quinta-feira, 20 de março de 2014

CIP - MIP - MEP - GERENCIAMENTO DE SINANTRÓPICOS

Já publiquei um post parecido mas por solicitação de alguns colegas publico este mais completo que o anterior analisando alguns pontos que não o haviam sido como porque gerenciamento e o uso do termo controle. Espero ajuda-los.

 É claro que estes posts que tenho publicado refletem o meu pensamento, mas baseado em publicações de cunho técnico e não apenas meu pensamento.

É bom quando existem posicionamentos diferentes e esta é a causa da evolução do conhecimento, pois quanto mais trazemos fatos novos a um conceito já existente, mais polido fica este conhecimento. É claro que não vamos ficar apenas colocando o que simplesmente pensamos, mas que tenha um fundamento científico, afinal de contas somos técnicos e formadores de opinião.

Conceitos que ficam muito tempo arraigados em nossa cultura são difíceis de serem demovidos. É claro que é uma mudança de atitude, de conceitos, de cultura. Mas temos que estar abertos a novas considerações.

A questão que gostaria de discutir agora é o conceito de Manejo Integrado de pragas.

Já no final da década de 50, professores da Universidade da Califórnia publicaram um trabalho sobre o conceito de Integrated Pest Control, que se transformou num marco da Entomologia Aplicada.
 
No Brasil foi traduzido como Controle Integrado de Pragas – CIP
Os autores propuseram uma estratégia de convivência com as pragas, dando oportunidade ao controle biológico natural e recomendando o controle químico quando a população da praga atinge níveis que causam prejuízos maiores do que os custos de controle.
 
O IPC ou CIP tinha a ver com a participação do controle biológico natural das pragas agrícolas, fato que não ocorre nos procedimentos de desinsetização. Logo não é um conceito aplicável à desinsetização e muito menos à desratização.
Segundo alguns autores este conceito durou uns 10 anos seguido pelo MIP.

Alguns autores concordam que o  conceito de Integrated Pest Management surgiu logo após o conceito de CIP, onde pesquisadores australianos propuseram uma estratégia alicerçada em conhecimentos ecológicos, econômicos e sociais, visando interferir o mínimo possível no agroecossistema.

A proposta da Califórnia preconizava a soma racional do controle biológico com o uso de inseticidas, enquanto que a proposta da Austrália ampliava as opções de controle.

Neste sentido a idéia é reduzir o número de aplicações refletindo em economia ao agricultor bem
como diminuir o impacto ambiental. Entretanto uma dificuldade que ao países apoiadores desta estratégia tem é a de falta de conhecimento da praga a ser combatida e sua relação com o ambiente para se saber quando o nível de dano passa a ser indicativo de aplicação.

Conhecimentos estes que levaram o pesquisador brasileiro Gravena a adotar a terminologia MEP (Manejo Ecológico de Pragas).

Esta semana ouvindo um programa de rádio onde um jurista discutia problemas relacionados com a violência infantil ele falava do risco de se traduzir determinadas palavras de forma incorreta o que poderia causar sérios transtornos no tribunal e uma destas era a tradução de Abuso Infantil traduzido de Child Abuse que na realidade significa Violência Infantil e não Abuso Infantil, mas que traduziram pela palavra mais próxima, onde abuso significa fazer repetidas vezes a mesma coisa e que não reflete a gravidade do problema.

Apesar desta definição estar anos luz distante do que estamos discutindo ela nos trás à principal razão deste post que é a tradução de Management para Manejo.

Na década de 60 entra no Brasil o termo Manejo Integrado de Pragas.    

Provavelmente um agente complicador por traduzir Management como Manejo e não como Gerenciamento que seria a tradução correta.

Em Português Manejo significa ação ou resultado de manejar (mover, empunhar com as mãos – manejar o machado; ter conhecimento – Ela maneja bem o inglês; trabalhar com as mãos – Ele maneja bem o cavalo; manipular, dominar -  manejar o eleitorado), mas também pode significar administrar, dirigir – a diretora maneja bem a escola.

O que na essência não estaria errado, mas a palavra gerenciar é muito mais específica, completa e define mais claramente o significado de gerir, que é o sentido que se quer dar ao que passou a se denominar Manejo Integrado.

Desde o início deveríamos estar falando em Gerenciamento Integrado de Pragas ou simplesmente Gerenciamento de Pragas uma vez que está implícito em gerenciamento o conceito de Integrado, ou seja, a utilização de vários recursos de forma integrada.

Se pegarmos como exemplo o Gerenciamento de Projetos, atividade em voga ultimamente, é uma disciplina usada para definir e atingir objetivos, otimizando o uso de recursos ( tempo, dinheiro, pessoas, materiais, energia, espaço, etc.) durante o curso de um projeto que usa um conjunto de atividades: planejamento, estimar recursos, organizar o trabalho, adquirir recursos materiais e humanos, designar atividades, controlar a execução do projeto, avaliar o progresso, analisar os resultados obtidos.

Gerente é a pessoa que coordena a equipe de trabalho. O gerente deve transformar oportunidades e desafios em resultados – Gerente de Sinantrópicos.

Desde o início deveríamos estar falando em Gerenciamento Integrado ou simplesmente Gerenciamento uma vez que está implícito em gerenciamento o conceito de Integrado ou seja a utilização de vários recursos de forma integrada e interligada.

A duração de um projeto é o tempo do seu começo até sua conclusão, o que pode tomar dias, semanas, meses ou até anos. Esta é a idéia de controlar e não exterminar.

Controle é uma ferramenta utilizada pelo gerenciamento onde se adquire e presta informações para  medir e avaliar o desempenho de uma atividade viabilizando a adoção imediata de ação corretiva quando alguma falha no processo controlado é identificado.

A principal finalidade do controle é assegurar que os resultados sejam alcançados.

Controlar significa: examinar, fiscalizar, inspecionar, conferir, verificar, ter sob controle, dominar, orientar, conduzir, guiar.

Controlar é uma das etapas do gerenciamento e não sua finalidade principal, logo está incorreto usar Controle de baratas mas sim Gerenciamento ou Combate às baratas. Controlar é avaliar os resultados obtidos desde seu planejamento é quando usamos gráficos, tabelas e outros onde conseguimos avaliar se atingimos os resultados esperados.

O Gerenciamento de Projetos tenta controlar 5 variáveis:

TEMPO - Por questões analíticas, o tempo para concluir o projeto é dividido no tempo requerido para completar cada uma das atividades que contribuem para sua conclusão.

CUSTO - É o custo do projeto, calculado a partir dos recursos utilizados. 

QUALIDADE – É o tempo dedicado às atividades individuais que determinam a qualidade geral do projeto.   Algumas tarefas requerem um tempo determinado para que sejam completadas adequadamente, mas com tempo adicional poderiam ser completadas com qualidade excepcional. 

ESCOPO - É a definição geral do que o projeto deve atingir ou uma descrição específica de qual deve ser o resultado final.

RISCO - Pontos potenciais de fracasso.  A maioria dos riscos pode ser superada ou resolvida, com suficiente tempo.

Gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas na elaboração de atividades relacionadas para atingir um conjunto de objetivos pré-definidos, num certo prazo, com certo custo e qualidade, através da mobilização de recursos técnicos e humanos.

Gerente é a pessoa que coordena a equipe de trabalho. O gerente deve transformar oportunidades e desafios em resultados – Gerente de Sinantrópicos.

Atuamos, entre outros:

1)Identificando fatores que estão sendo responsáveis pelo aparecimento e manutenção dos sinantrópicos;

2) Orientamos quais manejos ambientais deverão ser realizados a fim de reduzirmos sua população;

3) Identificamos qual a melhor formulação, grupo químico, técnica de aplicação e equipamento a ser utilizado;

4) Avaliamos os riscos ambientais e humanos;

5) Preenchemos fichas de acompanhamento que ajudarão no aspecto de avaliação do programa de controle;

6) Treinamos os recursos humanos de forma a que tenham os conhecimentos necessários para o desempenho desta atividade.