Qualidade de vida serve para medir as condições da vida de um ser humano. Envolve o bem físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais com a família e amigos e também a saúde, educação, e outras circunstâncias da vida.
Qualidade
de Vida é mais do que ter uma boa saúde física ou mental. É estar de bem com
você mesmo, com a vida, com as pessoas queridas e com todos ao seu redor,
enfim, estar em equilíbrio. Esse
equilíbrio diz respeito ao controle de sua vida e dos acontecimentos à sua
volta.
Fato fundamental na melhoria da qualidade de vida é a pessoa ou
comunidade estar em perfeito estado de saúde para que possa desenvolver todas
as outras atividades que vão proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Mas o que ter saúde, como definir este item fundamental à vida. Tem-se
tentado defini-la de várias formas e não temos uma única definição ou apenas
uma forma de definir o que é estar com saúde.
Segundo a OMS Saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e
social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.
Trata-se de definição irreal por que, aludindo ao “completo
bem-estar", coloca uma utopia. O que é “completo bem-estar?" É por
acaso possível caracterizar-se o completo, o total o perfeito bem estar?
A Carta das Nações Unidas diz que estar em boa saúde é um dos direitos fundamentais
do ser humano, sem distinção de raça, religião, ideologia, política ou condição
econômica e social.
Perkns, 1938 diz que Saúde é um estado de relativo equilíbrio, da forma e
função do organismo, resultante do seu ajustamento dinâmico e satisfatório, às
forças que tendem perturba-lo.
Quanto a este conceito não podemos esperar a existência de uma condição
estável de saúde ou de doença, mas de uma luta permanente entre o organismo, o
hospedeiro e as forças ou estímulos, de natureza variada, que tentam romper o
equilíbrio estabelecido ao nível que corresponde ao seu gráu de saúde.
Saúde Pública são práticas em termos de ações e medidas que evitem,
reduzam e/ou minimizem agravos à saúde da população, assegurando condições para
a manutenção e sustentação da vida humana aplicando conhecimentos (médicos ou não) nos fatores condicionantes e
determinantes do processo saúde-doença e desta forma previne as doenças
mediante esforços da comunidade.
Torna-se, pois, indispensável à identificação das causas e a descoberta
do modo como participam do processo doença, para que se torne possível uma ação
efetiva, capaz de antagonizá-las e, por conseguinte, prevenir seus efeitos.
Prevenção em saúde pública é a ação antecipada com base no conhecimento da história natural, tendo por objetivo interceptar ou anular a evolução de uma doença. “Prevenir é prever antes que algo aconteça ou mesmo, cuidar para que não aconteça” (Rouquaryol, 1983).
Ao se estudar as razões pelas quais determinadas doenças atingem uma
população é fundamental identificar a história natural das doenças que são as
inter-relações dinâmicas entre o agente, o doente, o susceptível, suas
condições intrínsecas, o ambiente e as condições sócio-econômico-culturais que
afetam o processo saúde-doença.Prevenção em saúde pública é a ação antecipada com base no conhecimento da história natural, tendo por objetivo interceptar ou anular a evolução de uma doença. “Prevenir é prever antes que algo aconteça ou mesmo, cuidar para que não aconteça” (Rouquaryol, 1983).
O conhecimento destes fatores torna a prevenção possível na medida em que se removem fatores responsáveis pela doença.
Um dos importantes instrumentos usados em saúde pública para identifica
fatores geradores de um problema é a vigilância epidemiológica que é o conjunto
de procedimentos permanentes por meio do qual tomamos conhecimento dos eventos
relacionados com a presença de doenças em determinada área geográfica tendo
como propósito básico a obtenção contínua de conhecimentos sobre os componentes
envolvidos com a ocorrência delas, visando oferecer elementos de apoio aos
programas de prevenção, tanto a nível de controle como de erradicação destas,
quando possível, tendo como objetivos:
Obter informações acerca de doenças segundo a área geográfica, o tempo e os agentes responsáveis;
Obter informações acerca de doenças segundo a área geográfica, o tempo e os agentes responsáveis;
1. Recursos
disponíveis para seu controle; Fatores
ambientais relevantes, tanto de natureza física como biológica e
sócio-econômico-cultural;
3. Processar as informações obtidas como
registro, análise, organização, interpretação e publicação dos resultados
gerando novos conhecimento pertinente à realidade existente.
4. Dentre as características
especiais do ambiente que interferem no padrão de saúde da população estão os
fatores biológicos, físicos e químicos.
Em relação aos fatores de perigo biológico para a saúde humana estão os
vetores e reservatórios responsáveis pela transmissão de doenças.
As doenças transmitidas por vetores/reservatórios vão além da simples
relação entre agente e hospedeiro. Tem os aspectos relacionados ao agente,
vetor, susceptível e o ambiente onde se relacionam. A prevenção está em remover
fatores capazes de criar uma condição inadequada ao equilíbrio saúde-doença.
Apenas o uso de químicos sem
considerar os demais aspectos não resolverá o problema, principalmente quando
medidas são tomadas apenas no momento da crise.
Vemos aqui em toda esta conceituação que existem três fatores
fundamentais que são o ambiente, o hospedeiro e o agente etiológico.O HOSPEDEIRO
De acordo com a Associação Americana de Saúde Pública (1980) hospedeiro é o homem ou outro animal vivo, inclusive aves e artrópodes, que ofereça, em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso.
Alguns protozoários e helmintos passam fases sucessivas em hospedeiros alternados, de diferentes espécies.
O homem poderá tanto funcionar como hospedeiro intermediário como
definitivo dependendo da doença.
Por exemplo, na teníase-cisticercose, o homem é HD com a tênia e HI com a
larva encistada (cisticerco).
Suscetível é aquele ser vivo (homem ou não) no qual um agente etiológico
se instala podendo ou não manifestar doença.
Se o agente etiológico for um ser vivo, o suscetível pode se denominar
hospedeiro.
A suscetibilidade tem a ver com fatores genéticos,
sócio-econômico-cultural, idade, sexo, cor da pele, etc.
Em relação ao hospedeiro temos que analisar que fatores estão
relacionados a ele e que necessitam serem analisados para ver sua relação com o
vetor e a doença e assim poder controlar a situação.1. Controle do vetor
2. Problema social
3. Problema educativo
4. Diagnóstico diferencial e exames laboratoriais rápidos
5. Proximidade de focos
6. Saneamento
7. Conhecimento dos problemas
9.Movimentos comunitários
10. Busca por atendimento médico
11. Identificação de focos
12. Controle focal, perifocal e ambiental
13. Uso de inseticidas adequados
14. Uso de equipamentos adequados
15. Vigilância entomológica, epidemiológica e virológica permanente
16. Ecologia do vetor
17. Educação para a saúde
18. Polícia sanitária
19. Programas de controle permanente
20. Influência do clima
O AMBIENTE
O ambiente é o conjunto de todos os fatores que mantem relações
interativas com o agente etiológico, o susceptível e o vetor/reservatório,
incluindo o meio físico, biológico, químico e social que favorecem ou não as
condições de vida, manutenção biológica e transmissibilidade de todos os
envolvidos na presença ou não de doença.
Este ambiente poderá oferecer condições de manutenção de determinado
vetor/reservatório de forma a que possa transmitir agentes patogênicos.
a) FATORES FÍSICOS como umidade, temperatura, pluviosidade, radiações, latitude, longitude,
relevo, composição do solo, coleções de água, ventos, etc. são fatores que
influenciam as condições de saúde da população, do agente e do
vetor/reservatório.
Exemplo marcantes são dados por doenças transmitidas por vetores onde a existência do vetor e do agente no seu organismo depende do comportamento de quase todos os fatores acima relacionados.
Exemplo marcantes são dados por doenças transmitidas por vetores onde a existência do vetor e do agente no seu organismo depende do comportamento de quase todos os fatores acima relacionados.
Além dos exemplos clássicos fornecidos pela malária, filariose e
arboviroses é interessante lembrar a ausência datripanossomíase africana
(doença do sono); não só fontes de infecção como as moscas tsé-tsé, foram
introduzidas no Brasil, mas a doença não existe pois o vetor não encontrou
condições do meio favoráveis à sua instalação.
Vale lembrar que muitos vetores se adaptam às variações do estado físico
do ambiente se mantendo em épocas não comuns. É o caso do borrachudo, que hoje
agride o homem durante o ano todo e em diferentes horários.
É o caso do Aedes aegypti que se desenvolve em águas poluídas e
não apenas em águas limpas.
O aumento da população de vetores é uma consequência do aumento de
criadouros pelo acúmulo de água, por exemplo, ou por aumento de temperatura
dispersando insetos para regiões onde não ocorriam.
b) FATORES QUÍMICOS podem ser por excesso ou falta, em condições naturais de determinados
componentes químicos no solo ou na água ou sua adição a estes dois meios ou ao
ar.
O que pode constituir fatores de doenças. Podem ser exemplos a fluorose
(dentes manchados) e a cárie dentária ocasionados, respectivamente, ao excesso
e falta de flúor na água; o bócio
endêmico associado à falta de iodo na água; a poluição do ar, solo e água por substâncias cancerígenas, mutagênicas, tóxicas e irritantes.
d) FATORES
SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAIS são tão
importantes quanto os físicos, químicos e biológicos no condicionamento da
saúde ou doença.
Se os ambientes físicos e biológicos
albergam fatores ainda não controlados, contribuintes para a geração de
enfermidades, é também verdade que um bom nível sócio-econômico-cultural como que
neutraliza os fatores ambientais adversos presentes.
A recíproca é
verdadeira. Um baixo nível sócio-econômico-cultural está sempre associado a um
baixo padrão do nível de saúde.
Podemos concluir que os
fatores sociais e não apenas os climáticos são, em grande parte, o elemento
básico na causalidade da doença. Haja visto a tungíase secundária, o aumento
dos casos de dengue.
É a presença de animais
como fonte de ingestão sanguíneo (bovinos, equinos, caninos, aves, etc.)
permitindo o desenvolvimento de mosquitos, moscas e borrachudos. Por exemplo.
Por outro lado as características da flora que provem condições de sobrevida a elementos
da cadeia de transmissão como a flora onde algumas espécies mantêm água no seu
interior (bromélias) permitindo o desenvolvimento larval de mosquitos.
É a vegetação rasteira que permite a localização de carrapatos
facilitando seu deslocamento para animais onde se instala como parasita ou
vetor (febre maculosa).
Estes fatores são interdependentes, podendo ser objeto de modificações
decorrentes da ação do próprio homem.
Exemplos marcantes são dados pelo
processo de urbanização, pelas atividades agropastoris, pelas obras que alteram
o sistema hidrográfico e a topografia, com consequencias favoráveis, ou, em
certos casos, desfavoráveis, para a saúde do homem.
Os seguintes fatores tem que ser identificados como possíveis de serem
responsáveis pela presença, manutenção e permanência do vetor/reservatório, do
hospedeiro e do agente:
1. Temperatura2. Chuvas
3. Aumento do número de focos
4. Repasto sanguíneo
5. Densidade populacional
6. Aumento da viremia
7. Aumento da capacidade de transmissão
8. Longevidade do agente etiológico dentro do vetor
9. Tempo que o vetor tem para transmitir depois de infectado
10. Presença de infectados
O AGENTE ETIOLÓGICO
Etiologia é um substantivo grego que significa o estudo das causas. Não é
específica de uma determinada ciência mas está presente na Biologia,
Criminologia, Medicina, Psicologia por possuírem em seu campo de atuação a
busca das causas que deram origem ao seu objeto de estudo. É uma espécie de ciência das causas. O conceito
abrange toda a pesquisa que busca as causas de determinado objeto ou conhecimento.
Nas ciências que tem
como objeto de estudo as doenças a etiologia se preocupa com as causas destas
doenças: os agentes ou fatores causais de doença, a sua proveniência endógena
ou exógena, o papel que desempenham na causalidade multifatorial das doenças e
o seu potencial agressivo ou virulência.Neste sentido derivou o adjetivo etiológico como sendo aquele que causa a doença, é o agente etiológico. Alguns agentes etiológicos são de natureza inanimada tais como: as radiações, os poluentes químicos do ar, da água, do solo, dos alimentos, drogas usadas como remédios ou por vício, álcool, fumo, aditivos químicos dos alimentos e pesticidas entre outros.
Nas doenças
transmissíveis e zoonoses, estes agentes são seres vivos. Na sua luta pela
sobrevivência, organismos vivos parasitam outros organismos vivos,
espoliando-os e produzindo enfermidades.
Pertencem a esta categoria os virus,
riquétsias, bactérias, fungos, protozoários, helmintos e outros mais, são seres
vivos de vida parasitária.
É possível enquadrar nesta categoria alguns animais de vida parasitária
exclusiva ou não como pulgas, carrapatos, simulídeos, mosquitos fêmeas que
precisam de sangue após sua fecundação pois mesmo não transmitindo algum agente
no momento da espoliação estão, no entender da OMS, causando doença. Neste sentido poderíamos dizer que estes insetos e aracnídeos estão, neste momento funcionando não como um vetor, mas como um agente etiológico.
Nas doenças
transmissíveis, a compreensão deste fenômeno está na dependência do
conhecimento das respostas para as seguintes questões:
- O que?- De onde?
- Para onde?
- Por que meios?
Em que pese ser a doença um processo multicasual, para o qual concorrem
inúmeros fatores, no caso particular das doenças transmissíveis, a presença ou
ausência do agente específico configura-se como condição fundamental para a
manifestação da doença, pois se a presença dele nem sempre é suficiente para o estabelecimento
da doença, essa não ocorre sem a sua participação.
Neste caso o agente é um
determinante indispensável mas não necessariamente suficiente para o
desenvolvimento da doença infecciosa.Henle & Koch no século XX estabeleceram os elementos fundamentais capazes de assegurar a participação efetiva de determinado agente num processo específico de doença conhecido como Postulados de Henle & Koch:
a) Deve estar presente em todos os casos da doença
b) Não deve ocorrer em outras doenças como parasita ocasional e não patogênico;
c) Deve ser isolado em cultura pura a partir de material colhido do enfermo, repassado repetidamente e, quando inoculado em um sadio manifestar a mesma doença.
Sob o ponto de vista epidemiológico as propriedades dos bioagentes que
mais importam são as que regem sua relação com o hospedeiro e as que contribuem
para o aparecimento de doença como produto desta relação bem como as condições
de sobrevivência na natureza:
1. INFECTIVIDADE:
É a capacidade do agente de causar infecção, ou seja, de invadir,
instalar-se e multiplicar-se nos tecidos do indivíduo. Seu conhecimento
permite prever a intensidade de propagação da doença na população.
2. PATOGENICIDADE:
É a capacidade do agente em desenvolver efeitos maléficos, isto é,
agravos, ao organismo hospedeiro. É identificada pela frequência da
manifestação na população e
definida como um número.
3. VIRULÊNCIA: Corresponde à intensidade da manifestação clínica da doença, traduzida pelo gráu de severidade do agravo ou dano acarretado ao hospedeiro.
3. VIRULÊNCIA: Corresponde à intensidade da manifestação clínica da doença, traduzida pelo gráu de severidade do agravo ou dano acarretado ao hospedeiro.
4. CAPACIDADE
IMUNOGÊNICA: É representada pelo potencial do agente em provocar, no
hospedeiro, um estímulo imunitário específico.
5. RESISTÊNCIA:
É a habilidade do agente em superar as adversidades do ambiente,
especificamente as influências deletérias do meio quando na ausência do
parasitismo, isto é, fora do organismo do hospedeiro mas também a
resistência do agente aos fatores de defesa orgânico.
6. PERSISTÊNCIA: reflete a
capacidade de um agente, uma vez introduzido numa população, permanecer por
tempo prolongado ou indefinidamente. É uma característica estreitamente
relacionada ás demais citadas anteriormente.
1. Se sobrevive fora do hospedeiro ou não
2. Fontes de contaminação
3. Mecanismo de transmissão
4. Infectividade
5. Virulência
6. Patogenicidade
7. Longevidade
8. Persistência
9. Resistência
10. Capacidade imunogênica