É claro que
estes posts que tenho publicado refletem o meu pensamento, mas baseado em
publicações de cunho técnico e não apenas meu pensamento.
É bom quando
existem posicionamentos diferentes e esta é a causa da evolução do
conhecimento, pois quanto mais trazemos fatos novos a um conceito já existente,
mais polido fica este conhecimento. É claro que não vamos ficar apenas
colocando o que simplesmente pensamos, mas que tenha um fundamento científico,
afinal de contas somos técnicos e formadores de opinião.
Conceitos
que ficam muito tempo arraigados em nossa cultura são difíceis de serem
demovidos. É claro que é uma mudança de atitude, de conceitos, de cultura. Mas
temos que estar abertos a novas considerações.
A questão que gostaria de discutir agora é o conceito de Manejo Integrado de pragas.
Já no final
da década de 50, professores da Universidade da Califórnia publicaram um
trabalho sobre o conceito de Integrated Pest Control, que se transformou num
marco da Entomologia Aplicada.
No
Brasil foi traduzido como Controle Integrado de Pragas – CIP
Os autores
propuseram uma estratégia de convivência com as pragas, dando oportunidade ao
controle biológico natural e recomendando o controle químico quando a população
da praga atinge níveis que causam prejuízos maiores do que os custos de
controle.
O
IPC ou CIP tinha a ver com a participação do controle biológico natural das
pragas agrícolas, fato que não ocorre nos procedimentos de desinsetização. Logo
não é um conceito aplicável à desinsetização e muito menos à desratização.
Segundo alguns autores este conceito durou uns 10 anos seguido pelo
MIP.
Alguns
autores concordam que o conceito de Integrated Pest Management surgiu
logo após o conceito de CIP, onde pesquisadores australianos propuseram uma
estratégia alicerçada em conhecimentos ecológicos, econômicos e sociais,
visando interferir o mínimo possível no agroecossistema.
A proposta
da Califórnia preconizava a soma racional do controle biológico com o uso de
inseticidas, enquanto que a proposta da Austrália ampliava as opções de
controle.
Neste sentido a idéia é reduzir o número de aplicações
refletindo em economia ao agricultor bem
como diminuir o impacto ambiental.
Entretanto uma dificuldade que ao países apoiadores desta estratégia tem é a de
falta de conhecimento da praga a ser combatida e sua relação com o ambiente
para se saber quando o nível de dano passa a ser indicativo de aplicação.
Conhecimentos estes que levaram o pesquisador
brasileiro Gravena a adotar a terminologia MEP (Manejo Ecológico de Pragas).
Esta semana ouvindo um programa de rádio onde um
jurista discutia problemas relacionados com a violência infantil ele falava do
risco de se traduzir determinadas palavras de forma incorreta o que poderia
causar sérios transtornos no tribunal e uma destas era a tradução de Abuso
Infantil traduzido de Child Abuse que na realidade significa Violência Infantil
e não Abuso Infantil, mas que traduziram pela palavra mais próxima, onde abuso
significa fazer repetidas vezes a mesma coisa e que não reflete a gravidade do
problema.
Apesar desta definição estar anos luz distante do que
estamos discutindo ela nos trás à principal razão deste post que é a tradução
de Management para Manejo.
Na década de 60 entra no Brasil o termo Manejo
Integrado de Pragas.
Provavelmente
um agente complicador por traduzir Management como Manejo e não como
Gerenciamento que seria a tradução correta.
Em Português
Manejo significa ação ou resultado de manejar (mover, empunhar com as mãos –
manejar o machado; ter conhecimento – Ela maneja bem o inglês; trabalhar com as
mãos – Ele maneja bem o cavalo; manipular, dominar - manejar o
eleitorado), mas também pode significar administrar, dirigir – a diretora
maneja bem a escola.
O que na
essência não estaria errado, mas a palavra gerenciar é muito mais específica,
completa e define mais claramente o significado de gerir, que é o sentido que
se quer dar ao que passou a se denominar Manejo Integrado.
Desde o
início deveríamos estar falando em Gerenciamento Integrado de Pragas ou
simplesmente Gerenciamento de Pragas uma vez que está implícito em
gerenciamento o conceito de Integrado, ou seja, a utilização de vários recursos
de forma integrada.
Se pegarmos
como exemplo o Gerenciamento de Projetos, atividade em voga ultimamente, é uma
disciplina usada para definir e atingir objetivos, otimizando o uso de recursos
( tempo, dinheiro, pessoas, materiais, energia, espaço, etc.) durante o curso
de um projeto que usa um conjunto de atividades: planejamento, estimar
recursos, organizar o trabalho, adquirir recursos materiais e humanos, designar
atividades, controlar a execução do projeto, avaliar o progresso, analisar os
resultados obtidos.
Gerente é a
pessoa que coordena a equipe de trabalho. O gerente deve transformar
oportunidades e desafios em resultados – Gerente de Sinantrópicos.
Desde o
início deveríamos estar falando em Gerenciamento Integrado ou simplesmente
Gerenciamento uma vez que está implícito em gerenciamento o conceito de
Integrado ou seja a utilização de vários recursos de forma integrada e
interligada.
A duração de um projeto é o tempo do seu começo até sua conclusão, o que
pode tomar dias, semanas, meses ou até anos. Esta é a idéia de controlar e não
exterminar.
Controle é uma ferramenta utilizada pelo gerenciamento onde se adquire e
presta informações para medir e avaliar
o desempenho de uma atividade viabilizando a adoção imediata de ação corretiva
quando alguma falha no processo controlado é identificado.
A principal finalidade do controle é assegurar que os resultados sejam
alcançados.
Controlar significa: examinar, fiscalizar, inspecionar, conferir,
verificar, ter sob controle, dominar, orientar, conduzir, guiar.
Controlar é uma das etapas do gerenciamento e não sua finalidade
principal, logo está incorreto usar Controle de baratas mas sim Gerenciamento
ou Combate às baratas. Controlar é avaliar os resultados obtidos desde seu
planejamento é quando usamos gráficos, tabelas e outros onde conseguimos
avaliar se atingimos os resultados esperados.
O Gerenciamento de Projetos tenta controlar 5 variáveis:
TEMPO - Por questões analíticas, o tempo para concluir o projeto é
dividido no tempo requerido para completar cada uma das atividades que
contribuem para sua conclusão.
CUSTO - É o custo do projeto, calculado a partir dos recursos
utilizados.
QUALIDADE – É o tempo dedicado às atividades individuais que determinam a
qualidade geral do projeto. Algumas tarefas requerem um tempo
determinado para que sejam completadas adequadamente, mas com tempo adicional
poderiam ser completadas com qualidade excepcional.
ESCOPO - É a definição geral do que o projeto deve atingir ou uma
descrição específica de qual deve ser o resultado final.
RISCO - Pontos potenciais de fracasso. A maioria dos riscos pode
ser superada ou resolvida, com suficiente tempo.
Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e
técnicas na elaboração de atividades relacionadas para atingir um conjunto de
objetivos pré-definidos, num certo prazo, com certo custo e qualidade, através
da mobilização de recursos técnicos e humanos.
Gerente é a pessoa que coordena a equipe de trabalho. O gerente deve
transformar oportunidades e desafios em resultados – Gerente de Sinantrópicos.
Atuamos, entre outros:
1)Identificando fatores que estão sendo responsáveis pelo aparecimento e
manutenção dos sinantrópicos;
2) Orientamos quais manejos ambientais deverão ser realizados a fim de
reduzirmos sua população;
3) Identificamos qual a melhor formulação, grupo químico, técnica de
aplicação e equipamento a ser utilizado;
4) Avaliamos os riscos ambientais e humanos;
5) Preenchemos fichas de acompanhamento que ajudarão no aspecto de
avaliação do programa de controle;
6) Treinamos os recursos humanos de forma a
que tenham os conhecimentos necessários para o desempenho desta atividade.