quarta-feira, 14 de maio de 2014

O CONTROLE DE PULGAS - PARTE I


O CONTROLE DE PULGAS

As pulgas são parasitas cutâneos ou ectoparasitas onde machos e fêmeas apresentam hábitos hematofágicos obrigatórios (se alimentam de sangue na fase adulta). Para isto apresentam aparelho bucal do tipo picador-sugador.

São pequenos insetos, ápteros (sem asas), de coloração que oscila do amarelo ao castanho, com tamanho variando de 1 a 3 mm, sendo que o macho é menor que a fêmea (dimorfismo sexual) não tem olhos compostos, mas podem ter olhos simples.

 Na fase adulta tem o corpo fortemente comprimido, relativamente bem esclerosado, com os metâmeros distintamente imbricados uns sobre os outros.

O corpo é revestido de cerdas projetadas para trás e comprimido lateralmente o que facilita o deslocamento entre os pelos do hospedeiro.

São consideradas cosmopolitas, pois se distribuem por todo o mundo, adaptando-se bem em qualquer local.

 Apresentam 3 pares de patas sendo que o último par é o mais desenvolvido, permitindo às pulgas prodigiosos saltos, o que facilita sua locomoção de um hospedeiro para outro pelo chão.

Uma pulga é capaz de pular a um metro de distância (200 vezes o próprio tamanho),[] o equivalente, em proporção de tamanho, a um humano saltar o comprimento de um campo de futebol.

Tem uma idade evolutiva de 60 milhões de anos encontrado em mamíferos pré-históricos. Atualmente 94% de seus hospedeiros são mamíferos.

 Existem cerca de 1.500 espécies de pulgas, entretanto apenas algumas delas têm importância clínica. Podem ser parasitas de cães, gatos, porcos, seres humanos, roedores, coelhos e aves.

Apesar das pulgas terem preferência pelo seu próprio hospedeiro, elas exibem pouca especificidade parasitária, e quando suficientemente famintas, a maioria das espécies ataca qualquer fonte de sangue, isto é, pode haver normalmente uma troca de hospedeiro e todas elas podem atacar indistintamente homens, cães, gatos, ratos, etc.

É bastante plausível que uma casa habitada por um cão ou gato durante várias semanas tenha pulgas saltando por todos os cantos, ávidas de sangue, de modo que os tornozelos das pessoas que lá entrem fiquem cheios de pulgas, poucos minutos após.

As pulgas podem sobreviver por vários meses sem se alimentar, razão pela qual em geral é impraticável expulsá-las completamente do ambiente.

A sucção faz-se pela introdução do aparelho sugador através da pele. Escolhido o lugar para a sucção, no que a pulga gasta por vezes algum tempo, tateando aquí e alí, o epifaringe é impelido abrindo caminho através da camada epidérmica.

As mandíbulas, com suas pontas em serra, entram em função aumentando a abertura do orifício produzido, gradativamente se insinuando até que as pontas das maxilas alcancem a superfície cutânea.

A função dos palpos labiais, puramente protetiva, consiste na defesa das peças sugadoras durante a introdução, antes e depois; durante a sucção, dispõem-se sobre a pele para os lados.

Durante a penetração da epifaringe e mandíbulas, a saliva das glândulas é aspirada até a cavidade chamada bomba salivar, cuja contração a impele do canal salivar das mandíbulas, até a extremidade desses órgãos, lubrificando o canal aberto.

A hipofaringe acompanha o movimento das mandíbulas, a que se acha ligado, até alcançar a porção superior do canal perfurado na pele. É então que entram em função os chamados músculos aspiradores, que vão da bomba salivar até a face inferior da hipofaringe, cuja cavidade e alargada por esses músculos.

O sangue assim aspirado vai à porção horizontal do canal aspirador, cuja cavidade é, ao mesmo tempo, alargada por músculos, que de suas paredes saem, indo fixar-se na quitina da região frontal da cabeça.

As mandíbulas e o epifaringe juntam-se, no momento da aspiração, formando um canal fechado por onde o sangue corre facilmente.

Uma vez cheio o canal, vão-se relaxando, gradativamente, os músculos de diante para trás, forçando o caminhar do líquido aspirado através do esôfago, até o papo e o estômago.

Durante a sucção, que é prolongada, a cabeça da pulga cola-se a pele, enquanto as patas agitam-se, conservando-se a extremidade do abdome em ângulo forte com a superfície aspirada. Neste momento inseto conserva-se alheio a todo perigo externo, sendo facílimo apanha-lo assim, pois que, mesmo tocando-o com os dedos, não se separa da pele.

Essa operação dura em média 12 a 15 minutos, com sucções até de 20 minutos (normalmente três vezes). São demoradas, são igualmente raras e nunca consegue obter uma nova sucção antes de 48 horas decorridas da anterior.

Essas observações foram idênticas para o Pulex irritans e Ctenocephalides felis e canis, e tanto para pulgas novas e recém-saídos da ninfa, como para pulgas adultas.

Após cerca de cinco minutos de sucção começam a sair pela extremidade da pulga gotículas de sangue que vão cair com força à distância de um centímetro ou mesmo um pouco mais.

Os palpos labiais funcionam apenas na procura do local para a sucção, a pulga tocando com eles os vários pontos da pele que experimenta.

Em relação ao parasitismo podem ser:

a)     as que penetram na pele do hospedeiro aí se alojando permanentemente: fêmeas fecundadas de Tunga penetrans;

a)     as que vivem sobre o animal neles se alimentando intermitentemente só o abandonando quando morre passando para outro animal da mesma espécie ou diferente: maioria das espécies conhecidas como Xenopsylla e Ctenocephalides;

b)     as que não vivem sobre o hospedeiro só o procurando para se alimentar e depois retornam ao ambiente como P. irritans.

Tanto em pulgas alimentadas como não alimentadas uma temperatura elevada e um ambiente seco sempre influem encurtando a vida da pulga.  Xenopsylla cheopis não alimentada em ambiente normalmente úmido e aquecido a 12,5° C manteve-se viva, em média, durante 25 dias; em atmosfera seca a 29° C não viveu mais de quatro dias.

Nos países de clima quente a longevidade das pulgas não atinge esses números.

Tais dados mostram que o fato de se ficar cheio de pulgas, quando se entra num local há meses ou anos desabitado, pode ser explicado pela longevidade desses parasitos.

Na maioria dos casos, porem, a ocorrência resulta da proliferação continuada das pulgas num meio em que sempre encontra em maior ou menor abundância, o principal elemento de subsistência, que é o rato.

BIOLOGIA

 As pulgas podem viver até por um ano e desenvolvem-se através de metamorfose completa. A cópula das pulgas ocorre após o repasto sanguíneo. As fêmeas colocam de 3 a 18 ovos por vez, entretanto devido às várias cópulas e sucções de sangue, durante toda sua vida chegam a gerar várias centenas de ovos.

Os ovos são brancos e brilhosos sem aderência, sendo depositados em fendas no ambiente ou diretamente sobre o hospedeiro, do qual se soltam e caem. Com a eclosão do ovo, origina-se uma larva ativa e esbranquiçada, a qual é dotada de aparelho bucal mastigador, sendo que o desenvolvimento da larva até a fase adulta é completado antes de iniciar a vida parasitária.

Ovos de Pulex irritans tem aderência, pois são depositados diretamente no solo onde se fixam. Já os de C. felis, canis e outros não são aderentes por serem postos sobre os animais hospedeiros e para continuar o ciclo precisam cair ao solo. Se fossem aderentes ficariam presos nos pelos do hospedeiro não indo ao solo e consequentemente interromperiam o ciclo.

As larvas das pulgas crescem e passam por duas mudas num período de 9 a 20 dias, dependendo da umidade e do calor do meio ambiente. Seu aspecto é de um verme ou de uma lagarta diminuta. Alimenta-se de resíduos orgânicos e de fezes das pulgas adultas contendo sangue parcialmente digerido.

Na terceira muda, a larva tece um casulo de aspecto pegajoso e geralmente coberto de detritos existentes no ambiente. Os adultos saem do casulo depois de sete dias ou até um ano, também dependendo das condições do meio ambiente, para depois rompendo o casulo, se transformar numa pulga adulta, a qual irá procurar um novo hospedeiro para alimentar-se.

Considera-se que as formas adultas representam apenas 5% do que potencialmente possa representar a população de pulgas num ambiente; 95% representam as formas invisíveis: ovos, larvas e pupas, as quais estão aguardando as condições ideais de temperatura e umidade para se desenvolver e infestar o hospedeiro.

A cópula realiza-se normalmente com a fêmea cavalgando o macho quando ela atinge a maturidade sexual que é cerca de uma semana após a saída do casulo.

Ocorre a primeira postura pouco tempo depois de ter copulado e realizado hematofagia.

A hematofagia é indispensável para a ovipostura. Nos machos o sangue é estimulante para o encontro sexual.

Em ambiente saturado de umidade podem viver até 62 dias sem alimento. O ambiente seco proporciona baixa sobrevivência na falta de alimento.

Sua reprodução é sexuada, as fêmeas precisam de prolongadas refeições (3 horas) aumentando seu peso em até 40%.

Já os machos as refeições não ultrapassam 20 minutos e aumentam de 3% em seu peso.

Ambos Vivem o mesmo tempo, em condições normais até um ano e meio.

Condições adversas até três anos.

A cópula ocorre de 8 a 24 horas após a primeira refeição sobre o animal hospedeiro e as fêmeas buscam copular com mais de um macho para preencher completamente a ooteca.

As fêmeas iniciam a oviposição de 36 a 48 horas após a primeira refeição e os ovos são postos em conjunto de 2 a 6; e capazes de ovipor por até 100 dias. Os ovos são postos sobre o hospedeiro (C. felis, C. canis, X. cheopis), porém como não são colantes e por isso são encontrados em todos os lugares frequentados pelo hospedeiro (coçar), pode produzir até 50 ovos por dia (+ 27).

Pulgas que ficaram meses sem por ovos, o fazem logo após realizarem hematofagia.

A pulga do homem (Pulex irritans) sempre procura o chão das habitações para desovar. O número de ovos que uma pulga pode variar, principalmente, com a espécie da pulga e, numa espécie, segundo o estado de nutrição.

As posturas efetuam-se parceladamente, sendo postos, de cada vez, poucos ovos. Xenopsylla cheopis, a famigerada e principal pulga transmissora da peste, põe de dois a seis ovos, ou pouco mais por postura e, durante toda a existência, cerca de 300 a 400.

Uma fêmea de Pulex irritans chegou a ovipor, num período de 196 dias, 448 ovos, dos quais, 115 férteis.

O desenvolvimento embrionário, dependendo principalmente da temperatura e do estado higroscópico do meio em que se acham os ovos, dura normalmente de 2 a 16 dias; é mais rápido no verão e com tempo seco.

A pulga do homem (Pulex irritans) sempre procura o chão das habitações para desovar. O número de ovos que uma pulga pode variar, principalmente, com a espécie da pulga e, numa espécie, segundo o estado de nutrição.

As posturas efetuam-se parceladamente, sendo postos, de cada vez, poucos ovos. Xenopsylla cheopis, a famigerada e principal pulga transmissora da peste, põe de dois a seis ovos, ou pouco mais por postura e, durante toda a existência, cerca de 300 a 400.

Uma fêmea de Pulex irritans chegou a ovipor, num período de 196 dias, 448 ovos, dos quais, 115 férteis.

O desenvolvimento embrionário, dependendo principalmente da temperatura e do estado higroscópico do meio em que se acham os ovos, dura normalmente de 2 a 16 dias; é mais rápido no verão e com tempo seco.

As larvas das pulgas, mediante movimentos serpentiformes, deslocam-se rapidamente no meio em que vivem (chão empoeirado ou sujo das habitações, gretas do assoalho, areia de solo, detritos nos ninhos dos animais que parasitam), evitando, porem a luz forte.

Alimentam-se dos detritos orgânicos que aí encontram, preferindo, quase sempre, os excreta das pulgas adultas, representados por sangue coalhado e dessecado.

O período larval varia, influenciado pelas condições mesológicas, principalmente temperatura, umidade e maior ou menor fartura de alimento.

Em P. irritans o excedente sanguíneo e fezes são colocados no chão servindo de alimento para larvas. Naquelas pulgas que permanecem sobre os hospedeiros este sangue coagulado e fezes caem ao solo como fonte alimentar larval.

Geralmente do 3° ao 7° dia após o nascimento ocorre a 1ª ecdise, realizando-se a 2ª três ou quatro dias depois. Ctenocephalides canis, apresentou o máximo de 142 dias no desenvolvimento larval.

Após 7 a 14 dias de vida ativa, a larva, com a saliva, tece um casulo oval, pegajoso, que facilmente adere a qualquer suporte, retendo também partículas de poeira, que o tornam quase imperceptível.

Realiza-se, então a 3ª e última ecdise e primeira metamorfose, cinco a sete dias depois de a larva ter começado a tecer o casulo.

A fase pupal dura geralmente de 7 a 10 dias; às vezes, porem, pode prolongar-se por longo tempo (até 354 dias com o Ctenocephalides canis, ou mesmo 450 dias, numa observação com Nosopsyllus fasciatus). Provavelmente nos países de inverno rigoroso é nessa fase que as pulgas suportam a estação fria.

Atingida a fase adulta, a pulga fica algum tempo dentro do casulo, podendo aí permanecer, se não a perturbarem, durante algumas semanas.

Em resumo: se o desenvolvimento de uma pulga, em ótimas condições pode efetuar-se em cerca de duas semanas, em condições extremamente desfavoráveis, pode prolongar-se por um ano ou mais.

Após a cópula, as pulgas procuram alimentar-se, podendo, entretanto, ficar em jejum durante 15 dias ou mais.

Pulgas fecundadas, conservadas meses sem por ovos, pouco depois de uma sucção de sangue, fazem as posturas.

A hematofagia é realizada pelos dois sexos tanto de dia como de noite. Após ter realizado o repasto continua sugando para que o excedente seja extravasado pelo anus servindo de alimento para as larvas.

Algumas espécies como C. felis são atraídas pela luz o que significa serem atraídas por armadilhas luminosas que pode ser usado como avaliador de resultados da mesma maneira que a placa de cola. Pode-se usar um prato com água e umas gotas de detergente e uma vela acesa no meio. A luz atrai as pulgas e o detergente quebra a película de tensão superficial da água e as pulgas se afogam. Esta técnica é usada para avaliar o controle e a presença ou não da pulga transmissora da peste.

As larvas se locomovem no sentido da gravidade fugindo da luz e em direção à umidade. Reagem a estímulos mecânicos onde encontra o hospedeiro. Na areia as larvas chegam a penetrar até 2,3 mm para evitar a luz.

A pupa eclode por ação mecânica com o deslocamento do homem ou animal podendo ficar até 1 ano sem eclodir.

O deslocamento de ar, como por exemplo, de portas e janelas abertas e a temperatura de hospedeiros também servem como estímulo à eclosão.