em Saúde Pública o
uso de inseticidas e/ou raticidas não está na dependência da densidade
populacional do inseto ou rato, mas sim na sua presença ou não.
Quando realizamos um programa para combater insetos
e/ou ratos não procuramos uma justificativa econômica, mas sim o risco de
ocasionar um dano, agravo à saúde.
Se encontrarmos uma única barata em um buffet será
suficiente para reclamarmos ao proprietário ou exigirmos providências da
vigilância sanitária.
Se alguém for picado pela aranha marrom, Loxosceles
spp, iremos levá-lo ao médico e solicitarmos o trabalho de uma
desinsetizadora.
Uma indústria de alimentos não vai nem esperar que
surja um rato para contratar uma empresa profissional, na realidade ela a
contrata para que não apareça nenhum. O mesmo acontece em um hospital, um
frigorífico, um restaurante.
Esta é uma característica da Saúde Pública, o
trabalho preventivo, pois ao se combater um vetor e/ou reservatório estamos
impedindo que este possa vir a transmitir alguma doença: leptospirose,
hantavirose, dengue, oncocercose, febre amarela, leishmaniose, malária, zika, Chikungunya, doença de chagas, febre maculosa e tantas outras.
Assim, precisamos usar um termo que melhor defina
estes agentes de forma mais específica. Neste sentido seria mais correto
usarmos o termo sinantrópico que significa aqueles animais que convivem com o
homem independentemente de sua vontade, mas encontrando aí tudo o que necessita
para se desenvolver.
Diferentemente de animais domésticos que convivem
com o homem por sua própria vontade, seja como alimento, lazer, companhia ou
mesmo transporte.
Sinantropia (do grego: syn-, "junto" + anthro, "humano") é a
designação dada em ecologia à relação de comensalismo
estabelecida pelas espécies animais e vegetais que se instalam nos
povoamentos humanos beneficiando-se das condições ecológicas criadas pela
atividade humana no processo de urbanização do meio rural, florestal ou natural
resultando na capacidade dessas espécies de flora e fauna para habitar em
ecossistemas antropizados, adaptando-se a essas condições independentemente da
vontade do homem.
A transformação de ambientes naturais em áreas
urbanas e rurais modifica a flora e a fauna. A maioria das espécies nativas é
extinta, mas algumas se adaptam , passando a se beneficiar do material orgânico
acumulado nessas áreas por ação antrópica.
Essa dependência é chamada de sinantropia, e pode-se
calcular o índice sinantrópico.
O índice de sinantropia foi um cálculo sugerido
por Nuorteva, em 1963, na Finlândia que determina o grau de comportamento
sinantrópico que uma espécie apresenta.
O cálculo baseia-se na comparação de coletas, por
exemplo, de moscas feitas na cidade, na zona rural e na zona das florestas e
foi realizado através da fórmula proposta por Nuorteva (1963), que é a
seguinte:
a = Representa a percentagem de determinada espécie
capturada na área urbana;
b = representa a percentagem desta mesma espécie
capturada na área rural;c = representa a percentagem desta mesma espécie capturada na área de mata
O IS varia de +100 a -100: valores positivos indicam
alto grau de sinantropia e negativos revelam intolerância às alterações
ecológicas decorrentes da urbanização, aversão ao ambiente humano, em graus
variáveis até o limite de – 100.
A principal diferença entre os sinantrópicos e os
animais
domésticos (gatos, cães, galinhas, vacas etc.), é que estes são criados em benefício do homem, servindo como
companhia, produção de alimentos, entre outros.
Já os sinantrópicos são indesejáveis, por poderem
transmitir doenças, inutilizar ou destruir alimentos, ou sujar as residências. Entre eles
estão ratos, pombos, baratas, mosquitos, entre outros.
Os animais sinantrópicos, como todo ser vivo,
necessitam de três fatores para sua sobrevivência: água, alimento e abrigo.
Alguns animais, como o morcego, onde alguns são grandes polinizadores naturais, podem adquirir a condição de sinantrópico, utilizando telhados e
cantos escuros das casas como abrigo, quando seus ambientes naturais são
destruídos.
Cabe lembrar que sob o ponto de vista de
sinantrópicos e consequentemente responsáveis por agravos à saúde, morcegos e
ombos podem transmitir histoplasmose, ornitose, criptococose através de suas
fezes.
Serpentes, aranhas, escorpiões e outros também acabam se aproximando das casas quando se alteram os
ecossistemas ou se penetra nestes, mas é importante lembrar que os humanos é que estão de fato se aproximando das "casas" destes animais.
O sinantropismo parte do princípio que estes
animais, mesmo sendo silvestres, ao se aproximarem das residências por
destruição de seu habitat natural, passam a conviver conosco e assim passam a
ser sinantropicos, pois podem causar danos à aúde.
Assim sendo animais silvestres podem se tornanr
sinantrópicos, mas podem retornar à sua vida silvestre e assim deixam de ser
sinantrópicos.
As espécies que exibem comportamento sinantrópico
são em geral divididas em duas grandes categorias de sinantropia:
Eussinantropia (ou
sinantropia obrigatória) — considera-se que uma espécie é
eussinantrópica quando a sua ocorrência e reprodução estão limitadas, pelo
menos dentro de uma determinada região climática, à
sua associação com os seres humanos.
Os animais eussinantrópicos podem ser
considerados:
Exófilos - permanecem do lado externo das
residências;
Endófilos - visitam regularmente as residências.
Hemissinantropia (ou
sinantropia facultativa) — as espécies hemissinantrópicas são
encontradas preferencialmente associadas à presença humana, onde estas espécies
encontram condições de vida ideais, mas ocorrem em menor grau fora dos
povoamentos humanos, como por exemplo, em ambientes rurais.
Os animais que possuem pouca ou nenhuma afinidade
com ambientes habitados são chamados de Assinantropicos.
Utilizando a fórmula para identificar o índice de
sinantropia temos:
ÍNDICE DE SINANTROPIA
|
VALORES LIMITES
|
CLASSIFICAÇÃO
|
Alta preferência por áreas densamente povoadas
|
+ 100 a + 90
|
Sinantrópicos
|
Alta preferência por áreas habitadas
|
+ 90 a + 65
|
|
Preferência por áreas habitadas
|
+ 65 a + 20
|
|
Independência por áreas habitadas
|
+ 20 a 0
|
Hemissinantrópicos
|
Preferência por áreas desabitadas
|
0 a – 40
|
Assinantrópicos
|
Aversão por áreas habitadas
|
- 40 a - 100
|
Denominação esta que vem dia a dia participando de
diferentes instrumentos legais como, por exemplo:
Instrução Normativa nº 109 de 03 de agosto de 2006
do IBAMA que regulamenta o manejo e controle da fauna sinantrópica nociva.
Resolução RDC nº 326, de 09 de novembro de 2005
Repelentes - são formulações destinadas a repelir animais indesejáveis
(sinantrópicos).
Instrução Normativa nº 141 , de 19 de dezembro de
2006 que revoga a IN 109 Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna
sinantrópica nociva.
NBR 15.584/2008 que trata da gestão de qualidade
para a aplicação da ABNT NBR ISSO 9001:2000 para certificação de
desinsetizadoras algumas vezes usa o termo sinantrópicos e outras usam o termo
pragas.
Na
maioria das vezes o sinantrópico a ser controlado já não faz mais parte de um
sistema ecológico equilibrado e o
conseqüente aumento populacional não tem nada a ver com desequilíbrio ambiental
no sentido pleno de ecossistema.
O
sistema ao qual passam a depender e participar é o meio humano, o
antropossistema. O ambiente criado pelo homem para suprir suas necessidades e
exigências não tendo absolutamente nada a ver com um ecossistema tradicional, é
um novo ecossistema com relações muito especificas.
Este
ambiente inicia quando o homem passou a usar pele de animais, o fogo, cavernas
e deixando de ser nômade para ser sedentário. São momentos de mudança cultural
e comportamental que passaram a trazer para mais próximo do homem insetos e
ratos encontrando aí abrigo do clima e dos predadores; alimento; melhores
condições de manter sua biologia; esconderijo. E nunca mais nos largaram.
Começa
uma maior intimidade destes com o homem criando-se assim uma nova identidade para
eles – animais sinantrópicos.
O
ambiente humano cria todas as condições propícias ao crescimento da população
sinantrópica, basicamente alimento, abrigo e clima e suas populações aumentam
cada vez mais como também por trazerem consigo novas patologias, ressurgimento
de antigas e um maior número de agravos.
Esta
relação com o homem é uma via de mão dupla. É o homem trazendo consigo
condições de subsistência para estes sinantrópicos como entrando em seu
ambiente com as conseqüências desta invasão.
Este
é o outro lado da questão.
Não
é o ambiente onde o homem vive criando as condições para o sinantrópico e
consequente aumento populacional. É a entrada do homem em ambientes
equilibrados desestruturando-o e se aproximando de insetos e reservatórios existentes
neste ambiente dentro de um equilíbrio natural, fazendo parte de uma nova
relação entre diferentes espécies.
É
o caso de algumas doenças causadas por vetores e reservatórios que pelo fato do
homem se deslocar para áreas florestais através de caminhadas, acampamentos,
hotéis fazenda, restaurantes rurais, fazendas, sítios e outros acabam criando
novos ciclos epidemiológicos.
Quando
falamos em controle populacional devemos ter em mente estas duas situações para
que tenhamos o cuidado de desenvolver metodologias gerenciais específicas para
ambas as situações. Ou seja, os vetores e/ou reservatórios são os mesmos, mas
os ambientes são diferentes e seu combate está na dependência do conhecimento
das adaptações entre estes e seu ambiente.
Cabe aqui fazer uma referência à RDC 52 que
normatiza o funcionamento das desinsetizadoras.
Este instrumentos legal define no do item VII que
pragas urbanas são animais que infestam ambientes urbanos e no XI em que
saneantes desinfestantes são produtos registrados na Anvisa, destinados à
desinfestação de ambientes urbanos.
Em seu Art. 4°, itens III e IV define que as
desinsetizadoras prestam serviços de controle de vetores e pragas urbanas e que
pragas urbanas são animais que infestam ambientes urbanos.
O item XI define que as desinsetizadoras só podem
usar saneantes desinfestantes registrados na ANVISA destinados à desinfestação
de ambientes urbanos.
Existem pragas urbanas e rurais? Ou melhor, existem
sinantrópicos urbanos e rurais?
A barata que encontramos em um restaurante de São
Paulo, a mosca encontrada em um apartamento na Vieira Souto no Rio de Janeiro e
o rato encontrado em um hospital em Porto Alegre, são os mesmos encontrados em
uma granja de suínos, em uma unidade armazenadora ou em um tambo de leite.
As baratas, pulgas, ratos, moscas, mosquitos que
existem numa granja de suínos, em um aviário, em um frigorífico, em uma unidade
armazenadora, nas residências dos produtores, nos escritórios das empresas do
frigorífico ou da fábrica de ração, em um hotel fazenda, em um restaurante
colonial, ecoturismo são os mesmos que encontramos nas cidades: no mercado
público, em um condomínio, dentro das residências dos citadinos, dos
escritórios, dos logradouros públicos, dos restaurantes da cidade.
Quando falamos em sinantrópicos não podemos fazer
esta distinção de urbano e rural.
Levando em conta as definições da RDC então que
raticidas iremos usar nas residências, indústrias e outros da área rural?
E quando uma desratizadora for contratada para
realizar o controle em um frigorífico, uma unidade armazenadora, uma granja de
suínos, em um galpão de frangos e nas residências destes produtores ou nos
escritórios da empresa?
Legalmente não poderá fazer, pois o instrumento
regulador de sua atividade profissional diz que ela realiza atividade urbana.
Agora virou moda usar o termo Manejo Integrado de
Pragas ou Controle Integrado de Pragas. Tradução errada e acabou virando moda.
Vamos dar uma olhada nesta questão.
Ao final da década de 50, professores da
Universidade da Califórnia publicaram um trabalho sobre o conceito de
Integrated Pest Control, que se transformou num marco da Entomologia Aplicada.
Os autores
propuseram uma estratégia de convivência com as “pragas”, dando oportunidade ao
controle biológico natural e recomendando o controle químico quando a população
da praga atingisse níveis que causassem prejuízos maiores do que os custos de controle.
O IPC ou CIP tinha a ver com a participação do
controle biológico natural das pragas agrícolas, fato que não ocorre nos
procedimentos de desinsetização. Logo não é um conceito aplicável à
desinsetização e muito menos à desratização na medida em que o combate
biológico não é usado nos ambientes onde se encontram os sinantrópicos. Não
quer dizer que não se possa, é possível em algumas situações, por exemplo o uso
do Bti no combate ao borrachudo e mosquitos.
Mas esta era a ideia dentro da conceituação de CIP,
usar o controle químico dentro de uma forma mais racional permitindo que o controle
biológico se mantivesse. Da mesma forma que o uso de ferramentas como rotação
de culturas. Isto é o CIP – Controle Integrado de Pragas.
O conceito de Integrated Pest Management surgiu logo após, onde
pesquisadores australianos propuseram uma estratégia alicerçada em
conhecimentos ecológicos, econômicos e sociais, visando interferir o mínimo
possível no agroecossistema.
A proposta da Califórnia preconizava a soma racional
do controle biológico com o uso de inseticidas, enquanto que a proposta da
Austrália ampliava as opções de controle.
Neste sentido a idéia é reduzir o número de
aplicações refletindo em economia ao agricultor bem como diminuir o impacto
ambiental. Entretanto uma dificuldade que tem os países apoiadores desta estratégia
é a de falta de conhecimento da praga a ser combatida e sua relação com o
ambiente para se saber quando o nível de dano passa a ser indicativo de
aplicação.
Na medida em que surge o conceito de Integrated Pest
Management, traduzido no Brasil como Manejo Integrado de Pragas – MIP, este
também passa a ser usado no Brasil pelas empresas especializadas, apesar de
estar completamente fora do conceito original onde aliava-se ao controle
considerações de ordem ecológica do inseto, aspectos econômicos de menor uso de
agrotóxicos e sociais melhorando a qualidade de vida do agricultor.
Ouvindo um programa de rádio onde um jurista
discutia problemas relacionados com a violência infantil ele falava do risco de
se traduzir determinadas palavras de forma incorreta o que poderia causar
sérios transtornos no tribunal e uma destas era a tradução de Abuso Infantil
traduzido de Child Abuse que na realidade significa Violência Infantil e não
Abuso Infantil, mas que traduziram pela palavra mais próxima, onde abuso
significa fazer repetidas vezes a mesma coisa e que não reflete a gravidade do
problema.
Apesar desta definição estar anos luz distante do que estamos discutindo ela nos trás à razão principal que é a tradução de Management para Manejo.
Na década de 60 entra no Brasil o termo Manejo
Integrado de Pragas. Provavelmente um agente complicador por traduzir
Management como Manejo e não como Gerenciamento que seria a tradução correta.
Em Português Manejo significa ação ou resultado de
manejar (mover, empunhar com as mãos – manejar o machado; ter conhecimento –
Ela maneja bem o inglês; trabalhar com as mãos – Ele maneja bem o cavalo;
manipular, dominar - manejar o eleitorado), mas também pode significar
administrar, dirigir – a diretora maneja bem a escola.
O que na essência não estaria errado, mas a palavra
gerenciar é muito mais específica e define mais claramente o significado de
gerir, que é o sentido que se quer dar ao que passou a denominar Manejo
Integrado.
Desde o início deveríamos estar falando em
Gerenciamento Integrado ou simplesmente Gerenciamento uma vez que está
implícito em gerenciamento o conceito de Integrado ou seja a utilização de
vários recursos de forma integrada e interligada.
Usando como exemplo o Gerenciamento de Projetos,
disciplina usada para definir e atingir objetivos, otimizando o uso de recursos
( tempo, dinheiro, pessoas, materiais, energia, espaço, etc.) usando atividades
como:
•
Planejamento,
•
Estimar recursos, • Organizar o trabalho,
• Adquirir recursos materiais e humanos,
• Designar atividades,
• Controlar a execução do projeto,
• Avaliar o progresso,
• Analisar os resultados obtidos.
E
é exatamente isto que cada desinsetizadora/desratizadora faz: a empresa recebe
uma solicitação de serviço, a partir daí começa o gerenciamento.
•
Um técnico vai ao local levantar problemas como identificar o sinantrópico,
entorno do local, condições de favorecimento e tantos outros;
• Estas informações são levadas para a sede e o corpo técnico começa o planejamento das atividades a serem executadas;
• Elegem-se os domissanitários a serem usados quanto à dose, formulação; equipamentos para se ter uma ideia dos custos materiais e operacionais que farão parte do orçamento;
•
Discute-se com a equipe qual será o melhor horário para se realizar as ações,
verificar se os equipamentos estão em ordem, verificar se tem à disposição o
número de funcionários necessários para a atividade;
•
A compra de insumos e contratação de pessoal é feito constantemente.
•
A equipe técnica repassa a cada um da equipe as atividades que serão exercidas;
•
Aqui entra a fase de controle que é analisar a situação antes e depois através
de planilhas, gráficos, relatórios, etc.
DEFINIÇÃO DE RESERVATÓRIO
Os
ratos são reservatórios de diversas enfermidades como a leptospirose e
hantavirose.
Reservatório
é o ser humano ou animal, artrópode, solo ou matéria inanimada, em que um
agente infeccioso vive em condições de dependência primordial e se reproduz de
modo a ser transmitido a um hospedeiro susceptível.
Hospedeiro
é um ser vivo, o homem ou outro animal, inclusive aves e artrópodes que
ofereçam condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso.
Entre
o reservatório e o susceptível coloca-se a fonte de infecção que é a pessoa,
animal, objeto ou substância da qual um agente infeccioso passa diretamente
para o susceptível.
Quando
a fonte de infecção é um ser inanimado pode ser chamado de veículo.
Vetores
são seres vivos, geralmente insetos, que veiculam o agente desde o reservatório
até o hospedeiro potencial, podendo ser mecânico (quando o agente é apenas
transportado) ou biológico (quando o agente desenvolve, pelo menos, uma fase de
sua evolução antes de ser eliminado).
DO CONCEITO DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS
As doenças transmitidas por vetores/reservatórios vão além da simples relação entre agente e hospedeiro. Tem os aspectos relacionados ao agente, vetor, susceptível e o ambiente onde se relacionam. A prevenção está em remover fatores capazes de criar uma condição inadequada ao equilíbrio saúde-doença.
Hospedeiro
é o homem ou outro animal vivo, inclusive aves e artrópodes, que ofereça, em
condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso.
Alguns
protozoários e helmintos passam fases sucessivas em hospedeiros alternados, de
diferentes espécies.
O
homem poderá tanto funcionar como hospedeiro intermediário, definitivo ou acidental
dependendo da doença.
Por
exemplo, na teníase-cisticercose, o homem é HD com a tênia e HI com a larva
encistada (cisticerco).
Suscetível
é aquele ser vivo (homem e outros animais domésticos e silvestres) no qual um
agente etiológico se instala podendo ou não manifestar doença.
Se
o agente etiológico for um ser vivo, o suscetível pode se denominar hospedeiro.
O
ambiente é o conjunto de todos os fatores que mantem relações interativas com o
agente etiológico, o susceptível e o vetor/reservatório, incluindo o meio
físico, biológico, químico e social que favorecem ou não as condições de vida,
manutenção biológica e transmissibilidade de todos os envolvidos na presença ou
não de doença.
Este
ambiente poderá oferecer condições de manutenção de determinado
vetor/reservatório de forma a que possa transmitir agentes patogênicos.
Nas
ciências que tem como objeto de estudo as doenças, a etiologia se preocupa com
as causas destas: os agentes ou fatores causais de doença, a sua proveniência
endógena ou exógena, seu potencial agressivo ou virulência.
Neste
sentido derivou o adjetivo etiológico como sendo aquele que pode causar a
doença, é o agente etiológico.
Alguns
agentes etiológicos são de natureza inanimada tais como: as radiações, os
poluentes químicos, drogas usadas como remédios ou por vício, álcool, fumo,
pesticidas e viva como os parasitas.
A doença transmissível é causada por um agente infeccioso ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão desse agente, de uma pessoa ou animal infectado ou de um reservatório, para um hospedeiro susceptível. (OPAS, 1992). Isto é, aquela cujo agente biológico é vivo e é transmissível.
Segundo
a Organização Mundial da Saúde, zoonoses são doenças ou infecções naturalmente
transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos. Isto significa que o
animal ou pessoa pode estar doente ou infectado, ou seja tem o parasita, mas
não tem a doença, mas pode transmitir este parasita para outro animal ou pessoa
e ficar doente ou não.
Zoonoses
podem ser adquiridas quando pessoas entram em contato direto com animais
doentes ou vice-versa , através de alimentos contaminados ( carne crua ou mal
cozida e seus derivados, leite cru ou seus derivados e através de vetores ou
reservatórios).
Doença infecciosa é qualquer doença causada por um agente infeccioso, ou
por seus produtos tóxicos, ou pelos produtos tóxicos de outros agentes
biológicos, produzida pela transmissão desse agente ou seus produtos, desde uma
pessoa ou animal infectado, ou de um reservatório a um hospedeiro suscetível.
Qualquer doença causada por um agente infeccioso e/ou parasitário
específico; ou por seus produtos tóxicos; ou pelos produtos tóxicos de outros
agentes biológicos.
Manifesta-se pela transmissão desse agente ou seus produtos, de uma pessoa
ou animal infectado, ou de um reservatório a um hóspede suscetível. Pode
transmitir-se de forma direta, ou indireta por meio de um hospedeiro
intermediário de natureza vegetal ou animal, de um vetor, ou do ambiente.
Pertencem
à categoria de agentes etiológicos vivos as riquétsias, bactérias, fungos,
protozoários, helmintos e outros mais, são seres vivos de vida parasitária.
É
possível enquadrar nesta categoria alguns animais de vida parasitária exclusiva
ou não como pulgas, carrapatos, simulídeos, mosquitos fêmeas que precisam de
sangue após sua fecundação pois mesmo não transmitindo algum agente no momento
da espoliação estão, no entender da OMS, causando doença .
Neste
sentido poderíamos dizer que estes insetos
e aracnídeos estão, neste momento funcionando não como um vetor, mas como um
agente etiológico.
Reservatório
é o ser humano ou animal, artrópode,
solo ou matéria inanimada, em que um agente infeccioso vive em condições
de dependência primordial e se reproduz de modo a ser transmitido a um
hospedeiro susceptível.
Entre
o reservatório e o susceptível coloca-se a fonte de infecção que é a pessoa,
animal, objeto ou substância da qual um agente infeccioso passa diretamente
para o susceptível.
Quando
a fonte de infecção é um ser inanimado pode ser chamado de veículo.
Vetores
são seres vivos, geralmente insetos capazes de veicular patógenos de um enfermo
para um sadio. Podem ser biológicos quando o parasita realiza parte de seu
ciclo de vida em seu interior (é o caso da malária no mosquito anofelino) ou
mecânicos quando o vetor apenas transporta o agente, ou este passa diretamente
pelo trato digestivo (Salmonella, ovos de vermes).
Veículos
são os objetos ou materiais contaminados que servem de meio mecânico para um
agente infeccioso ser transportado e introduzido em um hospedeiro.
São
exemplos: vestuário, roupas de cama, utensílios de copa e cozinha, instrumentos
cirúrgicos, objetos de uso pessoal usados por outros (fômites), partículas de
solo, saliva, poeira em suspensão, ar, água, alimentos, produtos biológicos
como sangue para transfusão.
Fonte
de infecção é a pessoa, animal, objeto ou substância da qual um agente
infeccioso passa diretamente para o susceptível. Quando a fonte de infecção é
um ser inanimado pode ser chamado de veículo.
No sentido da saúde
pública os ratos e camundongos, comensais ou silvestres, são considerados
reservatórios de doenças infecciosas como as zoonoses e outras funcionando em
determinadas circunstâncias como hospederio definitivo ou intermediário.